Reencarnações compulsórias segundo Allan Kardec
Vemos em nosso meio, Espíritas com todos os níveis de
conhecimento, até oradores nacionalmente famosos
mencionarem diversas fontes em que se acham as
“reencarnações compulsórias” sem, no entanto, citarem
Kardec.
Não
querendo ser melhor do que ninguém, aliás, sabemos que
estamos longe disso, neste nosso pequeno artigo, apenas
lembraremos daquilo que o Emérito Codificador falou em
relação a este assunto.
Infelizmente muitos Espíritas são iguais a alguns
“biblistas” que afirmam: “não existe a reencarnação
porque esta palavra não está na Bíblia. O mesmo acontece
em nosso meio com o termo reencarnação compulsória.
Esses confrades só consideram a Codificação Kardeciana
como sendo os cinco livros principais de Kardec,
excluindo a Revista Espírita, a qual é uma obra
fundamental do insigne francês e que todo verdadeiro
Espírita deveria lê-la e estudá-la, pois ela é um
manancial de conhecimentos.
Mas
voltando ao nosso objetivo mor, quando Kardec
pergunta se os Espíritos errantes são felizes ou não,
é-lhe respondido que isso depende de suas evoluções e
nem sempre lhes é permitido reencarnar como desejam.[1]
Aprendemos
que Deus, na sua Infinita Bondade, impõe uma
reencarnação para um Espírito recalcitrante, com vistas
no próprio benefício deste ser.[2]
Fica claro
que quando um Espírito não tem capacidade ou não
consegue fazer uma escolha correta, sensata, ele pode
ser impelido a reencarnar em um determinado corpo.[3]
Como nos é
ensinado, à medida que o Espírito progride, sua
liberdade também vai se expandindo.[4]
Já que
tanto falamos na Revista Espírita, finalizaremos
com três textos que colocaremos abaixo e que foram
retirados desse periódico:
Observação –
Eis um Espírito que, em razão de sua leviandade e pouco
adiantamento, não suspeita da reencarnação. Quando lhe
chegar o momento de retomar uma nova existência, que
escolha poderá fazer? Evidentemente uma escolha em
conformidade com seu caráter e com seus hábitos, a fim
de gozar e não de expiar, até que seu Espírito se ache
bastante desenvolvido para lhe compreender as
consequências. É a história do garoto inexperiente, que
se atira aturdidamente a todas as aventuras e que
adquire experiência às próprias custas. Lembremos que,
para os Espíritos atrasados, incapazes de fazer uma
escolha com conhecimento de causa, há encarnações
compulsórias. – A. K.[5]
“[…] Que
saibam que nosso Deus, o Deus dos espíritas, não é um
tirano cruel e vingativo, que pune um instante de
desvario com torturas eternas, mas um pai bom e
misericordioso, que vela por seus filhos extraviados com
uma solicitude incessante, procurando atraí-los a si por
uma série de provas destinadas a lavá-los de todas as
máculas. Não está escrito que Deus não quer a morte
do pecador, mas a sua conversão?[6]
A
encarnação é, pois, uma necessidade para o Espírito
que21, realizando a sua missão providencial, trabalha
seu próprio adiantamento pela atividade e pela
inteligência, que deve desenvolver, a fim de prover à
sua vida e ao seu bem-estar. Mas a encarnação torna-se
uma punição quando o Espírito, não tendo feito o que
devia, é constrangido a recomeçar sua tarefa,
multiplicando penosas existências corporais por sua
própria culpa. Um estudante não é graduado senão depois
de ter passado por todas as classes.[7]
Aquele que foi O BOM SENSO ENCARNADO, só para variar,
teve muita felicidade em lembrar o versículo bíblico que
diz: “Deus
não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?”[8]
Quando
começamos a frequentar um Centro Espírita, ouvimos por
um membro mais experiente dessa casa, que os Espíritos
são criados simples e ignorantes.[9]
Assim, podemos concluir
facilmente que, já passamos um dia por uma ou talvez
várias reencarnações compulsórias.
[1] KARDEC,
A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB,
q. 231.
[5] KARDEC,
A. Revista Espírita, 1862, (PDF), FEB, p.
455.
[6] KARDEC,
A. Revista Espírita, 1863, (PDF), FEB,
pp. 92-93.
[9] KARDEC,
A. O Livro dos Espíritos, 76ª. ed., FEB,
q. 115.
|