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por Altamirando Carneiro

 

Crianças espirituais


Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. 
(João, 10:9)

 

Nesta maneira simbólica de se apresentar, Jesus quis dizer que Ele é a passagem para algo maior, ou seja, o reino de Deus. 
O ato de atravessarmos uma porta significa que antes a elegemos como alvo a ser atingido e direcionando a nossa vontade, caminhando sem desvios em sua direção, por ela adentraremos.
Assim acontece com a nossa evolução espiritual. Temos Jesus como guia, porém, para atingirmos o ambiente maior, o reino de Deus, ao qual estamos destinados, faz-se mister o nosso esforço, para que, com caminhada segura ao longo dos tempos, possamos cruzar a porta do nosso destino. 
Na condição de Bom Pastor, tange-nos Jesus desde tempos imemoriais, na direção da conquista de nós mesmos. Orientando-nos os passos, tira-nos hoje do reino dos instintos para nos conduzir ao imenso reino dos sentimentos. Pede-nos que aprendamos amar sem condicionar, a fim de que a síntese de todos os sentimentos, o Amor, possa crescer em nosso coração e dar os suculentos frutos que só ele pode produzir.
Ele conhece a nossa condição de crianças espirituais, ainda ensaiando os primeiros passos fora do campo da animalidade e da barbárie e por isso se coloca na condição de Bom Pastor, apascentando ovelhas, para que entendamos que a evolução se processa pela mansuetude que este suave animal representa.
Sabendo que o erro nos vincula a dores futuras, pede que aprendamos a perdoar incondicionalmente. Mostra-nos que a alma se sente mais gratificada quando perdoa, pois a sua consciência deixa de acusá-la. Ensina que há encantos de inenarrável beleza quando se age através do amor, por ser esta a força a síntese de todo o equilíbrio da Obra Divina. Encontra a alma, quando o exerce, intensa serenidade a lhe propiciar doce sentimento de paz. Por ele, eleva-se ao encontro de seres radiosos e, em sintonia com eles, antecipa as sensações de felicidade que viverá no futuro, se persistir neste caminho.
Pelo amor, sente o homem a necessidade de ser útil e, esquecendo-se de seus próprios  problemas, sai ao encontro do próximo, auxiliando-o no que possa, sem nada pedir em troca. Serve apenas pela satisfação de servir, engrandecendo-se aos olhos de sua própria consciência. 
Ao fim da jornada, encontra a porta que lhe permitirá a passagem para um mundo radioso e cheio de luz, onde as dores e as preocupações não existem e a felicidade se torna permanente. Eis o destino dos que, aceitando os ensinamentos de Jesus, amam verdadeiramente.

  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita