Em
torno da Páscoa
Jesus desceu à Terra a
fim de trazer às
criaturas humanas uma
mensagem de paz e amor,
consubstanciada nos
Evangelhos.
Porém, ele não foi
compreendido, tendo sido
traído, preso e
flagelado e tendo, por
fim, que transportar nos
ombros pesada cruz, na
qual foi crucificado no
cimo do Calvário.
Não fora o sacrifício na
cruz e o Cristianismo
não se consolidaria da
maneira como aconteceu
na Terra, e os
ensinamentos de Jesus
Cristo não teriam
alcançado a penetração
tão rápida no seio da
Humanidade. O sentimento
lastimável de sua
crucificação serviu para
incutir nos corações
humanos a sua
mensagem imorredoura de
vida eterna, fazendo com
que em um
reduzido número de
séculos, o Cristianismo
abalasse a estrutura do
paganismo, que
proliferava no mais
poderoso império do
mundo de então: o
Império Romano.
A circunstância de ter
sido crucificado, fez
com que algumas
religiões da posteridade
passassem a ver nesse
terrível instrumento de
suplício uma espécie de
símbolo.
A crucificação era
largamente adotada pelos
romanos como um modo de
fazer com que aqueles
que atentassem contra os
poderes do Império, ou
cometessem outros crimes
(Jesus foi crucificado
entre dois ladrões),
fossem mortos dessa
maneira horrível, que
causava dores
dilacerantes durante
dois ou três dias,
tendo, portanto, uma
morte lenta e prenhe de
dores profundas. É
simplesmente lamentável
que o maior dos
missionários que
baixaram à Terra
tivesse morte tão
angustiante, após três
anos de gloriosa missão,
no qual espargiu
sentimentos de
fraternidade,
conclamando as criaturas
humanas a sentirem nos
corações a existência de
Deus, o Pai de justiça,
de amor e de infinita
misericórdia, que faz o
sol brilhar para os bons
e para os maus, e a
chuva beneficiar justos
e injustos.
Jesus manda preparar a
Páscoa - "E mandou a
Pedro e a João, dizendo:
Ide, preparai-nos a
páscoa, para que a
comamos". (Lucas, 22:8)
Vão e preparem... disse
Jesus.
Obedecendo-lhe, os
discípulos encontraram
todas as coisas como o
Mestre havia predito,
facilitando a
preparação do jantar.
Não os convidou Jesus
para um banquete já
pronto. Pediu-lhes que
fossem e o preparassem.
Esta passagem se
assemelha à conquista do
Reino de Deus em nós.
Tudo está disposto como
o Pai o fez, para que
nos seja facilitado o
desfrute do banquete da
felicidade eterna, mas
cabe o esforço de o
alcançarmos.
Não nos sintamos, porém,
sozinhos neta
empreitada. Jamais o Pai
deixará de nos ajudar
naquilo que
necessitarmos. Pede-nos
apenas a boa vontade de
caminharmos em sua
direção. Abençoa cada
esforço que fizermos, no
sentido de sairmos do
comodismo de nossas
posições íntimas que por
vezes nos levam a erros
e sofrimentos.
Temos dificuldade em
abrirmos mão do nosso
egoísmo? Convida-nos o
Mestre a não nos
preocuparmos tanto com o
dia de amanhã e nos
ensina que quando damos
algo do que possuímos
aos mais necessitados, a
Ele emprestamos.
Infunde-nos a confiança
necessária para
abrirmos, sem temor, o
nosso coração à prática
da caridade.
Alguém nos agride, até
mesmo
desnecessariamente? É
porque chegou a hora de
construirmos o perdão
dentro de nós.
Enfrentamos
circunstâncias que nos
levam à ira? Edifiquemos
a paciência e tudo se
resolverá. Temos
problemas materiais de
toda ordem? Aprendamos a
ser simples, eliminando
o supérfluo. Problemas
de saúde nos preocupam?
Tenhamos fé e oremos com
confiança.
A vida é um aprendizado
constante e nada nos
acontece que não seja
para corrigirmos algo
inferior em nossa
personalidade, enquanto
quitamos débitos
anteriores.
Estejamos certos de que
mãos amigas nos amparam
em cada circunstância.
Se bem aproveitado, tudo
concorre para a nossa
elevação espiritual.
Cada desejo nosso no
campo da renovação é
sempre recebido com
muita alegria pelo Alto
e cada esforço sincero,
nesse sentido, é
amparado pelos mentores
espirituais, qual se
fossem abnegados
agricultores amparando a
plantinha tenra. Deus a
ninguém desampara.