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por Derni Oliveira

 

Integridade psíquica


Precisamos cuidar melhor da nossa integridade psíquica.

Para muitos que não estudam a Doutrina Espírita mais atentamente, muitas vezes os médiuns parecem estar fraudando, ou seja, não estão sendo verdadeiros nem consigo mesmos nem com os outros. Ou, quando não são uma fraude (no caso quando não é possível comprovar o caráter irreprochável da conduta do médium), muitos acreditam que provavelmente os mesmos estariam passando por algum tipo de problema de ordem psicótica.

Do ponto de vista da psicologia não transpessoal, segundo Carl Jung indagou em sua tese de Medicina de 1902, intitulada “Sobre a Psicologia e a Patologia do Suposto Fenômeno Oculto”, os médiuns seriam “vítimas” de um estado egoico extremamente lábil? Isto é, nas palavras de outro não menos renomado psiquiatra, James Hollis (autor do excelente livro “Assombrações”), qualquer pessoa durante um transe autoinduzido (mas também ocorre quando se está “fatigado ou estressado”), teria “partes dissociadas de sua psique” exercendo “um quinhão de autonomia e expressão”. Ou, da mesma forma, “em momentos de estresse e consciência alterada”, pode-se “dizer coisas que nos provocariam arrependimento ou repúdio” posteriormente, pois “aspectos dissociados de nós mesmos podem factualmente emergir de nossas bocas”.

Argumentos à parte, não é de bom alvitre para um artigo com breves linhas esmiuçar os diversos experimentos executados tanto no campo do animismo quanto no campo da mediunidade. Entre muitos, a título de consulta (ou de pesquisa), poderíamos citar, desde “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, “Animismo e Mediunidade”, de Alexandre Aksakof, “Hipnotismo e Mediunidade”, de César Lombroso, “Channeling”, de Jon Klimo, a “Condomínio Espiritual”, de Hermínio Correa de Miranda - que não ficaríamos devendo absolutamente em nada ao leitor prudente.

Não resta dúvida que, no campo anímico, toda a carga de energias mal resolvidas, desta ou de outra vida, tende a se manifestar enquanto “fantasmas de nós mesmos que nos assombram”. Mas quando se trata de energias associadas, quero dizer, quando ocorre o contato com Espíritos desencarnados, os complexos que se potencializam passam a tomar vultos enormes, por assim dizer, traumáticos nos casos quando se processa a subjugação.

Complexos anímicos e complexos mediúnicos são uma realidade que a ciência mecanicista não consegue separar, já que não somos ao pé da letra um único organismo, tal e qual como se robô fôssemos, sem uma existência anterior, e sem muito menos uma existência posterior, ou seja, imortal. Noutras palavras, existem muitas coisas que alguns teóricos materialistas não explicam, como, por exemplo, o surgimento do altruísmo no ser humano: seriam apenas heranças genéticas herdadas arcaicamente de nossos ancestrais? 

Espero, então, ter contribuído no incentivo à leitura com estas notas de rodapés que fizemos sobre temas intrigantes, pois, como muito bem diz Jung: “Todo mundo sabe que nós temos complexos. O que poucos sabem, entretanto, é que os complexos podem nos ter…”. Ou, como se costuma dizer na psicologia, é bom lembrar que, ter consciência do complexo somente ao nível da racionalização, em nada vai alterar sua danosa extensão em nosso campo mental.

Fica, portanto, este alerta para nós médiuns: cuidarmos melhor da nossa integridade psíquica, tanto quanto da nossa reforma interior.


Derni Oliveira é redator da Revista Espírita Nosso Lar e da Revista Espírita Deus Conosco e apresentador do Programa “Na Frequência do Evangelho”, pela Web Rádio Deus Conosco.

 

 

     
     

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