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por Jane Martins Vilela

 

Laivos de alegria

 
Uma senhora muito bondosa conta-nos sobre sua jovem filha de 18 anos. Essa senhora, trabalhadora da área da saúde, não parou de trabalhar, embora tenha uma comorbidade importante que justificaria a parada. Tem asma grave. Servir tem sido sua vida, e não teme. Sua filha na verdade é sua sobrinha, que ela cuidou desde bebê. Não casou para cuidar dos pais e dos sobrinhos que a consideram sua mãe.

Muito feliz com as conquistas de sua jovem filha. Passou no vestibular, com nota alta, para a faculdade que escolheu. Agora, com as limitações de locomoção e atividades impostas para a preservação da saúde, no momento atual, não saindo de casa, cuida de tudo, enquanto a mãe trabalha. Limpa a casa toda, cozinha. Quando a auxiliar chega, encontra tudo pronto.

Disse-nos ela que a menina estava quase entrando em colapso emocional, com o isolamento devido à Covid 19, coisa que anda acontecendo com muitos, e, por isso, serviços gratuitos de psicologia “on-line” e por telefone vicejam. A caridade fraterna abriu as portas dos corações. A jovem, então, chorosa pelos acontecimentos e por se sentir sozinha, a mãe trabalhando fora, ganhou da tia uma “mini” lebre. Foi o acontecimento feliz para ela, nesses dias. A pequenina lebre é uma gracinha. Aprendeu a abrir a porta da gaiola onde fica e sai, e anda o dia todo atrás da jovem. Disse-nos, a mãe, da festa que faz o animalzinho. Adora couve, pepino e melancia. Disse que ela pula de alegria quando tem melancia. Uma festa! A jovem está feliz. Pode dar seu afeto, mesmo que para um pequeno animal. Sente-se acompanhada.

O ser humano é naturalmente bom. Necessita expressar seu amor. Isolar-se não é o estado natural do Espírito encarnado. Sabemos que momentos de dificuldades, como os vividos atualmente, irão passar. Deixarão por lição a fraternidade, a união fraternal, o carinho entre familiares e amigos. Tudo é uma divina lição. Um abraço tornou-se um tesouro; uma carícia, um momento de paz. No final, o mais importante não é ter coisas. É ter vida! Viver é uma bênção!

Temos visto tantos sentimentos nobres sendo manifestados nessa hora de sofrimento da humanidade! Temos visto o oposto também, mas, de modo geral, o amor sobressai. Mãos fraternas se unem por todos os lugares. Ações solidárias no planeta todo. Preces em todos os lares. Como é belo ver o amor em ação! Emociona-nos. Cada vez mais nos convencemos de que a regeneração da humanidade não tarda. Logo virá a alvorada de luz a iluminar a Terra!

Uma coisa tão simples! Uma “mini” lebre dada de presente, por uma tia compassiva, mudou uma vida, provocou alegria. Imaginemos milhares podendo dar seu afeto, distribuir amor! Será uma claridade. O amor não tarda. Na simplicidade, ele se manifesta. Logo, logo, o amor terá morada nos corações. As pessoas agora estão valorizando mais a presença umas das outras e a possibilidade de distribuí-lo.

No livro “Boa Nova” de Humberto de Campos, psicografado por “Chico Xavier”, vemos Jesus, no texto Amor e Renúncia, dizendo a Pedro: “– Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é, em si mesma, um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, quando a luz do entendimento tardar no Espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros. Ainda que todos os nossos amigos se convertessem, um dia, em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa!”

Amor é motivo de imensa alegria para o coração. Poder distribuí-lo, é oportunidade de luz.

O afeto, mesmo que expressado para os animais é um estender de mãos para as criaturas divinas. Devemos sempre amar. Cultivemos o amor mesmo nas horas de solidão, pois estaremos sempre amparados pela bondade de Deus! Jamais estaremos sozinhos! Nosso Pai Celestial vela por nós.

Quando a humanidade entender o amor, ele habitará nos corações, e o mundo terá paz e alegria perenes. Enquanto o aprendizado vai se fazendo, que possamos ter momentos de alegria, mesmo com uma “mini” lebre. Amar é alegria e alegria de viver.

 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita