O valor da oração
"Ide, pois, e levai a palavra
divina: (...) aos
pequenos
e simples que a aceitarão; porque é
principalmente
entre os mártires
do trabalho, desta expiação terrena, que encontrareis
fervor
e fé. Ide;
estes
receberão, com
hinos
de gratidão e louvores
a Deus, a santa
consolação que
lhes
levareis, e baixarão a fronte,
agradecendo ao Criador o quinhão que lhes toca nas
misérias da Terra."
1
Um
casal
de amigos
"descobriu" em bairro
afastado de Goiânia uma senhora
idosa
e muito
pobre, a qual
cuida de filha
e de neta
enfermas. Outros
familiares são-lhe
indiferentes
à dor e às
necessidades
de toda
ordem.
Há
vários
anos, mensalmente,
ao reabastecerem sua
despensa, preparam
generosa cesta
de alimentos
para
sua amiga,
que já
lhes conhece a
fidelidade
e a bondade dos
corações. Recebe-os
com muita
alegria e o tradicional cafezinho.
Naquele
lar
humilde, não
se limitam à oferta
dos bens materiais,
indispensáveis à
sobrevivência
daquela família.
Dão-lhe também amizade
e conforto
moral
que a
fraternidade
legítima propicia.
Quando
ali chegam, sentam-se nos bancos rústicos e conversam como
bons amigos,
ouvindo-lhe as queixas habituais que seus fardos lhe impõem.
Nosso
amigo, numa dessas
ocasiões, levando casualmente a mão
ao bolso da
camisa, encontrou
bela mensagem
espírita.
Inspirado, propõe à
dona
da casa
que
orassem em
conjunto. Aceita a
sugestão, leu a mensagem, fazendo, a seguir,
ardente prece
aos céus,
em
favor daquele lar,
de seus
habitantes.
Instantes
após, concluem a visita e se despedem.
Decorrido
o mês,
lá retornam eles,
a assistirem o “infortúnio oculto”, cientes
de que
sua
oferta àquela senhora
é indispensável à
sobrevivência,
em melhores
condições, das
três
almas que
ali vivem.
Distraído,
não
se recordava mais
da mensagem lida anteriormente e da prece
que fizeram.
Porém, a dona
da casa,
que fora
beneficiada pelos
efeitos
salutares da
oração,
não se esquecera e passou aqueles dias
contando nos
dedos,
com o propósito
de lhes
pedir
que novamente
rogassem as bênçãos
de Deus para sua casa.
Suas
dificuldades
certamente não
diminuíram, mas a
coragem
e a resignação não
lhe
faltaram naquele período.
Sentira os bons efeitos da prece.
Os fardos
pareceram-lhe mais suaves. Quando percebeu que
se despediam esquecidos da
oração, indagou-lhes (referindo-se à
mensagem espírita):
– E o "papelinho"?
–
Hoje
não trouxe! A senhora
tem a Bíblia? – perguntam-lhe.
–
Tenho,
mas num sei lê!
– Busca-a,
que
faremos a leitura
e a prece.
E
nossos
amigos, a partir
desse dia,
incorporaram também a caridade
espiritual àquelas
visitas, favorecendo-lhes o
lar com os tesouros
celestiais que
a prece
proporciona!
1. KARDEC, Allan. O
Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2.ed. 1.
Impr. Brasília: FEB, 2013. Cap. 20, it. 4, p. 262.
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