Brasil
por Thiago Bernardes

Ano 14 - N° 705 - 24 de Janeiro de 2021

Que ocorre com o Espírito de uma pessoa durante o coma


Do grego kôma (sono profundo), coma é definido como o estado patológico em que há perda de consciência, ausência ou redução das reações a estímulos e eventual alteração de funções vitais (ex.: coma alcoólico, coma diabético).

Segundo os especialistas, muitas patologias e lesões podem afetar o bom funcionamento do encéfalo e provocar o coma, que pode perdurar por um tempo curto, médio ou longo, dependendo das causas que o motivaram.

Seja qual for sua duração, muitas pessoas perguntam-nos como fica o Espírito da pessoa durante esse estado. Ele se desprende do corpo ou fica perto do veículo corpóreo? Desprendendo-se, pode trabalhar na condição de Espírito? Pode estudar?

Em artigo publicado nesta revista, Orson Peter Carrara examinou o assunto mencionando o livro Vinte Dias em Coma, de autoria do confrade Wilson Frungilo Jr., que examina exatamente as questões a que nos referimos.

Na obra citada, composta na forma de romance, o personagem principal é um vaidoso e arrogante empresário bem-sucedido que é levado ao estado de coma e, nesse estado, ouve tudo o que se passa à sua volta, o que produz expressiva renovação em seus sentimentos ao perceber realidades que seu orgulho não permitia ver. Quando retornou do coma, motivado pelo que ouviu, deu outro rumo à própria vida.

A história mencionada pode, assim, ajudar-nos a compreender o que se passa durante o coma e deduzir os benefícios, em termos morais e espirituais, que o coma pode trazer a uma pessoa, uma vez que, examinando o assunto tão somente pela ótica materialista, não é possível vislumbrar no fato nenhum benefício, salvo quando o coma seja necessário e, por isso, induzido pela equipe médica responsável.

São inúmeros os relatos de pessoas que voltaram do coma e afirmaram ter podido acompanhar, como se estivessem perfeitamente acordadas, os fatos que se passaram a seu lado durante aquele estado, confirmando o enredo do livro Vinte Dias em Coma.

No livro Plantão de Respostas – Pinga Fogo II, publicado em 1995 pela Editora CEU, Emmanuel, valendo-se da mediunidade de Chico
Xavier, respondeu a uma pergunta semelhante à que citamos inicialmente, expressa nos seguintes termos: “O que se passa com os Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até mesmo anos, em estado vegetativo (coma)?”

Eis a resposta dada por Emmanuel, constante da obra mencionada:

 

“Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do perispírito, dispõem de uma relativa liberdade.

Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos.

Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)”.

 

As explicações de Emmanuel permitem que entendamos que, se há muitas coisas na vida que temos dificuldade de compreender, todas elas – todas, sem exceção – têm um propósito e mostram que o acaso não existe, como Joanna de Ângelis,

reportando-se aos acontecimentos aparentemente casuais, assim escreveu em seu livro Alerta, cap. 3, obra psicografada por Divaldo P. Franco:

 

“O imprevisível é a presença divina, surpreendendo a infração.

“O insuspeitável pode ser considerado como a interferência divina sempre vigilante.

“O inesperado deve ser levado em conta como a ocorrência divina trabalhando pela ordem.”

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita