A luz e a escuridão
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai
que está nos céus.” (Mateus 5:16)
Essas sábias palavras são estímulos para que busquemos
constantemente a luz. Sem ela, nada vemos no âmbito
físico. Mas esse despertar é muito mais profundo, já que
requisita a visão do nosso verdadeiro mundo que é a do
Espírito. Para que o diamante espelhe o seu brilho,
impõe-se-lhe a lapidação. O Espírito, também imperfeito,
necessita do esmeril para que venha reluzir a sua luz
obscurecida com as nódoas existenciais da longa
caminhada evolutiva.
Enquanto não atentarmos para essa necessidade, estaremos
fadados a continuar com as dores e sofrimentos que nos
fustigam. As mudanças se fazem necessárias e quanto mais
delongarmos esse processo de burilamento regido pela Lei
Divina, mais sofrimentos teremos, visto que, enquanto
não totalmente liberta a consciência, as
cobranças acontecerão incessantemente.
Alcançando as virtudes latentes no Espírito, estaremos
seguindo as palavras e o exemplo do Cristo. Não
esqueçamos de que Deus é o Criador Supremo e nós, na
condição de filhos, somos cocriadores. Em João 10:34,
consta: “Não
está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?”. Com
essa assertiva fica evidente nossa imensa capacidade de
realização.
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) já dizia: “Conhece-te a
ti mesmo”. Jesus com a sua sabedoria nos ensinou,
segundo João 8.32: “E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. O
conhecimento do nosso Eu nos trará as verdades
adormecidas e quando reveladas pelo despertar da nossa consciência, levar-nos-á
ao necessário ajuste para seguirmos o Caminho da Luz.
Encontramos no Livro Autodescobrimento – Uma busca
interior, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, 17ª Edição, pág. 158: “A
libertação do Eu profundo ocorre à medida que se
desenfeixa dos desejos - raga (as paixões) do conceito
budista -, a fim de alcançar a realização interior”.
Esse processo de transformação e renúncia dos velhos
hábitos, onde o orgulho e o egoísmo predominam,
leva-nos desconforto, já que estamos acostumados com
atitudes que conflitam com a humildade e a
caridade, virtudes basilares do ser Cristão. Na
obra Voltei, 1ª Edição – Editora FEB, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, pelo Irmão Jacob, item Novo
Despertar, consta: “Ora, vigia, movimenta-te
no esforço digno e sê feliz, meu amigo! A tua luz
crescerá com a dilatação de teu devotamento ao Bem
Infinito”.
Precisamos mergulhar em nosso interior e expandir a luz
que lá permanece tênue. Estaremos
assim consolidando a nossa condição de cocriadores da
Obra de Deus, levando as verdades divinas para todos que
conosco convivem. Dessa forma a nossa candeia não
permanecerá “debaixo do alqueire”. (A
escuridão nada mostra, é anônima, enquanto a luz, por
ser a verdade, nada esconde.)
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