Tema: Boas escolhas
O celular novo
Bruno estava contente. Finalmente tinha ganhado um
celular, o que queria há muito tempo. Ele estava mexendo
no aparelho quando seu pai se aproximou para conversar.
– Gostou, filho? – disse ele.
– Gostei muito! Obrigado, pai.
– Filho, você sabe por que a gente esperou para lhe dar
um celular?
– Porque é caro, não é? – falou o garoto.
– O preço também interfere, mas a nossa preocupação é
que, com um celular, você tem o mundo inteiro na palma
da mão.
– É mesmo! Isso é ótimo, pai!
– É ótimo se você se comportar como abelha. Mas se você
fizer como uma mosca, aí é que está o problema.
– O quê? Como assim? – perguntou Bruno, confuso.
O pai sorriu e explicou:
– Bruno, todos os insetos são criações de Deus e têm
papel importante na natureza. Porém, podemos comparar o
comportamento deles com o dos seres humanos. As abelhas
e as moscas são livres para voar e podem frequentar os
mesmos ambientes. As abelhas são atraídas pelas flores,
passam o tempo nos jardins, de flor em flor. Além de
realizarem a polinização, recolhem néctar para produzir
mel, que alimenta toda a colmeia. As moscas, ao
contrário, geralmente não procuram as flores. Elas
buscam coisas que nós achamos desagradáveis, como lixo e
coisas podres. Elas podem carregar bactérias que causam
doenças. A abelha pode ser comparada a alguém que busca
coisas boas e com elas produz o que é útil e saudável. E
a mosca se torna a imagem de quem procura coisas
desagradáveis, erradas, que têm como consequência o mal.
Para concluir, o pai ainda disse:
– A internet traz para você o mundo, com tudo que há
nele: coisas muito boas, outras nem tanto, e coisas que
são más e até perigosas. Você tem que escolher onde vai
“pousar”, entendeu?
O filho fez que sim com a cabeça. Mas Bruno era
acostumado a pensar só nas coisas boas que a internet
traz, por isso estranhou a recomendação do pai.
– Por que as pessoas colocam coisas ruins na internet,
pai?
– Filho, as coisas ruins da internet são as mesmas que
existem no mundo. Infelizmente, há pessoas que ainda
promovem o mal, seja mentindo, enganando, aplicando
golpes e até roubos. Também existem pessoas que gostam
de coisas agressivas ou constrangedoras e querem mostrar
para os outros. Mas existem as coisas boas também!
Existem coisas lindas, engraçadas, instrutivas. É só
você escolher bem.
– Mas, papai, como eu vou saber se o que eu estou vendo
é bom ou ruim? – perguntou o garoto, um pouco
preocupado.
– Se for bom, vai dar bons resultados. Se for mau, as
consequências também vão ser más. Então, se você estiver
vendo algo que provocar sentimentos como medo, tristeza
ou vergonha, não deve ser algo bom. Qualquer dúvida que
você tiver, eu e sua mãe vamos estar por perto –
explicou o pai, sorrindo e encerrando a conversa.
Bruno começou a usar seu celular. Em pouco tempo, já se
comunicava com os amigos e pesquisava as informações de
que precisava. Seus pais, de vez em quando, liam algumas
conversas. Bruno não gostava muito, mas sabia que faziam
isso por se preocuparem com ele.
Quando Bruno tinha alguma dúvida se deveria aceitar um
convite ou permitir que algum aplicativo fosse
instalado, pedia a opinião dos pais. Dessa forma, com
cuidado, Bruno conseguiu sempre aproveitar o melhor que
a internet nos traz.