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por José Reis Chaves

 

Polêmicas doutrinárias teológicas cristãs


O nosso respeito aos Santos Padres da Igreja por criarem a doutrina cristã, com o ainda imaturo e meio mitológico entendimento, na sua época, sobre Deus.

E há, principalmente hoje, muitos exemplos de dificuldades entre as pessoas sobre a doutrina cristã. Assim é que os comentaristas de minha coluna no site de O TEMPO obrigam-me a voltar, frequentemente, ao assunto do Espírito Santo. Paulo, o primeiro autor dos textos do Novo Testamento, ensina-nos que o Espírito Santo é a alma ou o espírito santo de cada um de nós e acentua que o nosso corpo é templo dele, o Espírito Santo. E esse Espírito Santo que habita em nós, exatamente por ser a nossa alma ou nossa centelha divina, tem sua própria identidade individual de cada um de nós.

Porém, mais tarde, foi criado pelos teólogos o Dogma da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade e que foi sempre muito divulgado por eles, deixando, pois, o Espírito Santo ensinado por Paulo ficar meio esquecido pela maioria dos cristãos, e até mesmo o verdadeiro Espírito Santo ou Santo Espírito do Deus Pai, que ficou também meio esquecido, quando Ele é que deveria ser o mais falado.

Diz Paulo: “Acaso não sabeis vós que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19).

A diferença entre esse Espírito Santo paulino e o do Dogma da Terceira Pessoa Trinitária dos teólogos tem confundido muito, até hoje, os cristãos. E o que contribui muito para que essa questão ficasse ainda mais confusa é que, o grego, a língua em que foi escrito o Novo Testamento, só possui o artigo definido “ho” (o). E, nos próprios textos em grego e, principalmente, nas traduções para outras línguas, onde se deveria usar o artigo indefinido “um” diante de espírito santo, ficando, pois, assim: ‘um’ espírito santo, eles colocavam o artigo definido “ho” (o), com o sentido, pois, do Espírito Santo da Terceira Pessoa (e com as iniciais maiúsculas favoráveis, pois, à ideia do Dogma Trinitarista). Mas o mais certo, frequentemente, devia ser ‘um espírito santo’, conforme o ensino paulino, que disse também: “Quando alguém ora em língua, é o próprio espírito dele que ora” (1 Coríntios 14: 14). E sobre os artigos, alguns textos gregos e portugueses de umas Bíblias, em grego e português, têm o artigo definido grego “ho” e em português “o” entre parênteses. (Exemplo: “Novo Testamento Interlinear Grego/Português”, da Sociedade Bíblica do Brasil, tradução de João de Almeida).

É, pois, muito relevante a atitude de São Jerônimo que, para fugir dessa polêmica, não dizia em latim: “spiritus sanctus”, mas “spiritus bonus” - um Espírito bom!



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita