O Espiritismo e as lives
De tempos em tempos eclodem grandes perturbações
terrenas, afetando a todos. A atual pandemia, por
exemplo.
Na história da civilização terrena há registros de
inúmeras pandemias, como todas, ceifando a vida de
milhões de seres humanos.
Allan Kardec, o codificador da Doutrina dos Espíritos,
registrou em “O Livro dos Espíritos”, 3ª Parte,
informações dos Espíritos elevados, sobre a existência
da Lei Natural (Lei de Deus), que ele dividiu em dez
“Leis Morais”, abrangendo todas as circunstâncias da
vida.
Submetida tal divisão àqueles bondosos Espíritos, foi
aprovada, “desde que nada tenha de absoluta”. Dali foram
pinçadas as seguintes informações, sobre as pandemias:
● Questão
737: Por meio dos flagelos destruidores Deus faz a
Humanidade progredir mais depressa. (...) Essas
subversões, porém, são frequentemente necessárias para
que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de
coisas e para que se realize, em alguns anos, o que
teria exigido muitos séculos. (Grifei)
● Questão 740: Os flagelos fazem o homem exercitar a
inteligência; a resignação ante a vontade de Deus; o
ensejo de manifestar abnegação, desinteresse e amor ao
próximo;
● Questão 741: Na primeira linha dos flagelos
destruidores, naturais e independentes do homem, devem
ser colocados a peste e outros.
Obs.: “Peste”, aqui, no conceito antigo da medicina, do
tempo de Kardec, significava “pandemia” = enfermidade
epidêmica amplamente disseminada.
Consequência da pandemia da COVID-19, seguida da
proibição de aglomerações, observa-se a eclosão de lives sobre
o Espiritismo.(1)
Tais transmissões, na forma, assemelham-se a infinitas
outras, dos mais variados temas — sempre pela internet.
Considerável que essa onda de digitalização é muito útil
à divulgação doutrinária espírita, e mesmo, que tem
origem no Plano Maior (Lei do Progresso), pois, tal
propagação, com tamanha e tanta força, decuplica citada
divulgação e alcança, ao mesmo tempo, milhares de
“assistentes virtuais”.
Realizá-las, ou delas participar, exige equipamentos
tecnológicos.
Mesmo alcançando muitos, infelizmente não serão poucos
os sem condições de acesso, decorrente de um dos
problemas mais intensos de um país pobre, como o Brasil:
impossibilidade de atender os cidadãos pobres em suas
necessidades básicas.
Esse problema, para nós, espíritas, enquadra-se como
característico de programas reencarnatórios em
andamento, ofertando a abençoada oportunidade de
evolução, quase sempre por quitação de débitos.
Com ou sem pandemia, fato é que a pobreza sobre-existe e
provavelmente ainda demandará muito tempo para
inexistir.
No tempo atual, quando os protocolos científicos
autorizarem a frequência nos C. E., mesmo com menor
presença em relação à costumeira, os pobres voltarão a
serem atendidos por aquele que, certa vez, Chico Xavier
denominou de “Espiritismo caipira”: além de assistirem
palestras presencialmente, receberão passes, terão suas
águas fluidificadas, “atendimento fraterno”, assistência
social (se for o caso), além dos benefícios da
convivência pessoal restaurada.
Extinta a pandemia, penso que as lives continuarão,
certamente em menor número, com os pobres ainda sem
meios de assisti-las, mas restaurados e normalizados os
costumes em relação ao C. E..
Os bondosos Espíritos, certamente assistem aos
incontáveis espíritas que, com muita dedicação e boa
vontade estão e estarão lançando sementes doutrinárias
espíritas pelas lives.
Solicitado a estudiosos da Doutrina dos Espíritos, que
manifestassem sua opinião sobre o Espiritismo e as
incontáveis lives, foram obtidas as seguintes
opiniões, sintetizadas:
● Um
novo degrau na escada da regeneração planetária está
sendo galgado. Como sempre, em toda continuidade para a
construção de uma obra elevada, ajustes são
inevitáveis...
● Irreversibilidade: Essa
é uma novidade (lives, em particular) que veio neste
planeta para ficar, em praticamente todos os portais de
comunicação humana;
● Aliás,
ao lado das lives (ao vivo), em geral e parelha com
elas, as “home office” (escritório em casa) e as
“delivery” (entrega) igualmente incrementaram-se,
imensamente, havendo não poucas empresas que atestam
avanço, em cinco meses de pandemia, o que levaria cinco
anos de tentativas programadas para o futuro, antes da
COVID-19;
● Os espíritas, incontáveis deles, lançaram-se a
promover lives, o que, de um lado, constitui imensa
divulgação do Espiritismo, mas de outro, há que ser
rigorosa a escolha dos temas, bem como, a apresentação;
● O número de expositores aumentou quantitativamente,
ocorrendo alguns casos com detrimento à qualidade da
forma e do conteúdo (pureza doutrinária) das exposições.
Por ser novo e tecnológico o procedimento individual,
seria de todo conveniente que as Federações Espíritas e
os Centros Espíritas (C. E.) se engajassem em ofertar
subsídios e sugestões para as exposições, que devem ser
e ter formato simples;
● Exposições pela internet exigem, automaticamente, que
o expositor tenha bastante segurança e conhecimento do
tema a ser exposto;
● A responsabilidade dos expositores espíritas passou
a ser substancialmente aumentada, em relação ao que era
feito nos (C. E.);
● A formatação das exposições deverá sempre ser
aprimorada;
● Dificilmente existirá exposição espírita sem algo da
Codificação. Uma primeira sugestão seria a leitura e
preparação antecedida de uma consulta às Leis Morais;
● Sugestão é utilizar a Maiêutica de Sócrates: método
filosófico que consiste em serem feitas perguntas e, às
respostas, sucessão de mais perguntas. Sócrates
acreditava que ele mesmo não detinha o seu conhecimento
filosófico, mas teria uma habilidade de retirar esse
conhecimento das outras pessoas (humildade dando o
tom...);
● Os egos devem ser amenizados, através de preces,
pedindo proteção de Jesus e dos mentores de cada
expositor;
● Como as palestras on-line estão demonstrando, o
alcance das ideias e reflexões espíritas aumentou e, com
isso, está se enraizando forte adesão a essa nova forma
de aprendizado;
● A situação atual — com quarentena e isolamento —
provoca introspecção em muitas pessoas, particularmente
nas que não têm acesso à respectiva tecnologia;
● Pensando nos que não têm ou terão acesso às lives, a
sugestão é que os C. E. inaugurem reunião de grupos
interessados, para que, sem aglomeração, seja colocado à
disposição deles um computador e orientar alguém que
ajude os procedimentos, inclusive com divulgação da
agenda da exibição; maioria, senão todas, as lives são
gravadas e os respectivos vídeos podem ser “pescados” a
qualquer hora;
● Sugestão aos C. E. é conseguir
livros espíritas a preços baratos e manter
permanentemente essa atividade, a partir da coleção dos
cinco livros iniciais da Codificação, geralmente em
oferta;
● O avanço digital acelerado contrasta com
desaceleração no convívio entre os seres humanos. Como
consequência ocorre mudança de hábitos, pensamentos,
atos e atitudes;
● As pessoas estão se adaptando à falta de convivência,
cada vez mais e com isso a comunicação, antes
majoritariamente presencial, passa a ser feita na forma
remota; o consumismo e acumulação perdem terreno,
freando costumes egoístas;
● Nunca, como agora, na pandemia, a Humanidade esteve
tão voltada para a criatividade, com o que a comunicação
entre o ser humano, pela internet, evoluiu para um
patamar jamais sequer sonhado: se palestra no C. E., às
vezes era realizada uma vez por semana, para 30, 50, 100
ou mais pessoas, agora isso evoluiu para incontáveis
exposições, em vários horários diários, alcançando
milhares de participantes, conquanto virtuais;
● Se as lives unem por determinado (e restrito) tempo,
tantos assistentes, terminada a exposição espírita, tal
união se desintegra; mas as sementes foram lançadas,
para todos eles...
● Pelas considerações acima é patente que estamos
vivendo o ensaio para uma nova era na Humanidade...
Estejamos com Jesus!
Live =
ao vivo (transmissões de áudio e vídeo, pela internet).
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