Vencendo
as drogas
Os deletérios efeitos da
Covid-19 não se
circunscreveram apenas
ao elevado número de
óbitos e à depressão
econômica, infelizmente.
Eles também têm servido
de estímulo ao aumento
da drogadição. Como
destacou um recente
artigo da revista Veja, a
imposição do isolamento
social, o receio de
contrair o vírus, a
substancial queda de
renda ou desemprego e a
perspectiva de um futuro
incerto são fatores que
têm causado insopitável
angústia e desespero em
muitas pessoas ao redor
do mundo.
O pessimismo chega ao
ponto de muitos
acreditarem que a vida
não será mais como
antes, esquecendo-se,
talvez, que mudanças são
parte da vida. Seja como
for, o fato é que
estamos vivendo em meio
a uma procela, que
certamente deixará
sequelas em todos nós. É
quase certo que mudanças
estruturais
provavelmente advirão
dessa dura experiência,
e, assim sendo, teremos
de nos readaptar a uma
outra realidade. Esse é
o desafio colocado
diante de nós, e que
exigirá muita paciência
e força interior de cada
um. Talvez, mais do que
nunca, precisaremos
buscar os recursos da
fé, da esperança e Deus
para nos guiar.
Aliás, o momento
presente –
independentemente do
estrago
econômico-financeiro ou
emocional que tem
produzido em nossas
vidas – também tem
possibilitado a
oportunidade de
construirmos a fé dentro
de nós, em caso de ainda
não a possuirmos. Por
essa razão, poderemos
sair muito mais fortes
espiritualmente dessa
passageira tempestade
que ora nos atinge, a
depender da maneira como
reagirmos.
No entanto, apelar para
o alcoolismo ou a
drogadição só tornam as
coisas muito piores do
que já são. Seguir esse
caminho errático
significa malbaratar
sagradas bênçãos
concedidas pelo mais
alto com vistas ao
avanço do Espírito
encarnado. Infelizmente,
considerável parte da
humanidade usa essas
destrutivas bengalas em
flagrante prejuízo aos
compromissos assumidos
junto à espiritualidade
maior. Analisando essa
problemática, o Espírito
Joanna de Ângelis
observou, no livro Conflitos
Existenciais (psicografia
de Divaldo Pereira
Franco), que “A
drogadição constitui, na
atualidade, um dos mais
graves problemas de
saúde mental e
orgânica...” Trata-se,
como sabemos, de
verdadeira pandemia que
vergasta o planeta,
atingindo especialmente
os incautos.
O quadro funesto é
exacerbado pela
insegurança advinda da
pandemia. Em
consequência disso, os
indivíduos têm se
atirado insanamente às
drogas e ao álcool como
se tais fugas pudessem
resolver as dificuldades
presentes. Como
corretamente afirma a
respeitável mentora
espiritual, “Os
conflitos internos que
aturdem o jovem ou o
adulto, que sente
insegurança na
realização de alguns
cometimentos, respondem
pela procura de
determinadas drogas
estimulantes que lhes
proporcionam segurança
na primeira fase da
intoxicação...”
Não poucos, como também
reconhece a benfeitora,
já trazem de encarnações
pregressas o hábito ou
inclinação à dependência
de drogas. De modo
geral, a crise atual, as
ínsitas fraquezas do
indivíduo e a ação dos
obsessores acabam, por
fim, levando-o à
derrocada. Para Joanna
de Ângelis, a
toxicomania é “uma
válvula para escapar-se
à ansiedade, ao
estresse, às pressões
vigentes,
lamentavelmente
conduzindo para a
loucura, a destruição e
a morte...”
Posto isto, é
indispensável a
autodeterminação do
dipsômano em se ajudar,
em buscar a recuperação,
voltando, assim, a
exercer o comando da
própria existência,
aceitando as
vicissitudes e reveses -
sejam eles quais forem -
como obstáculos naturais
do trajeto ascensional.
Nesse sentido, Joanna de
Ângelis recomenda as
leituras edificantes, os
exercícios físicos, o
cultivo do pensamento
positivo centrado na
autocura e a benfazeja
oração para que os
resultados positivos
ocorram. Por fim, cabe
lembrar que não nascemos
para nos autodestruir,
mas para efetuar
realizações sublimadas
pela vontade de Deus.