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por Temi Mary Faccio Simionato

 

O aprendizado nosso de cada dia


Hoje, mais atentos, podemos observar esta existência como uma grande luta de trabalho, aprendizado, crescimento e aprimoramento para o Espírito, e, refletindo sobre os acontecimentos que ora vivenciamos e o que eles querem nos ensinar, vamos lentamente procurando entender o nosso propósito neste orbe para que, pouco a pouco, alcancemos a renovação.

Percebemos, então, que um tempo se acaba e novos tempos anunciam-se, como se fosse um parto doloroso. Isso tudo acontece para compreendermos que estamos imersos em uma grande escola, um hospital, aprendendo a lidar com as dificuldades que nos chegam. Assim, à medida que trilharmos esta estrada, por vezes tão árdua e pedregosa, cada um, no seu tempo, progredirá, saindo então da infância do Espírito para a maturidade: trabalho de esforço, vontade, perseverança, confiança e esperança. Esperança que é como o luar que se constitui de bálsamos da crença, e ela, a esperança, junto com a fé, trazendo-nos a divina claridade da certeza de que conseguiremos ultrapassar cada etapa desta jornada.

Ainda não encontramos uma fórmula mais elevada e mais bela que a do esforço próprio, dentro da humildade e do amor no ambiente de trabalho, de lições da Terra, onde Jesus houve por bem instalar a nossa oficina de perfectibilidade para a futura elevação dos nossos destinos de Espíritos imortais. Conquistados a consciência e os valores racionais, seremos investidos de responsabilidade, dentro das possibilidades de ação, no entanto, ainda são raros os que praticam seus legítimos deveres morais.

Lembramos, então, da mensagem fraterna de Auta de Souza, através do saudoso médium Francisco Cândido Xavier, no livro Parnaso de Além-túmulo, lição 16:

“Meu irmão, tuas preces mais singelas

São ouvidas no espaço ilimitado,

Mas sei que às vezes choras consternado,

Ao silêncio da força que interpelas.

Volve ao teu templo interno abandonado,

A mais alta de todas as capelas,

E as respostas mais lúcidas e belas,

Hão de trazer-te alegre e deslumbrado.

Ouve o teu coração em cada prece.

Deus responde em ti mesmo e esclarece

Com a força eterna da consolação.

Compreenderás a dor que te domina,

Sob a linguagem pura e peregrina,

Da voz de Deus, em luz de redenção”.

Quando fizermos essa interiorização com vontade firme, ampliaremos nossos horizontes. Nossos caminhos ficarão mais claros e, verdadeiramente, encontraremos um sentido para a nossa jornada.

Portanto, em todas as circunstâncias de mar revolto, de tormentas, guardemos a prece e a vigilância. Neste esforço, nossa alma estará preparada a estruturar o futuro de si mesma no caminho eterno do esforço e do tempo, sem o desalento dos tristes e sem a inquietação dos afoitos.

Os corações despertados para a verdade começarão a entender as linhas eternas da justiça e do bem. A voz do Cristo será ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica da alma, pois quem acorda converte-se num ponto de luz na colina densa da humanidade, passando a produzir fluidos e forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra para a conquista da vida cósmica, no grande futuro. Muito maior e mais sublime é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento do próprio orbe, a fim de que o planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.

Já está na hora de sairmos da teoria para a prática, vencendo diariamente as intempéries com bom ânimo, para realmente sermos discípulos. Pois é imprescindível que o discípulo saiba organizar os seus esforços, operando no caminho do aperfeiçoamento individual, para a aquisição dos bens eternos.

Assim sendo, relembremos Maria, mãe santíssima, no livro Boa Nova, lição 30, pelo Espírito Humberto de Campos, pelas mãos do médium Francisco Cândido Xavier: “A alvorada desdobrava o seu formoso leque de luz quando aquela alma eleita se elevou da Terra, onde tantas vezes chorava de júbilo, de saudade e de esperança” (...) “Experimentando a sensação de estar se afastando do mundo, desejou rever a Galileia com os seus sítios preferidos” (...) “Em poucos instantes, seu olhar divisava uma cidade soberba e maravilhosa” (...) “Mais alguns momentos e seu olhar descobria outra multidão guardada a ferros em escuros calabouços. Penetrou os sombrios cárceres do esquilinho, onde centenas de rostos amargurados retratavam padecimentos atrozes” (...) “Foi quando, aproximando-se de uma jovem encarcerada, de rosto descarnado e macilento, lhe disse ao ouvido: Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo! Convertamos as nossas dores na Terra em alegrias para o céu! A triste prisioneira nunca saberia compreender o porquê da emotividade que lhe fez vibrar subitamente o coração” (...) “Cantou um hino de profundo e enternecido amor a Jesus, em que traduzia sua gratidão pelas dores que lhe eram enviadas, transformando todas as suas amarguras em consoladoras rimas de júbilo e esperança. Daí a instantes, seu canto melodioso era acompanhado pelas centenas de vozes dos que choravam no cárcere, aguardando o glorioso testemunho”.

Por essa razão, quando ouvirmos o cântico nos templos das famílias do Cristianismo, não nos esqueçamos de fazer no coração um leve silêncio, para que Maria de Nazaré espalhe seu manto de luz.

Soa para o Espírito, neste momento, um minuto glorioso. Se quisermos e se conseguirmos utilizar nossa liberdade para que Jesus esteja em nosso coração, doravante haverá de ser um cântico de amor, de humildade e de fé na hora indeterminável de redenção dentro da eternidade.

Está, porém, em nosso querer aproveitá-lo agora, ou daqui a milênios. Estamos prontos?

 

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido – O Consolador – ditado pelo Espírito Emmanuel - 29ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – questões 119, 123, 248 e 257 – 2013.

XAVIER, Francisco Cândido – Roteiro – ditado pelo Espírito Emmanuel – 9ª edição – Editora FEB – Brasília/DF – lição 30 – 1994.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita