Obesidade infantil: má alimentação e
sedentarismo
A verdadeira educação é aquela que vai ao encontro da
criança para realizar a sua libertação.
Maria Montessori
No Brasil, um dos efeitos da pandemia da Covid-19 é o
aumento da obesidade infantil.
A alta da obesidade se justifica pela má qualidade da
alimentação. A permanência de pessoas em casa levou à
redução de alimentos frescos e saudáveis. Por isso, em
muitas casas, as crianças estão dia a dia comendo muito
sal, muito açúcar, gorduras saturadas e, entre as
famílias que vivem com crianças e adolescentes, um maior
consumo de alimentos processados e ultraprocessados,
refrigerantes e fast food.
Em sociedades predominantemente urbanas como a
brasileira, é preciso levar a sério a educação alimentar
da criança. O distanciamento da natureza, a redução das
áreas naturais, a qualidade dos espaços ao ar livre
estão também contribuindo com a obesidade infantil. Isso
porque um estilo de vida mais sedentário – quadro
intensificado pelo confinamento em razão da pandemia –
tem como efeitos a obesidade, o que prejudica o
desenvolvimento integral da criança.
A obesidade em crianças compromete as gerações futuras,
pois crianças obesas têm maior probabilidade de
desenvolver doenças crônicas – como doenças cardíacas e
diabetes. Além disso, as consequências da obesidade
infantil têm implicações de caráter tanto metabólico
quanto psicológico e comportamental – crianças obesas,
por exemplo, estão mais sujeitas ao bullying na
escola e à depressão. Não é exagero dizer então que os
pais/responsáveis devem prestar atenção à alimentação da
criança, oferecendo a ela “comida de verdade”.
A obesidade só pode ser combatida com mudanças no estilo
de vida. Os adultos precisam comprometer-se a apoiar os
filhos, cientes da necessidade cotidiana de conectá-los
a uma alimentação saudável. Ainda contra o sedentarismo,
é essencial que as crianças tenham contato com a
natureza para que brinquem e façam atividades físicas.
Notinhas
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma criança é
sedentária se fizer menos de 60 minutos de atividade
física por dia. Estudos a esse respeito indicam que a
maioria das crianças ocidentais não alcança essa cota
de atividade diária. O pior é que geralmente o
sedentarismo em crianças é acompanhado por uma
alimentação inadequada, gerando as condições ideais para
a obesidade infantil. São consequências do sedentarismo
infantil: sobrepeso e obesidade; estagnação do
desenvolvimento psicossocial; desenvolvimento de
comportamentos viciantes – as novas tecnologias têm um
efeito viciante, principalmente em mentes imaturas, como
as crianças.
Para as crianças e os adultos: nada de eletrônicos na
hora da comida. É importante a criança aprender a
desfrutar das refeições à mesa. Deixe o doce, os
alimentos processados, para as situações que escapam à
rotina – um final de semana, uma viagem etc. E, ainda,
em casa, vale muito a pena ter uma hortinha, seja ela em
vasos ou no quintal.
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