Jesus:
Irmão,
Mestre e
Senhor!
Um dia todos nós faremos do Evangelho o que devemos
fazer
“(...) Se guardares os meus mandamentos, permanecereis
no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os
mandamentos de meu Pai, e permaneço no Seu amor.” Jesus.
(Jo., 15:10)
Allan Kardec nos
convida a
envidar todos os esforços para a este Planeta não
voltarmos após a presente estada e merecermos ir
repousar em um mundo melhor...
Nossa admiração pelo Dr. Bezerra de Menezes se prende a
vários fatores, inclusive ao fato de solicitar a
permissão para ficar por aqui quando, por seus méritos,
já poderia habitar em mundos superiores. Segundo contam
as tradições do Mundo Espiritual, entre lágrimas,
solicitou às Potestades Celestes ficar na ambiência da
Terra enquanto nela existirem criaturas coleantes em
sofrimento e dores.
Há dois milênios
testemunhamos outra grande decisão e renúncia: a de
Jesus que, abandonando o Seu formoso Jardim de Estrelas,
ergastulou-Se na escura esfera dos homens,
humilhando-Se, ajudando e sofrendo por amor, legando-nos
a Sua fórmula inesquecível, capaz de alforriar-nos em
definitivo: “amai-vos
uns aos outros como eu vos amei”.
O Espírita Cristão que já assimilou a mensagem de Jesus
não se compraz com as humanas e subalternas ambições e
valoriza os bens materiais na exata medida de sua
aplicação para o bem, não fazendo deles um fim, mas um
meio.
Segundo o abnegado Mentor
de Chico Xavier, “(...)
o monumento que nos deslumbra sofrerá insultos do tempo,
contudo o ideal invisível que o inspirou brilha, eterno,
na alma do artista. A cruz que o povo impôs a Jesus era
um instrumento de tortura visto por todos, mas o
Espírito do Senhor, que ninguém vê, é um Sol crescendo
cada vez mais na passagem dos séculos. Assim, não te
apegues demasiado à carne transitória. Amanhã, a
infância e a mocidade do corpo serão madureza e velhice
na forma; a terra que hoje reténs será, no futuro,
inevitavelmente dividida; adornos que hoje possuis serão
pó e cinzas; o dinheiro que agora te serve passará a
mãos diferentes das tuas...
Usa aquilo que vês, para entesourar o que ainda não
podes ver. Entre o berço e o túmulo, o homem detém o
usufruto da Terra com o fim de aperfeiçoar-se. Não te
agarres, pois, à enganosa casa dos seres e das coisas.
Aprendendo e lutando, trabalhando e servindo com
humildade e paciência na construção do bem, acumularás
na tua alma as riquezas da vida eterna”.
Vezes sem conto, em nossa constante mania de omissão,
arrolamos uma série de impedimentos que tolhem o bem em
nossas iniciativas. No entanto, lembra-nos André Luiz: “(...)
nosso Mestre não se serviu de condições excepcionais no
mundo para exaltar a luz da Verdade e a bênção do Amor.
Ele não tinha uma pedra onde reclinar a cabeça; não
desfrutou de qualquer expressão social; não contou com
os familiares nas tarefas a que se propôs; não encontrou
ninguém que O amparasse na hora difícil; nada pôde
escrever...
E nós? - Muitos contamos com mais recursos, detemos
algum título e estudo, temos familiares que nos ajudam,
recebemos sempre apoio de alguém nos momentos difíceis e
temos sempre condições de grafar alguns pensamentos na
expressão do bem. Que esperamos, então, para colaborar
para a felicidade dos outros?!
Jesus segue à nossa frente e, se desejamos acertar,
basta apenas segui-lO.
Antes d`Ele a caridade era desconhecida. Os monumentos
das civilizações antigas não se reportam à divina
virtude; os destroços do palácio de Nabucodonosor, no
solo em que se erguia a grandeza da Babilônia, falam
simplesmente de fausto e poder que os séculos
consumiram; nas lembranças do Egito glorioso, as
pirâmides não se referem à compaixão; os famosos
hipogeus de Persépolis são atestados de orgulho racial;
as muralhas da China traduzem a preocupação da defesa;
nos velhos santuários da China milenar, o Todo-Poderoso
é venerado por milhões de fiéis, indiscutivelmente
sinceros, mas deliberadamente afastados dos semelhantes,
nascidos na condição de párias execráveis; a Acrópole de
Atenas, com suas colunas respeitáveis, é louvor de
inteligências; o Coliseu de Vespasiano, em Roma, é
monumento levantado ao triunfo bélico, para as
expressões da alegria popular...
Por milênios numerosos, o homem admitiu a hegemonia dos
mais fortes e consagrou-a através da arte e da cultura
que era suscetível de criar e desenvolver. Com Jesus,
porém, a paisagem social experimenta decisivas
alterações. O Mestre não se limita a ensinar o bem;
desce ao convívio com a multidão e materializa-Se com o
próprio esforço; cura os doentes na via pública, sem
cerimônias, e ajuda a milhares de ouvintes, amparando-os
na solução dos mais complicados problemas de natureza
moral, sem valer-Se de etiquetas do culto externo; lega
aos discípulos a ‘Parábola do Bom Samaritano’, que
exalta a missão sublime da Caridade para sempre.
Em casa, no grupo social, na profissão, no ideal ou na
vida pública, experimentemos sentir, pensar, falar e
agir, um tanto mais com o Cristo e absorvermos o
resultado. Pouco a pouco, perceberemos que o Senhor não
nos pede prodígios de transformação imediata ou
espetáculos de grandeza e, sim, que nos apliquemos no
bem, de modo a caminhar com Ele, passo a passo, na
edificação da nossa própria paz.
Não nos atemorizemos com os programas de reajuste,
corrigenda, sublimação ou burilamento... Ante as normas
que nos indiquem elevação para a vida superior,
recebamo-las respeitosamente, afeiçoando-nos a elas e,
seguindo adiante, na base do dever retamente executado e
da consciência tranquila, pratiquemos a regra de
ascensão espiritual segura e verdadeira: sempre um tanto
menos com os nossos pontos de vista pessoais e, a cada
dia que surja, sempre um tanto mais com Jesus”.
Segundo o pensamento de Emmanuel, inobstante
reconhecendo nossas limitações ante as emaranhadas
equações da vida, saibamos que Jesus em nossa fraqueza é
luz de esperança e, por isso mesmo, confiantes n`Ele – O
Mestre e Senhor – estamos certos de que, um dia, todos
nós faremos do Evangelho o que devemos fazer.
Jesus é o sublime conquistador que chegou para ficar...
Seu berço é a manjedoura singela que fala da humildade.
Não trouxe carruagens de ouro nem Se serviu de baixelas
de prata; não teve exércitos e tampouco palácios, não
possuiu escravo nem legionários; não fez alianças com
os “poderosos” da
Terra, nem contou com o apoio de juízes e partidos
políticos do mundo. No entanto, lembra-nos o Irmão X:
“ergueu, diante de todos, o coração pleno de amor e
chamou a Si os fracos e tristes, os pobres e
desamparados, os vencidos e os doentes, os velhos e as
crianças... Descortina à inteligência do povo a visão do
Reino da Luz, cujas portas devem ser descerradas com as
chaves da bondade e do trabalho, do entendimento e do
perdão... Caminha para a frente, ajudando, servindo
incessantemente e, para que o ódio e a crueldade, a
ignorância e a violência não se entronizem nas almas,
submete-se Ele mesmo, ao sacrifício da cruz, legando à
humanidade a revelação da vida eterna sobre o túmulo
vazio...
Reaviva-se a fé, amplia-se a esperança e a caridade
brilha imorredoura. Desde então, o poder do Invencível
Conquistador cresce com os dias...
E sempre que o Mundo recorda o Rei Divino, descido do
trono celestial às palhas da manjedoura, o pensamento
humano, por suas forças mais representativas, associa-se
aos cânticos das vozes celestiais e acrescenta
deslumbrado: – Glória a ti, ó Cristo! A esperança da
Terra Te saúda e glorifica para sempre...”