A missão
de Allan Kardec
Camille Flammarion tinha
razão quando, à beira do
túmulo de Allan Kardec,
afirmou que ele era o
bom senso encarnado.
Se estudarmos a sua
vida, desde que teve
conhecimento das mesas
girantes pelo
magnetizador M. Fortier,
até o final da sua
existência terrena,
veremos, realmente, que
o Mestre pautou a sua
vida estritamente pelas
normas da ponderação, do
exame sem preconceito e
da análise imparcial.
Esse seu espírito de
perscrutador
profundo foi que
contribuiu
consideravelmente para
que a Doutrina dos
Espíritos tomasse corpo,
assumindo proporções
gigantescas até hoje.
A missão de Allan Kardec
foi a de um reformador.
Ele codificou a Doutrina
Espírita, que condiz com
a comunicação do
Espírito de Verdade que,
na afirmação de Jesus
Cristo (João, 14:15 a 17
e 26), viria em tempo
oportuno trazer novos
ensinamentos, quando o
gênero humano estivesse
melhor preparado para
assimilá-los.
O notável francês
desempenhou uma tarefa
árdua e cheia de imensos
sacrifícios,
principalmente por ter
como cenário um século
no qual a ciência
caminhava a largos
passos para o
materialismo,
distanciada de Deus.
A exemplo do que
aconteceu com Jesus
Cristo, Allan Kardec
também teve opositores
sistemáticos, que jamais
esmoreciam no combate às
novas ideias.
Entretanto, como os
tempos são chegados, a
Doutrina Espírita se
apresentou como verdade
irretorquível, abalando
a estrutura milenar dos
velhos sistemas
religiosos e empolgando
a Humanidade do mundo em
que vivemos.
O ilustre filho de Lyon
não veio para destruir o
que Jesus havia
ensinado, mas, sim,
descerrar o espesso véu
que empanava as palavras
contidas no Evangelho,
e, auxiliado pelos
Espíritos esclarecidos,
extrair desses
ensinamentos a letra que
mata, deixando tão
somente o espírito que
vivifica.
Allan Kardec
Espírito: Guerra
Junqueiro
Médium: Jorge Rizzini
Como os rudes pagãos com
seus deuses humanos,
A Humanidade eleva aos
píncaros da glória
Os vândalos cruéis, os
modernos tiranos,
E os incensa, depois, no
panteão da História.
E esquece Allan Kardec!
E expulsa-o da memória!
E desvendou o herói os
sagrados arcanos!
E Deus lhe pôs na fronte
a estrela da vitória
Que o fez maior que os
reis e os césares
romanos!
Mas os brutos e os maus,
esses falsos heróis
Que o povo diviniza e vê
como faróis
Estão hoje na Terra,
esquálidos, de rastros,
Enquanto Allan Kardec, o
sábio solitário,
Olímpico, triunfal,
sereno, extraordinário,
Paira acima dos sóis e
brilha mais que os
astros!