Joias da poesia
contemporânea

Autor: Cornélio Pires

 

O genro neto

 

Toda sogra que há na vida,

No caminho meu ou teu,

Será sempre mãe querida

Outra mãe que o Céu nos deu.

Deus recomenda isso em paz,

Se hoje estás na oposição.

Mais tarde, concordarás

Na lei da reencarnação.

 

Guarda esta simples verdade –

Das lições de mais valor:

Deus criou a humanidade

Para a vitória do amor.

Se não crês no que te digo,

Se estimas lutas no lar,

Escuta, meu caro amigo,

A história que vou contar.

 

“Sogra, não! Nem à custa de madraca!”

- Gritava Nhô Tatão de Albergaria –

“Só de encontrar Nhá bela, tenho azia”.

"O que sinto se vejo jararaca.”

Se a sogra vinha em casa, discutia,

Xingava o perdigueiro, punha a faca...

Mas, certa vez, Tatão, caçando paca,

Teve ataque e morreu no mesmo dia...

 

Desencarnado, em trevas, quis mais prova

E renasceu da esposa, moça nova,

Em novo lar no Sítio da Cancela...

Hoje, só quer vovó, o dia inteiro,

É um menino gorducho e beijoqueiro,

No colo carinhoso de Nhá Bela...

 

Do livro Mãe, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita