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por Eurípedes Kühl

 

Covid-19: vacina e remédio


A atual pandemia, afetando praticamente todos os países, alvoroça a Humanidade, deixando-a com pouco prumo. Só aparentemente...

A maioria das pessoas, se não todas, anseia pela descoberta da vacina e do remédio que eliminem a Covid-19[1].

Historicamente, séculos antes da era cristã, a humanidade já se debatia com a triste realidade das pandemias, ceifadoras da vida de milhões de pessoas. Dessas pandemias, faço um relato rápido daquela que talvez, tenha sido a pior de todas: a varíola.

● Na Ásia e na África foi um flagelo, desde tempos remotos;

● Na China, a varíola já era conhecida no ano 1122 a.C.;

● Na Europa, teria chegado no século VII, através dos árabes que invadiram a Espanha;

● Quando Hernán Cortez (conquistador espanhol) desembarcou no México, em 1519, houve contaminação geral, pois um dos integrantes da sua expedição estava varioloso; em consequência, morreram cerca de três milhões e quinhentos mil indígenas;

● No Brasil, a primeira epidemia se deu no ano de 1563, deixando viva apenas a quarta parte da nossa população — maioria, indígenas —, sendo a partir daí que no sertão brasileiro a varíola passou a ser chamada de “peste”;

● Ainda na Europa, no século XVIII, eram raras as pessoas isentas de sinais de “bexiga” no rosto: sequelas deixadas pela doença. (Naquela época, de cada cem europeus, dez morriam de varíola);

● Em 1730, até na Groenlândia, grande número de esquimós (população glacial) foi vitimado pela varíola;

● Em 1770, na Índia, a varíola exterminou três milhões de pessoas.

Mas, ao lado desses tristes acontecimentos, acontecem fatos surpreendentemente alvissareiros, dentre eles, vacinas e remédios.

Vacinas[2]

Em 1798, Edward Jenner (1749-1823), naturalista e médico rural inglês, observou que as vacas que manifestavam essa doença (pequenas erupções nos úberes), transmitiam-na (de forma atenuada) aos ordenhadores que tivessem algum machucado nas mãos; tais pessoas, após pequeno processo infeccioso, resistiam à varíola. Estudando o fenômeno, concluiu que a “varíola da vaca”, quando contaminava pessoas, imunizava-as contra a varíola humana. Jenner, então, realizou inúmeras experiências inoculando linfa de uma mulher infectada num menino sadio, que apresentou pequenas alterações, logo ficando restabelecido.

Essa primeira vacinação (a palavra vacina origina-se do Latim vaccinus, de vaca, pelo francês vaccine), isto é, inoculação com varíola da vaca, tinha tido sucesso.

Novas pesquisas, estudos e técnicas para a produção de vacinas, não apenas para a varíola, proporcionaram a existência, no mundo todo, de vacinas para outras patologias.

Milhões e milhões de vidas salvas por elas, desde então!

Obs. Segundo pesquisas que realizei, atualmente a vacinação em dia previne contra pelo menos 15 tipos de doenças.

A vacina da varíola chegou ao Brasil em 1803, através de um programa patrocinado pela Espanha, mas somente em 1904 se tornaria obrigatória, isto é, cem anos após...  E assim mesmo, após causar quase uma rebelião — a chamada “Revolta da Vacina” (resistência popular em se deixar vacinar).

A varíola foi erradicada no Brasil graças ao médico brasileiro, sanitarista e bacteriologista Oswaldo Cruz (1872-1917) que, com energia e competência, promoveu vacinação em massa da população. Combateu ainda a febre amarela e a peste bubônica, principais doenças na capital federal de então (Rio de Janeiro).

Remédios[3]

Confiante na proteção do Mais Alto, e no aguardo da cura da covid-19, relembro de um singular exemplo de como a Providência Divina age sempre a favor da Humanidade: a descoberta da penicilina (primeiro antibiótico):

Alexander Fleming (1881-1955), médico bacteriologista inglês, em 1929, estudando uma raça de estafilococos, deixou várias placas com culturas dessas bactérias repousando no peitoril da janela de seu laboratório. Saiu de férias e ao voltar, uma daquelas placas despertou-lhe particularmente a atenção, pois no centro dela formara-se uma área de mofo azul-esverdeado, do tamanho de uma moeda. Ao redor do mofo, separando-o da cultura, aparecia uma região mais clara. Investigando, Fleming concluiu que, na região clara, a colônia de estafilococos fora destruída, contaminada com fungos do gênero Penicillium. Denominou então de penicilina à substância específica produzida por aquele fungo.

Estava descoberto o primeiro antibiótico!

Seguiu-se a produção de muitos outros.

Milhões e milhões de vidas salvas por eles, desde então!

Covid-19

É de consenso: a Humanidade não será mais a mesma após a atual pandemia, havendo esperança de ocorrer, a breve tempo, salto de progresso humanitário mundial. Assim espero!

Se alguém se julgar inocente e injustamente alcançado por esse “castigo invencível” (a covid-19), essa é a hora de, mais do que nunca, alicerçar a fé no Amor do Supremo Criador, regendo o Universo e expresso em Leis Naturais Divinas — perfeitíssimas e caridosas —, e é com elas que a Providência celestial acompanha tudo que acontece na Terra.

As Leis Divinas não infligiriam, nem permitiriam tantos e tamanhos sofrimentos e tantas perturbações mundiais, se com eles — e por eles — não houvesse um plano divino de evolução.

Jesus afirmou: “Até os fios de cabelo da vossa cabeça estão todos contados” e, “contudo, não se perderá um único fio de cabelo da vossa cabeça”.  (Lucas 12:7 e 21:18, respectivamente.)

Consentaneamente com as lições do Excelso Mestre, premissas espíritas afirmam que não existem: sorte, azar, coincidência, destino, acaso, e, sim, a Justiça Divina, no integral e justo controle de todos os acontecimentos humanos “ocasionais”, ou inevitáveis.


***


Dos tempos das cavernas como lares, para a civilização de hoje, ocorreu grande salto, triste, mas inapelavelmente verdadeiro: a Humanidade progrediu intensamente, nos quesitos materiais e científicos, no entanto, o progresso espiritual patina lá atrás.

Esse o motivo pelo qual considero o coronavírus, o sideral mensageiro de que se inaugurou um novo ciclo de progresso mundial e uma nova etapa evolutiva moral aguarda a Humanidade.

A fraternidade e o amor, se vivenciados na plenitude, ofertarão as seguintes possibilidades mundiais, futuras, dentre outras:

● maior respeito a Deus, à Natureza e a todos os seres vivos;

● convivência familiar melhorada, inexistindo famílias sem amor;

● prioridade mundial para todos: moradia digna, educação, saneamento básico, cidadania plena;

● despertamento da compaixão e caridade para com os necessitados;

● mobilidade relativa, reduzida e livre: fronteiras eliminadas, com imigrações “zero”;

● menor trânsito, melhores atmosferas, conservação das florestas, águas e solo.

Sugiro três novas janelas para apreciar essa paisagem terrena de novos ângulos, no antes, no durante e, principalmente no pós-pandemia, para entendermos o que está acontecendo e compreender que Deus só quer nosso bem:

- No antes, o mundo às voltas com radicalismos religiosos inacreditáveis, guerras absurdas e cronicidade bélica, com vultosos dispêndios financeiros; quem podia armando-se para quanto mais destrutivas fossem suas armas, ou melhor, que matassem mais gente e arrasassem inimigos, adquirindo mais e mais poder; povos incontáveis penando, há tempos, em dolorosíssimas imigrações; milhares de famílias desabrigadas, passando fome, frio e dor;

- No agora da pandemia: mortes mundiais diárias aos milhares, que parecem não ter fim, de ricos e pobres, alcançados pela covid-19, muitos vivenciando o até então inimaginável processo de perder a consciência e o controle da própria vida e ser tratado como se a identidade integral já não mais existisse, ou esfacelando-se.

Felizmente, queiram ou não, a Ciência emerge, impõe-se e se aplica, quase que no todo, com centenas de laboratórios, cientistas, médicos, pesquisadores e técnicos, na busca frenética de como, com as vacinas, estancar tantas mortes — suprema tristeza, enlutando lares e famílias —, bem como encontrar remédios para a cura definitiva da covid-19, em nível mundial.

- No pós do atual embate pandêmico duríssimo, vacina sendo aplicada, oficial e judiciosamente, novos tempos estarão na bandeja da Vida, mostrando a todo o mundo que sobrepairando sobre a Terra há um Comando Maior: DEUS!

Penso, modo geral, a partir de mim próprio, bem como em toda a Humanidade, que estamos com a grande oportunidade de recompormos comportamentos, substituindo todos os contraditórios às Leis Divinas, por ações construtivas.

Talvez a melhor maneira dessa abençoada conquista seja “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, como a si mesmo”, como lecionou o Excelso Mestre.

Simultaneamente, eliminar toda ação contrária à citada lição.

Em linhas gerais: autorreforma!

Desde já unamos nossas mais sinceras preces diárias ao nosso Pai Maior e Seus ministros siderais, dentre eles Jesus à frente, rogando a cura dos atingidos pela pandemia e a consolação aos familiares que por ela perderam entes amados, na certeza da imortalidade da alma, e que, nós e eles, estamos sob a permanente proteção de Deus.


 

[1] Desde o início de fevereiro/20, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a chamar oficialmente a doença causada pelo novo coronavírus de Covid-19. COVID significa COrona VIrus Disease (Doença do Coronavírus), enquanto “19” se refere a 2019, quando dos primeiros casos em Wuhan, na China.

[2] Dados extraídos da Enciclopédia “CONHECER”, Abril/Cultural, Volume IV, pág. 858.

[3] Dados captados na Wikipédia, a enciclopédia livre da internet.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita