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por José Reis Chaves

 

Quem, sem saber, tem mais de uma religião


A Igreja do passado, porque a humanidade era ainda pouco evoluída, dizia que fora da Igreja não havia salvação. E isso criou uma crença de que todo mundo tinha que ser, exclusivamente, somente católico.  

Porém, posteriormente, a referida frase da Igreja foi dada, por ela mesma, como “vencida”. E o ensino de que as crianças que morriam sem o Batismo iam para o Limbo, caiu também em descrédito e foi anulado, igualmente, por ela própria.

Tomara que essas mudanças sejam prenúncios de outras novas e urgentes mudanças na Igreja, para que ela não continue diminuindo, levando muitos católicos, principalmente do Primeiro Mundo, à indiferença religiosa e à fuga para outras religiões. É claro que os líderes religiosos têm que pregar apenas a sua religião, o que ocorre nem sempre por consciência, mas por conveniência, pois, sem isso, podem perder seu privilegiado emprego. Assim também, por exemplo, os líderes religiosos a que nos referimos, se eles crerem na reencarnação, como sabemos de muitos desses casos, eles não podem falar, publicamente, que creem nela, uma vez que vão ter complicações profissionais. É, pois, uma questão semelhante à do celibato obrigatório dos padres. Muitos são contrários a ele, mas não podem expressar, publicamente, essa sua opinião, antes de ela vir das altas autoridades eclesiásticas do Vaticano.

Mas o fato de religiosos ou não, pública ou ocultamente, crerem em outras doutrinas que não pertencem à sua religião, mesmo que seja apenas uma só doutrina, eles estão tendo mais de uma religião, pois estão com um pé numa e outro pé noutra. E, valendo-nos, outra vez, do exemplo da reencarnação, se vocês, meus queridos leitores, que me estão lendo, descobrem que ela é, realmente, uma verdade, mas que sua religião não professa, vocês, como já foi dito, de algum modo ou parcialmente, passam a ter outra religião, mas, às vezes, até mesmo inconscientemente! E, nesse caso, vocês deixam de ser numa doutrina religiosa passivos, para serem ativos. É o que acontece também com as crianças a respeito do Papai Noel. Antes, elas, passivamente, sofrem a ação de crerem nele. Depois, mais amadurecidas no entendimento da verdade sobre ele, elas desbancam o Papai Noel de ser ativo para ser passivo, já que ele, de presenteador, se torna o próprio presente, e até sem que elas o percebam, pois, isso acontece como se fosse automaticamente!

E, com a aceitação de outras doutrinas religiosas estranhas à nossa religião, ocorre também fato semelhante, pois, as próprias verdades doutrinárias novas se impõem, por si mesmas e, às vezes, até mesmo sem que percebamos que elas são contrárias à nossa religião. E são essas pessoas que estão mais próximas do verdadeiro rebanho de um só Pastor!


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita