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por Nilton Moreira

 

Destino da Terra e causas das misérias humanas


“Admira-se encontrar sobre a Terra tanta maldade e más paixões, tantas misérias e enfermidades de toda a sorte, concluindo-se quão deplorável é a espécie humana.

Esse julgamento provém de um ponto de vista limitado, e que dá uma falsa ideia do conjunto. É preciso considerar que na Terra não se encontra toda a Humanidade, mas apenas uma pequena fração dela. Na verdade, a espécie humana compreende todos os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo.

Ora, o que é a população da Terra diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um vilarejo em relação à de um grande império.

A condição material e moral da Humanidade terrena nada tem de espantosa, se pensarmos nos destinos da Terra e na natureza de sua população. Faríamos uma ideia bem falsa dos habitantes de uma grande cidade, se a julgássemos pela população dos bairros mais pobres e sórdidos.

Num hospital, só vemos doentes e estropiados. Numa prisão, vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes é se pálidos, fracos e doentes. Do mesmo modo, se considerarmos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal – pois ela é, muitas vezes, tudo isso a um só tempo – compreenderemos por que as aflições sobrepujam os prazeres, pois não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção aqueles que não cometeram crimes, porque nem os hospitais nem as casas de correção são lugares prazerosos.

Assim como, numa cidade, toda a população não está nos hospitais ou nas prisões, assim também toda a Humanidade não se encontra na Terra. Da mesma forma como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando a pena é cumprida, o homem deixa a Terra para mundos mais felizes quando se cura de suas enfermidades morais”. (Trecho extraído de O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo III, item 7.)

Hoje, diante da pandemia que abala nosso Planeta e que está mexendo com todos nós e modificando os costumes na Terra, concluímos que somos impotentes perante a Justiça Divina e devemos, cada um, tirar a lição do momento segundo a sua visão de vida, pois vemos que na Terra estão almas que ainda não desenvolveram suficientemente o amor em seus corações, amando, portanto, segundo seus interesses, o que entra em contradição com o que Jesus nos ensinou.

Está sendo necessária essa sacudida para que os poderosos, os detentores de grandes fortunas acumuladas e os orgulhosos acordem, e, principalmente, aqueles que acumularam ilicitamente.

A certeza é de que, sem haver uma modificação moral nossa, não nos livraremos das tristezas na Terra.

Na dor, certamente, iremos melhorar-nos.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita