Polêmicas doutrinárias teológicas cristãs
O nosso respeito aos Santos Padres da Igreja por criarem
a doutrina cristã, com o ainda imaturo e meio mitológico
entendimento, na sua época, sobre Deus.
E há, principalmente hoje, muitos exemplos de
dificuldades entre as pessoas sobre a doutrina cristã.
Assim é que os comentaristas de minha coluna no site de
O TEMPO obrigam-me a voltar, frequentemente, ao assunto
do Espírito Santo. Paulo, o primeiro autor dos textos do
Novo Testamento, ensina-nos que o Espírito Santo é a
alma ou o espírito santo de cada um de nós e acentua que
o nosso corpo é templo dele, o Espírito Santo. E esse
Espírito Santo que habita em nós, exatamente por ser a
nossa alma ou nossa centelha divina, tem sua própria
identidade individual de cada um de nós.
Porém, mais tarde, foi criado pelos teólogos o Dogma da
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade e que foi sempre
muito divulgado por eles, deixando, pois, o Espírito
Santo ensinado por Paulo ficar meio esquecido pela
maioria dos cristãos, e até mesmo o verdadeiro Espírito
Santo ou Santo Espírito do Deus Pai, que ficou também
meio esquecido, quando Ele é que deveria ser o mais
falado.
Diz Paulo: “Acaso não sabeis vós que o vosso corpo é
santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual
tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”
(1 Coríntios 6:19).
A diferença entre esse Espírito Santo paulino e o do
Dogma da Terceira Pessoa Trinitária dos teólogos tem
confundido muito, até hoje, os cristãos. E o que
contribui muito para que essa questão ficasse ainda mais
confusa é que, o grego, a língua em que foi escrito o
Novo Testamento, só possui o artigo definido “ho” (o).
E, nos próprios textos em grego e, principalmente, nas
traduções para outras línguas, onde se deveria usar o
artigo indefinido “um” diante de espírito santo,
ficando, pois, assim: ‘um’ espírito santo, eles
colocavam o artigo definido “ho” (o), com o sentido,
pois, do Espírito Santo da Terceira Pessoa (e com as
iniciais maiúsculas favoráveis, pois, à ideia do Dogma
Trinitarista). Mas o mais certo, frequentemente, devia
ser ‘um espírito santo’, conforme o ensino paulino, que
disse também: “Quando alguém ora em língua, é o próprio
espírito dele que ora” (1 Coríntios 14: 14). E sobre os
artigos, alguns textos gregos e portugueses de umas
Bíblias, em grego e português, têm o artigo definido
grego “ho” e em português “o” entre parênteses.
(Exemplo: “Novo Testamento Interlinear Grego/Português”,
da Sociedade Bíblica do Brasil, tradução de João de
Almeida).
É, pois, muito relevante a atitude de São Jerônimo que,
para fugir dessa polêmica, não dizia em latim: “spiritus
sanctus”, mas “spiritus bonus” - um Espírito bom!
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