Pandemia, isolamento, uso da máscara e
vacina
A pandemia está trazendo também à superfície
a verdade sobre cada um de nós. Estamos sendo
“desmascarados”. O menino gritou “o rei está nu”. Ou,
como diria o grande Eça de Queiroz: “Sobre a nudez
forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”. Os
véus estão se rasgando e as pessoas ficam expostas,
mostrando quem realmente são, criticam ferozmente,
julgam com base nos seus preconceitos, sua falta de
ética e de moral, sua extrema agressividade, suas
tendências para insuflar o medo, a dúvida, o pânico,
velhacamente jogando a pedra e escondendo a mão. O seu
ego exacerbado os faz vomitar uma lava peçonhenta,
viscosa, sobre os outros.
São pessoas alvissareiras, no mau sentido, que chafurdam
na lama dos fake news, das distorções
propositadas, das meias-verdades como verdades
absolutas, sem alicerces sólidos, sem lógica, sem razão,
sem análise mais profunda, tirando conclusões apressadas
sobre assuntos seriíssimos com base em premissas falsas,
apenas no intuito de se sentirem importantes e
especialistas em assuntos que nem sequer conhecem.
Contrapõem seus parcos conhecimentos comparando-se a
médicos altamente especializados no assunto e que tudo
acompanham numa velocidade vertiginosa de mil
informações que, a cada minuto, são compiladas em todo o
mundo. Resumindo: é mais importante a opinião da pessoa
do que a gravidade do assunto. E, pasmem, se permitem
aconselhar os outros pelas suas convicções pessoais, em
vez de terem a caridade de pensar na confusão mental que
estão causando nos outros. É como se conectassem um pendrive no
outro e fizessem a transferência de todos seus medos e
dúvidas.
Em todo o mundo há milhares de médicos infectologistas
ou não, profissionais com anos de prática, estudando
intensivamente as mudanças desse vírus e repassando o
conhecimento e a informação uns para os outros. São
pessoas que abraçaram essa profissão porque a maioria
tem em si um vírus especial - e aqui incluo os
enfermeiros e todos os profissionais da saúde – o
vírus do amor ao próximo, gente que é do bem e que se
dedica a salvar vidas, mesmo colocando suas próprias
vidas em risco.
O que há de concreto sobre o combate à COVID
É um vírus que ataca as vias respiratórias, agindo
rapidamente e, nas suas mutações, com letalidade
maior. E quem acredita que água com limão e bicarbonato,
por exemplo, ou remédio para vermes ou cloroquina curam
e evitam a COVID, deve acreditar também em Papai Noel,
Coelhinho da Páscoa, ou então, passa um atestado de
ignorância a todos os médicos e especialistas do mundo
que ainda não viram que a cura está ali no zé mané das
couves que apregoa e acredita que está livre da COVID se
gargarejar com cachaça ou se tomar detergente porque o
sabão mata o vírus (alguns norte-americanos beberam
detergente, sim, o lava louça... Foram parar nas UTIs).
Se o remédio para vermes, por exemplo, fosse eficiente,
a verdade é que o mundo todo já o estaria tomando. Por
outro lado, há as contraindicações por uso prolongado e
contínuo de certos medicamentos que não evitam nem curam
a COVID.
Sobre o uso da máscara
Se o vírus se propaga pelas vias respiratórias, o que
precisamos fazer? Evitar esse contágio que, na maior
parte das vezes, é feito, não só, mas também por
propagação da saliva por meio dos tão conhecidos
perdigotos que possam nos atingir. Então, a lógica
manda: USE A MÁSCARA. Se usar a máscara, não pega
a COVID? A máscara diminui a possibilidade de contágio,
o que, a meu ver, já é uma grande ajuda. Assim como a
higienização constante das mãos também evita e diminui a
possibilidade de contágio, porque é através de nossas
mãos, que levamos ao rosto, à boca, ao nariz e até aos
olhos, que também corremos o risco de contágio.
Sobre o isolamento social e as aglomerações
Agora, vamos à matemática. Se eu ando por todo o lado e,
principalmente sem máscara, se não higienizo as mãos, é
certo como dois e dois serem quatro que a probabilidade
de ser contagiada é bem maior. Quanto mais eu saio,
maior é o percentual de possibilidade de contágio. É
pura matemática.
Perguntam alguns: “Então, vamos fechar o comércio e
impedir que as pessoas trabalhem para o seu ganha-pão?”
Se nós fôssemos cumpridores das regras acima, muito
provavelmente não precisaríamos recorrer ao lockdown.
Poderíamos ter evitado isso e levar uma vida
“normal”, trabalhando, mas usando a máscara e
higienizando as mãos com frequência e evitando
aglomerações.
Mas não o fizemos! É uma questão cultural. A pessoa sem
base em conhecimentos sobre o assunto diz: Eu faço o
que quero, ninguém manda em mim. E aí inventam-se
vídeos contra estas simples regrinhas que apenas
insuflam ainda mais a ignorância e a falta de respeito
pela sua própria vida e pela dos outros. E quando isso é
ostentado pelos altos dirigentes da nação, fica mais
fácil a desculpa do não cumprimento das normas.
Sobre a vacina
Se compararmos o número total de vacinados e o número de
pessoas que morreram após tomarem a vacina, já está mais
do que provado que, embora as fake news apontem
mais de 500 pessoas mortas, o
que não é verdade, há um pequeníssimo
número de pessoas de idades que oscilam entre os 80 e 99
anos que faleceram após tomar a vacina, mas isso devido
a enfermidades pré-existentes, as tão faladas
comorbidades e não por causa da vacina em si.
Agora mesmo, tivemos o caso de um artista famoso, George
Segal, 87 anos, que morreu recentemente após uma
cirurgia de ponte de safena. Segundo
sua esposa, sua morte foi causada por complicações após
a cirurgia. Ora, vamos deixar de fazer uma cirurgia
porque uma pessoa de idade morreu?
Vamos dizer que a cirurgia de ponte de safena mata?
Quantos milhares de pessoas já salvou? E os que morrem
por acidentes de carro? Vamos vender nossos carros e
deixar de dirigir?
Se a vacina fosse perigosa e letal, veríamos o papa
Francisco e os chefes de estado de Israel, Rússia,
Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália,
França, Alemanha arriscarem suas vidas? Os próprios
médicos e enfermeiros foram os primeiros a serem
vacinados.
Muitas pessoas perguntam: se eu for vacinado, não terei
a COVID? A verdade é que a vacina não imuniza contra a
COVID, mas cria anticorpos graças aos quais, no caso de
contágio, os efeitos da doença não são tão perigosos,
porque os anticorpos lutarão contra o perigoso invasor,
assim como, quando se toma a vacina da gripe, a gripe
pode vir, mas tem efeitos mais leves. Aliás, já se
chegou à conclusão de que quem tomou a vacina da gripe
tem cerca de 24% a menos de chance de pegar a COVID e,
se pegar, o corpo reage melhor na sua luta pela
sobrevida. São médicos estudiosos e especialistas – que
há um ano convivem e lutam contra a COVID – que dizem
isso.
O negacionismo e seus efeitos
Outro fato importante e triste: além das tolices
emitidas pelos negacionistas, que não imaginam o mal que
causam, há, mesmo no meio espírita, pessoas que colocam
seus medos pessoais, seus raciocínios sem base
científica, para aqueles que a elas recorrem por serem
símbolo de alguma coisa em alguma área, praticando com
isso um ato de irresponsabilidade. E se tornam mesmo
perigosas pela divulgação dos dados incorretos que
manipulam para fazerem valer o que dizem, o que é não
apenas antiético, mas também criminoso.
Parece que querem aliciar pessoas para o seu pensamento
até mesmo para justificar seus próprios medos. E quando
essas pessoas se valem, para isso, de sua condição de
orador ou médium espírita, o absurdo é ainda maior,
porque, como sabemos, a Doutrina Espírita se baseia na
lógica, na razão e no livre-arbítrio. Aliás, não devemos
esquecer nunca: A Doutrina Espírita e a Ciência andam
de mãos dadas.
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