Cinco-marias

por Eugênia Pickina

Riscos nas redes


Educação, para a maioria das pessoas, significa tentar levar a criança a parecer com o típico adulto de sua sociedade… Mas para mim, a educação significa fazer criadores… Você precisa torná-los inventores, inovadores, não conformistas
. J. Piaget


A maioria de nossas crianças e adolescentes acessa a internet e frequenta redes sociais. Com as escolas fechadas, o ensino remoto está sendo praticado em distintos lugares no país. E ainda: o Conselho Nacional de Educação já aprovou o funcionamento do ensino remoto até o fim de 2021.

Por um tempo razoável os estudantes deverão, provavelmente, frequentar o mundo virtual. Mas, atenção: quanto mais nossas crianças e adolescentes têm acesso ao mundo virtual, maior cuidado é exigido por parte dos pais (ou responsáveis). Por quê? Ora, ainda que qualquer rede social não aceite a adesão de internautas infantis, muitas crianças, a partir de 8, 9 anos, já frequentam redes sociais. O mais grave é que parte dessas crianças ludibriou a idade com o consentimento dos pais.

Os pais alegam: “nossos filhos nasceram em uma época em que ninguém pode ficar excluído das redes”. Além disso, as crianças são insistentes e usam argumentos que costumam convencer os pais: “todos os meus amigos têm página lá, somente eu ficarei de fora”…  Contam aos pais que é seguro e tranquilo. Mas na realidade não é.

Pesquisa mundial realizada recentemente pela Plan International afirmou que 58% das meninas já sofreram assédio on-line. E, no Brasil, esse índice é maior: 77%.

Crianças e adolescentes até os 16 anos, mais ou menos, não dispõem de recursos pessoais para enfrentar sozinhos as adversidades da vida e, por isso, dependem dos adultos para serem protegidos e orientados. Reconsidere, portanto, o seu filho sem tutela nas redes. O Instagram, por exemplo, para evitar riscos da exposição de crianças nas redes sociais, decidiu seguir com mais rigor seus termos de uso da rede social, que indicam que a idade mínima para ter acesso ao serviço é de 13 anos...

Antes de as escolas fecharem por causa da pandemia, muitos pais se preocupavam com o tempo que os filhos dedicavam ao mundo virtual. Com o advento da pandemia, essa preocupação urge continuar a existir. Ou seja, embora estejamos todos tomados pelas incertezas, em relação às redes nada mudou. Os pais, em consequência, devem saber o que o filho faz ou não faz nas redes.

Os riscos nas redes persistem. Logo, apesar da crise sanitária, infância não combina com celular. Criança deve participar das aulas remotas e, depois de cumprida a exigência escolar, precisa brincar e isso depende apenas do mundo real... E o adolescente? Com ou sem celular, a necessidade de supervisão continua importante mesmo em tempos de pandemia.

Notinha

Plan International é uma organização não governamental que defende os direitos das crianças e dos adolescentes. Para saber mais, consulte: www.plan.org.br
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita