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por Hugo Alvarenga Novaes

 

Reencarnações compulsórias segundo Allan Kardec


Vemos em nosso meio, Espíritas com todos os níveis de conhecimento, até oradores nacionalmente famosos mencionarem diversas fontes em que se acham as “reencarnações compulsórias” sem, no entanto, citarem Kardec.

Não querendo ser melhor do que ninguém, aliás, sabemos que estamos longe disso, neste nosso pequeno artigo, apenas lembraremos daquilo que o Emérito Codificador falou em relação a este assunto.

Infelizmente muitos Espíritas são iguais a alguns “biblistas” que afirmam: “não existe a reencarnação porque esta palavra não está na Bíblia. O mesmo acontece em nosso meio com o termo reencarnação compulsória. Esses confrades só consideram a Codificação Kardeciana como sendo os cinco livros principais de Kardec, excluindo a Revista Espírita, a qual é uma obra fundamental do insigne francês e que todo verdadeiro Espírita deveria lê-la e estudá-la, pois ela é um manancial de conhecimentos.

Mas voltando ao nosso objetivo mor, quando Kardec pergunta se os Espíritos errantes são felizes ou não, é-lhe respondido que isso depende de suas evoluções e nem sempre lhes é permitido reencarnar como desejam.[1]

Aprendemos que Deus, na sua Infinita Bondade, impõe uma reencarnação para um Espírito recalcitrante, com vistas no próprio benefício deste ser.[2]

Fica claro que quando um Espírito não tem capacidade ou não consegue fazer uma escolha correta, sensata, ele pode ser impelido a reencarnar em um determinado corpo.[3]

Como nos é ensinado, à medida que o Espírito progride, sua liberdade também vai se expandindo.[4]

Já que tanto falamos na Revista Espírita, finalizaremos com três textos que colocaremos abaixo e que foram retirados desse periódico:


Observação
 – Eis um Espírito que, em razão de sua leviandade e pouco adiantamento, não suspeita da reencarnação. Quando lhe chegar o momento de retomar uma nova existência, que escolha poderá fazer? Evidentemente uma escolha em conformidade com seu caráter e com seus hábitos, a fim de gozar e não de expiar, até que seu Espírito se ache bastante desenvolvido para lhe compreender as consequências. É a história do garoto inexperiente, que se atira aturdidamente a todas as aventuras e que adquire experiência às próprias custas. Lembremos que, para os Espíritos atrasados, incapazes de fazer uma escolha com conhecimento de causa, há encarnações compulsórias. – A. K.[5]

“[…]  Que saibam que nosso Deus, o Deus dos espíritas, não é um tirano cruel e vingativo, que pune um instante de desvario com torturas eternas, mas um pai bom e misericordioso, que vela por seus filhos extraviados com uma solicitude incessante, procurando atraí-los a si por uma série de provas destinadas a lavá-los de todas as máculas. Não está escrito que Deus não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?[6]

A encarnação é, pois, uma necessidade para o Espírito que21, realizando a sua missão providencial, trabalha seu próprio adiantamento pela atividade e pela inteligência, que deve desenvolver, a fim de prover à sua vida e ao seu bem-estar. Mas a encarnação torna-se uma punição quando o Espírito, não tendo feito o que devia, é constrangido a recomeçar sua tarefa, multiplicando penosas existências corporais por sua própria culpa. Um estudante não é graduado senão depois de ter passado por todas as classes.[7]


Aquele que foi O BOM SENSO ENCARNADO, só para variar, teve muita felicidade em lembrar o versículo bíblico que diz: “
Deus não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?[8]

Quando começamos a frequentar um Centro Espírita, ouvimos por um membro mais experiente dessa casa, que os Espíritos são criados simples e ignorantes.[9]

Assim, podemos concluir facilmente que, já passamos um dia por uma ou talvez várias reencarnações compulsórias.


 

[1] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB, q. 231.

[2] Id. q. 262a.

[3] Id. q. 337.

[4] Id. q. 1004.

[5] KARDEC, A. Revista Espírita, 1862, (PDF), FEB, p. 455.

[6] KARDEC, A. Revista Espírita, 1863, (PDF), FEB, pp. 92-93.

[7] Id. p. 231.

[8] Ezequiel 18,23.

[9] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB, q. 115.



 

     
     

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