Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Tempo livre com as crianças


Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. 
Carlos Drummond de Andrade


Aproveitar o tempo livre com os filhos, e de maneira leve e agradável, é essencial para o bem-estar da família.

Inicialmente, quando nos dispomos a estar com os filhos, e de qualquer idade, é importante desconectar-se do celular. Se há assuntos de trabalho, previamente organizar tarefas e compromissos para que o tempo disponível esteja dedicado às crianças, e não ao telefone…

A casa tem seus cômodos. Eleito o espaço, a contação de histórias é bastante pertinente. Histórias inventadas ou histórias que ajudem os filhos a identificar as origens da própria família. Crianças gostam muito de escutar a respeito da biografia dos próprios pais, fatos que esclareçam sua infância, o começo na escola, os medos, as descobertas. Naturalmente são curiosos e têm sincero interesse em aprender sobre as aventuras dos pais, o passado dos avós. Eu, por exemplo, sempre contei às minhas filhas histórias que me foram contadas por minha mãe, meu pai, meus avós, sem esquecer de esclarecer a elas os cenários da minha própria infância, minhas brincadeiras preferidas, meus bichos inesquecíveis, os livros favoritos, as árvores que habitam em minhas memórias mais ternas… Saber sobre os pais, sobre fatos ligados à família, dá segurança às crianças e lhes proporciona um indispensável senso de identidade e pertencimento.

Risadas integram os cenários diversos da infância. Uma sugestão para o tempo ocioso com os filhos é buscar diminuir o sedentarismo. Como? Ouvindo música e dançando com as crianças. Permitir que elas decidam o gênero musical e também inventem coreografias… Dançar trabalha a musculatura, estimula a coordenação motora, flexibilidade, postura e, ainda, ajuda a estreitar os laços de família.

Manhã sem compromisso? Cozinhar anima as crianças. Bolos, biscoitos, saladas, sanduíches, pizza, receitas fáceis de família. Mas permitir que a criança participe ativamente do preparo, certificando-se, é obvio, de que esteja protegida de utensílios perigosos.

Para muitas crianças é uma atividade divertida fantasiar-se: chapéus, óculos, gravata, lenços, colares, sapatos, roupas, demais acessórios… Entre 4 e 10 anos de idade, elas soltam a imaginação, inventam personagens, criam enredos que valerão momentos lúdicos e criativos.

Por fim, em casa com as crianças, é sempre um rico passatempo ensinar a elas as brincadeiras tradicionais, e muitas vezes esquecidas: estátua, pular corda, corre-cutia, passa-anel, pular elástico, morto-vivo.

E você? Na sua infância, qual era a brincadeira favorita? Já brincou com o seu filho?



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita