Criança
estressada. Como ajudar?
Mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus
ombros.
Cora Coralina
Atualmente muitos de nós estamos vivendo sob isolamento
devido à pandemia da covid-19. Toda essa situação gera
instabilidade, perdas, como a falta de convivência com
os colegas da escola, a impossibilidade de brincar livre
em certos ambientes anteriormente considerados seguros,
entre outros hábitos e atividades.
Enquanto as crianças estão em casa, os pais têm a
responsabilidade de educar os filhos e, ainda, ajudá-los
a manejar o estresse relacionado à situação e para
desenvolver neles a resiliência.
Em toda parte, há crianças e adolescentes à mercê do
medo e, em meio a tanta tensão, é esperado que estejam
mais instáveis, mais sensíveis – agitação, ansiedade,
tédio, distração, irritabilidade, raiva, o acúmulo de
distintas emoções difíceis provocam o estresse que é
bastante tóxico. Há relatos de insônia, pesadelos, falta
de apetite e, nas crianças pequenas, medo de ‘desgrudar’
dos familiares…
O estresse pode ser tolerável se a família conseguir
desenvolver estratégias para ajudar a criança ou
adolescente a se reorganizar, apesar do cenário incerto.
Para isso, os pais (ou os responsáveis) necessitam
oferecer suporte, carinho, acolhimento, tempo de escuta
da angústia, além de procurar manter para os filhos uma
rotina estruturada e com atividades positivas.
No dia a dia, considerando a saúde física e emocional
das crianças e dos adolescentes, a repetição em casa de
certas atitudes podem promover a resiliência:
1. Quando a criança estiver preocupada, ajude-a a
entender/resolver o dilema dela.
2. Estimule seu filho a falar abertamente sobre
sentimentos.
3. Ajude a criança a manter o foco no presente, no aqui
e agora, pois isso auxilia a redução da ansiedade,
deixando o futuro (e os anseios relacionados a ele) em
segundo plano.
4. Incentive o cuidado com a saúde física, explicando os
benefício de uma boa noite de sono, de alimentação
adequada e dos exercícios físicos. Para evitar o
sedentarismo, limite o uso das telas, respeitando, é
claro, o período dedicado às aulas on-line. Estruture em
casa uma rotina de estudos.
5. Motive o brincar livre e em contato com a natureza
(quintal, varanda com plantas, pracinha do bairro). Se
os parques estiverem liberados na sua cidade, leve o seu
filho para brincar, correr, tomar sol… A conexão com a
natureza é fundamental para a saúde infantil e condição
intrínseca ao desenvolvimento pleno da criança.
6. Auxilie seu filho a construir relações de amizade que
sejam positivas.
7. Alimente na criança a confiança, a fé, o pensamento
positivo. Ajude-a a entender que não estamos sozinhos na
vida. A existência de uma proteção incondicional – a
presença do mentor espiritual, por exemplo – é um
consolo permanente, e para todas as idades.
Notinha
Há, para as famílias, um cenário ideal e, de outra
parte, a realidade com suas qualidades, particularidades
e desafios. Na impossibilidade de amparar uma criança
estressada, cheia de temores ou angústias, procure o
apoio do pediatra.
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