PANDEMIA - VALE A PENA VIVER (1)
Medo? Não, obrigado!
Mas o que é que a pandemia da COVID 19 tem a ver com a
Doutrina Espírita (Espiritismo ou Doutrina dos
Espíritos)?
Outra questão se pode colocar: como o Espiritismo vê a
pandemia e a Sociedade mundial?
Embora tenhamos tido várias pandemias ao longo dos
séculos, esta afigura-se com características
fantásticas: nunca a Humanidade teve tantos recursos,
tanto conhecimento, tantos meios para a combater, o que
é um fato evidente, apesar do egoísmo que ainda impera
na Humanidade.
Fala-se muito do medo da COVID 19, do medo
continuadamente difundido pelos órgãos de comunicação
social, e da necessidade de não ter medo.
Ora, o medo é uma sensação perfeitamente natural,
intrínseca ao ser humano, se em doses equilibradas.
É normal, para que nos protejamos de perigos
desnecessários, mas, quando exacerbado, pode levar ao
pânico e paralisar a pessoa, ao nível do controle das
emoções.
Com a doutrina espírita (que não é mais uma religião nem
seita, mas, sim, uma filosofia de vida) foram
demonstradas, à saciedade, a imortalidade do Espírito, a
comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação e a lei
de causa e efeito, bem como a assunção filosófica da
existência de Deus e da pluralidade dos mundos habitados
(esta ainda não comprovada cientificamente).
Sabemos que somos seres imortais, temporariamente num
corpo carnal e que, depois desta vida, mudaremos apenas
de plano existencial (o mundo espiritual, noutro estado
vibracional), durante alguns anos, até que voltemos numa
nova reencarnação, num novo corpo, com todo o nosso bojo
psíquico adquirido até então.
Se não faz sentido violar as leis dos homens que regem a
Sociedade, muito menos faz sentido violar as leis de
Deus, nomeadamente com o suicídio, na esperança de fugir
de uma realidade do quotidiano, em busca do nada.
O nada não existe, portanto, fugir da vida é opção sem
fundamento lógico.
Está provado cientificamente (desde 1857, com Allan
Kardec) que a vida continua num patamar vibratório
diferente.
De um modo simplista, digamos que, na Terra, somos o
cubo de gelo e, no mundo espiritual somos o vapor de
água, isto em termos de consistência do corpo físico e
do corpo espiritual.
Estando provado cientificamente que a vida continua. O
suicídio não tem qualquer eficácia. Vale a pena viver…
Se sabemos que a vida continua, fará sentido ter medo da
morte do corpo carnal?
Obviamente que não!
No entanto, faz todo o sentido ter responsabilidade, não
correr riscos desnecessários, fazer a sua parte nas
atitudes sociais, e ficar sereno perante aquilo que não
está nas suas mãos mudar, mantendo uma atitude mental de
confiança em si, nos cientistas, nas estruturas sociais
e, essencialmente, em Deus e na espiritualidade superior
que conosco convive e interage.
Esta confiança (estudada, pesquisada e confirmada) na
imortalidade do Espírito faz com que lidemos com estas
dificuldades pandêmicas com mais serenidade, com mais
aceitação ativa, com maior ligação mental ao mundo
espiritual, vendo com alegria, com ânimo, com esperança,
o dia de amanhã, que sempre virá, estejamos nós neste ou
noutro plano existencial.
Acima de tudo, tendo uma fé raciocinada, uma confiança
em Deus, na vida, mantendo a luz da serenidade no nosso
interior, fará com que estejamos sempre um pouco melhor,
sendo dentro do corpo de carne ou fora dele, devido ao
fenômeno biológico natural da morte do corpo físico.
Afinal, se a vida continua, “nascer, morrer, renascer
ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei”, não faz
sentido pensar em suicídio.
Se porventura isso já lhe passou pela cabeça, sinta-se
normal, mas reaja de imediato, telefone a alguém, peça
orientação a uma pessoa amiga, a um psicólogo, num
centro espírita; sempre haverá um ombro amigo para o
apoiar neste momento difícil, na certeza de que amanhã,
quiçá, seremos nós mesmos a necessitar dessa ajuda
interpessoal. (Continua)
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