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por Juan Carlos Orozco

 

As potências da alma: meios disponíveis para impulsionar a evolução


Esta reflexão apoia-se no livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis, em que as potências da alma, a poderosa rede de forças e energias ocultas em nós, são identificadas pela vontade, pela consciência, pelos pensamentos, pelo livre-arbítrio, pelo amor e pela dor.

Como seres espirituais e inteligentes criados por Deus, trazemos no íntimo da alma os germens de faculdades poderosas e variadas, ou seja, os elementos necessários para impulsionar a nossa evolução espiritual a caminho da perfeição relativa à Humanidade.

Do amor de Deus, poderemos ser amorosos; da bondade divina, poderemos ser bondosos; da misericórdia divina, poderemos ser misericordiosos; da justiça divina, poderemos ser justos; da inteligência divina, poderemos ser criativos; e assim por diante.

Nascemos espiritualmente simples e ignorantes, mas o nosso destino é a evolução rumo à perfeição relativa para a humanidade, cujo modelo e guia é Jesus: o caminho, a verdade e a vida em direção ao Pai.

A vontade é a força interior que impulsiona o ser a realizar algo, a atingir seus fins ou desejos, colocando em movimento as potências internas, orientando-as para um ideal elevado, pois querer é poder.

A persistência e a tenacidade na vontade permitem modificar a nossa natureza, vencer os obstáculos e dominar a matéria, a doença e a morte. É pela vontade que dirigimos os nossos pensamentos para o alvo determinado. É preciso saber se concentrar, colocar o pensamento em sintonia com o divino.

A consciência é o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar e compreender aspectos de seu mundo interior. É a percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado, em atos e motivos individuais.

A inteligência se desenvolve à medida que o Espírito conhece a si mesmo autodescobrindo e tem consciência de seus atos, dominando as potencialidades da alma e do corpo.

Temos a consciência percebida pelos sentidos corpóreos e a decorrente dos sentidos espirituais, enxergando o imperceptível fisicamente.

A consciência física é o centro da personalidade, que se completa pela consciência espiritual, controlando as vontades; os desejos; as esperanças; os temores; os pensamentos; o livre-arbítrio; o amor e a dor.

Muitas pessoas têm o sentido espiritual, que as torna capaz de perceber os fatos e as verdades de ordem transcendental. Contudo, estas desconhecem a possibilidade de comunicar-se com os seus amigos do espaço por meio da mediunidade.

O livre-arbítrio é a possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante. É a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões. O livre-arbítrio desenvolve-se à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Nas primeiras fases da vida, a liberdade do Espírito é quase nula.

Liberdade e responsabilidade são correlatas, aumentando com a elevação do ser, refletindo a expansão da personalidade e da consciência. Estas capacidades somente podem ser obtidas com educação e preparação prolongada das faculdades humanas.

O pensamento é criador e quem pensa é a alma. O pensamento projeta-se sem cessar no tempo e no espaço.

Todo produto do Espírito reverte para o autor com as suas consequências, podendo acarretar sofrimento ou elevação do ser. Pode-se percorrer caminho de atmosfera brilhante ou turva, povoada pelas criações de seu pensamento.

O pensamento é portador de carga energética que o qualifica positiva e negativamente, interferindo nos relacionamentos humanos conforme as faixas vibratórias que se expandem.

O pensamento de natureza doentia, pessimista e rancorosa tanto prejudica quem o cultiva quanto produz ressonância perniciosa na pessoa contra a qual é dirigido.

O pensamento não atua somente em torno de nós, influenciando os nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós, pois gera as nossas palavras e ações e, com ele, construímos o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura.

O amor reveste-se de formas infinitas, desde as mais vulgares até as mais sublimes.

O amor divino proporciona à alma, em suas manifestações mais elevadas e puras, a intensidade de radiação que aquece e vivifica tudo em volta de si. É por ele que a alma se sente estreitamente ligada ao Poder divino, foco ardente de toda a vida e todo o amor.

O amor é força inexaurível, renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que dá e quem recebe. É por amor que Deus atua no mundo.

A alma adquirirá a plenitude de seu desenvolvimento quando for capaz de compreender a vida celeste, que é toda amor, e dela participa. O amor divino deve se expandir para os outros, o amor que multiplica, expande, liberta e faz evoluir.

A dor é lei de equilíbrio e educação, pois ela adverte, faz refletir, aprender, ensinar e permite evoluir.

Todos os seres passam pela dor, porquanto os erros do passado recaem sobre nós com todo o seu peso e determinam as condições do nosso destino. O sofrimento é a repercussão das violações cometidas de ordem eterna.

A ação da dor é um bem para quem sabe compreender, mas somente podem compreender aqueles que sentiram os seus poderosos efeitos.

Quanto mais a alma se eleva, cresce e se faz bela, tanto mais a dor se espiritualiza e se torna sutil. Quanto mais o ser humano se aperfeiçoa, tanto mais admiráveis se tornam nele os frutos da dor.

Por trás da dor, há alguém invisível que lhe dirige a ação e a regula segundo as necessidades de cada um. A dor é apenas meio de que usa o Poder Infinito para chamar cada um a si e, ao mesmo tempo, tornar-nos mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura.

Assim, trazemos os germens da divindade, como seres espirituais e inteligentes, obras do Criador. É na vida íntima, no desabrochar de nossas potências, faculdades e virtudes, que está o manancial para alavancar a nossa evolução.

 

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 32ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.


 
 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita