O Divino Maestro
Uma orquestra sinfônica pode ter até cem músicos
dependendo da peça a ser executada. Pode inclusive, em
alguns casos, ultrapassar esse número. Compõe-se de
cinco classes de instrumentos: cordas (violinos, violas,
violoncelos, contrabaixos); madeiras (flautas, flautins,
oboés, clarinetes, fagote); metais (trompetes,
tromboses, trompas e tubos); percussão (tímpanos,
triângulo, caixas, bombo e pratos) e teclas (pianos,
órgão e cravo).
Não vou me atrever a maiores detalhes porque nada sei
sobre esse terreno da música clássica, embora admire
imensamente essa face da cultura humana que nos revela,
mesmo que de longe, como devem ser as sinfonias em
planos elevados da espiritualidade.
Valho-me desses poucos dados da introdução para dizer
que o maestro é capaz de identificar uma única nota
errada procedente desse mar de instrumentos e
sons diversos. É denominado de ouvido absoluto.
Entendo que Deus, o Divino Maestro, fez a sua composição
quando instituiu a vida desde todos os tempos. Cada um
de nós como Espírito vivente no Universo ou nos multiversos como
defendem alguns cientistas, representa uma nota musical.
Quando ferimos a Lei do Amor que preenche a toda a obra
da criação, somos semelhantes a um músico de uma
orquestra sinfônica que emitiu do seu instrumento uma
nota errada que foi imediatamente identificada pelo
maestro. Assim também se passa com o Divino Maestro
dessa sinfonia absolutamente completa que é a vida
imortal! A qualquer desequilíbrio que damos origem, por
menor que seja ele, é de pronto identificado pelo
Criador ou por suas Leis, se preferirem. E todos nós
fomos colocados na sinfonia da vida representando uma
nota que não pode destoar do conjunto sob a pena de
comprometer a musicalidade do Amor.
Emmanuel, no livro Vinha de Luz, nos ensina que urge
considerar, porém, que o testemunho cristão, no campo
transitório da luta humana, é dever de todos os homens,
indistintamente.
E continua ele afirmando que cada criatura foi
chamada pela Providência a determinado setor de
trabalhos espirituais na Terra. As mães e os pais
terrestres foram convocados a negócios de renúncia,
exemplificação e devotamento. O cientista vive
fornecendo equações de progresso que melhorem o
bem-estar do mundo. O cozinheiro trabalha para alimentar
o operário e o sábio. Muitos outros exemplos nos
fornece o nobre Mentor para deixar bem claro que
absolutamente todos nós representamos essa nota musical
na sinfonia da vida. E isso é muito importante porque
encontramos o hábito de se cobrar com rigor a falha de
representantes de uma determinada religião como se esse
ser humano tivesse uma responsabilidade maior perante a
vida do que os demais. Acentua-se a falha e divulga-se o
desequilíbrio daquele religioso como se tal atitude
servisse de alguma maneira para encobrir nossos erros.
Comenta-se a pedofilia de algum representante dessa ou
daquela religião como se o mesmo crime aos olhos de Deus
fosse diferente quando uma pessoa não ocupa papel de
liderança religiosa. Fofoca-se sobre o adultério de
algum representante dessa ou daquela religião como se o
mesmo deslize de uma pessoa que não tivesse compromisso
maior com a religião citada, encontrasse uma
complacência maior perante as Leis da vida. Aponta-se o
dedo para a ferida de uma pessoa de destaque como se ela
fosse obrigada a demonstrar virtudes das quais estamos
muito distantes. Existem aqueles que não assumem
religião nenhuma perante o mundo, como se fora de todas
elas, tivesse o direito de fazer o que bem entende sem
assumir responsabilidades pelo exercício do
livre-arbítrio.
Felizmente e por uma questão de absoluta justiça, as
coisas não se passam como entendemos, mas sim como deve
ser.
Retornamos com Emmanuel no mesmo livro mencionado,
quando ele nos ensina que todos os homens vivem na
Obra de Deus, valendo-se dela para alcançarem, um dia, a
grandeza divina.
E arremata: Em razão desta verdade, meu amigo, vê o
que fazes e não te esqueças de subordinar teus desejos a
Deus, nos negócios que por algum tempo te forem
confiados no mundo.
Como dissemos no início, o Divino Maestro compôs uma
música universal que tem como pauta o Amor. Depositou
cada um de nós nessa partitura como as notas musicais
para uma sinfonia perfeita.
Será que temos ferido muito os ouvidos Divinos com a
nossa desafinação?
Que tal afinarmos o instrumento de nossas atitudes pelo
diapasão do Amor?
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