Não te deixes vencer pelos obstáculos!
Na atualidade, ouvimos, de todos os lados, lamentos sem
fim (e de toda ordem). Vejamos:
“Perdi parente para o vírus…”;
“Meus negócios não vão bem… a crise nos levará ao
caos…”;
“Minha saúde ficou abalada…”;
“Não suporto mais o isolamento social…”;
“Detesto ter aulas on-line…”;
“Como conciliar casa, trabalho, segurança? Sinto-me sem
forças...”;
“Muito difícil estar em casa com meus familiares…”;
“A máscara me sufoca…”;
“Chato demais usar álcool a todo momento…”;
Etc.
Vale dizer que os lamentos humanos não são de hoje,
fruto de uma pandemia, mas sempre estiveram presentes,
com ou sem crises humanitárias como a que estamos
experienciando.
Por certo os desafios se agigantaram, sabemos.
Por outro lado, temos consciência de que também as
oportunidades estão presentes, a cada dia, como
diamantes sagrados a brilharem em cada segundo da
existência.
• Nunca
antes aprendemos tanto e tão rapidamente sobre o uso das
tecnologias;
• Convocados
ao lar, podemos desenvolver melhores pontes de diálogo
com todos, além de trabalharmos arestas e conseguirmos
(re) aproximações necessárias;
• Em
nossas casas, a possibilidade de cuidarmos dos ambientes
com maior atenção e esmero;
• Dadas
as circunstâncias, maior facilidade para separarmos o
real do ilusório, o necessário do supérfluo, o urgente
do pueril, o importante do irrelevante etc.
• Oportunidade
de internalizar, refletir, meditar sobre si mesmo e
também a respeito do que se deve fazer (ou deixar de
fazer) no mundo;
• Possibilidade
de revermos projetos, sonhos, intenções no hoje, curto
ou mesmo a médio e longo prazos;
• Revisitarmos
a filosofia que norteia nossa própria existência (“tenho
seguido minha crença ou não?”. “Diante dos desafios,
como tenho reagido? etc.)
Com sabedoria, já nos perguntava o dito popular: Afinal,
queremos achar culpados ou soluções?
Vírus, governos, sistemas, personalidades, egos…
Podemos seguir na caça de muitos dos culpados para
nossas mazelas e os encontraremos, por certo.
Principalmente a nós mesmos!
Entretanto, muito mais importante e urgente refletirmos
sobre possíveis soluções.
E, confiando no bom senso, de início já podemos
considerar que desânimo e reclamações de nada adiantam.
Aliás, só atrapalham…
No livro O Espírito da Verdade, de autores
diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o
Espírito Lameira de Andrade, no texto de título “Provas
Decisivas” (cap. 68), nos chama a atenção para essa
questão.
Relembra-nos o benfeitor espiritual que, desde os
primórdios, todos os grandes vultos da humanidade
passaram por provas decisivas, por desafios imensos!
Desde Cervantes - que preso e paralítico de sua mão
esquerda, ainda assim deixou um enorme legado à
literatura - até o Dr. Bezerra de Menezes, que no final
de sua encarnação e, apesar de sua situação de intensa
miséria material, tornou-se um Grande Apóstolo do
Cristo, Lameira desfila exemplos e nos alerta para a
realidade de que todos nós, na Terra, somos Espíritos
endividados e ignorantes, necessitados de aprendizagens
e experiências refazedoras, de todos os matizes e que,
em razão disto, não devemos nos deixar vencer pelos
obstáculos.
Explica ele que “a resignação humilde, a misturar
lágrimas e sorrisos, anseios e ideais, consolações e
esperanças, constrói sobre a criatura invisível auréola
de glória que se exterioriza em ondas de simpatia e
felicidade”.
E, finalizando o belíssimo capítulo, nos aconselha,
resoluto: “Quando o carro de tua vida estiver
transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e
continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus”.
Trabalhar, confiar e servir com Jesus…
O que significam, na prática, estes três verbos,
destacados pelo Benfeitor?
Seguir no mundo, produzindo bons frutos, seja na
profissão, no lar, com os amigos, colegas etc. Confiar
na Vida, em Deus, pois a providência Divina jamais erra
da dose, no conteúdo ou no endereço… Seja na taça de
vinho ou no cálice de fel, cada qual recebe conforme
suas necessidades e forças. Ademais, o Pai jamais
desampara seus filhos, sabemos.
Por fim, quanto a servir com Jesus, sabemos que, muito
distante de nos perdermos em reclamações, precisaremos,
de nossa parte, aceitar os desafios com fé e esperança,
fazendo pelos outros aquilo que gostaríamos para nós.
Levarmos a semente do Reino de Deus ao mundo, a partir
do nosso próprio coração, sem nos negarmos aos
sacrifícios, ainda necessários. Aliás, exatamente como
nos ensinou o Espírito Emmanuel, no livro Palavras de
Vida Eterna (psicografia de Francisco Cândido
Xavier):
“Nosso primeiro impulso é o de reclamar naquilo que
supomos nosso direito; contudo, buscando a palavra do
evangelho, surpreendemos a inesquecível advertência do
Senhor: ”Que te importa a ti? Segue-me tu!”
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