O egoísmo
Na obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no
capítulo XI, intitulado: “Amar o próximo como a si
mesmo”, temos o seguinte trecho a respeito do
egoísmo: “O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem
a caridade não haverá descanso para a sociedade humana.
Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o
orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma
carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de
interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas
afeições, em que nem sequer os sagrados laços de família
merecerão respeito”. (KARDEC, 2015, p. 161.)
É estupefaciente o que ocorre no bojo da sociedade
brasileira.
A pandemia tem desnudado as nossas misérias
ético-morais.
As instituições constantemente em conflito, tensionadas,
por comportamentos esdrúxulos daqueles que deveriam ser
os seus lídimos gestores e que deveriam conduzir e
materializar, com segurança, e calcados nas orientações
científicas, as diretrizes para se debelar o caos pelo
qual passamos.
Observamos, aqui e acolá, pelos mais diversos meios de
comunicação, pessoas que se utilizam do “jeitinho
brasileiro”, demasiadamente estudado pelas ciências
sociais, para furar a fila daqueles que devem receber o
imunizante.
Parlamentares, empresários, artistas, que são exemplos
para diversas pessoas, aglomeram-se em festas, regadas a
toda sorte de excessos, como nada estivesse a acontecer,
e deixam clara a mensagem de que “só se vive uma vez” ou
de que “essa doença não existe”.
Várias e várias pessoas nas praias, aglomeradas, e,
quando questionadas, dizem que “todos vamos morrer”.
Esquecem-se de que elas mesmas podem ser vetores de
contaminação assintomáticas a ceifar outras vidas. Em um
comportamento de egoísmo extremo.
Assistimos a pessoas que se sentem incomodadas ao serem
questionadas pela ausência do uso da máscara de proteção
e que revidam com violência quem as interpela. Como se
elas tivessem o direito de sair a contaminar as demais
pessoas.
Observamos jovens aglomerados em festas clandestinas,
para satisfazerem os próprios interesses.
A pandemia tem evidenciado também o egoísmo em seu
aspecto mais odioso! Não é possível que continuemos a
ter comportamentos tão pífios; sem qualquer sentimento
de pertencimento; de coletividade; de cuidado com o
próximo.
Há que se ter compromissos ético-morais com o próximo,
ou seja, pensar menos em si e mais no bem comum!
Compreender que a nossa estada na matéria é para aparar
arestas; corrigir imperfeições; estreitar laços de
afeto; cultivar a prática do bem; enfim, ser uma pessoa
cada dia melhor.
Ou compreendemos e aplicamos os ensinamentos do Mestre
Jesus, ou permaneceremos um longo período sufocados por
graves problemas no plano físico.
Referência:
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o
Espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB, 2015.
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