Remover
qual
montanha?
Suponhamos que todo o ser humano já tivesse a fé do
tamanho de um grão de mostarda. Ela já seria, segundo
esclareceu Jesus, capaz de remover montanhas. Essa
afirmação tomada ao pé da letra, pode até soar como uma
colocação hilária ao materialista. Mas raciocinemos,
entendendo o sentido espiritual dessa afirmativa do
Mestre.
Em sendo assim, qual a montanha cada ser humano
escolheria para remover? Cada um teria a sua, é a
resposta de maior bom senso, diz a lógica.
Por exemplo, que tal remover a montanha do
dinheiro de uma loteria acumulada? Evidentemente que
essa mudança de local seria dos cofres onde a soma
vultosa estivesse guardada para a conta do banco do
acertador dos números de seus sonhos.
Poderia também alguém desejar remover a montanha de
uma enfermidade grave que ameace a sua vida. Seria uma
mudança bem vinda. Sairia do nosso caminho a doença e se
restauraria a saúde tão valiosa, principalmente quando a
perdemos.
Tenho a impressão que alguma esposa pensaria em remover
a montanha de um marido que atormentasse seus
dias e a de seus filhos aqui na Terra. Empregaria a fé
que já tivesse atingido o tamanho do grão de mostarda, e
esse homem, razão dos seus sofrimentos, desocuparia o
caminho para que ela pudesse ser feliz nesse mundo.
A pessoa em situação financeira difícil utilizaria a fé
para remover a montanha das dívidas, pacificando
suas preocupações para conseguir planejar melhor a
própria vida.
Enfim, cada um teria com a mais absoluta certeza as
suas montanhas para serem removidas por essa fé
que já tivesse atingido o tamanho do grão de mostarda. E
nossa vida aqui no planeta seria um mar de rosas ou um
céu de brigadeiro.
Entretanto, agora vem a seguinte pergunta: qual o
verdadeiro objetivo de nossa fé em Deus?
Emmanuel, em um pequeno livro intitulado Amigo,
tem uma página brilhante denominada Fé Em Deus.
Recordemos com ele algumas verdades que a reencarnação
tenha nos feito esquecer.
A fé em Deus não te arredará das provas inevitáveis, mas
te investirá na força devida para suportá-las.
Não te afastará os obstáculos do caminho, entretanto,
doar-te-á a significação de cada um deles, para que
recebas, em silêncio, a mensagem de que são portadores.
Não te livrará da enfermidade de que ainda precises, no
entanto, iluminar-te-á o entendimento para que lhe
assimiles o recado salutar.
Não te desligará do parente difícil, porém, ajudar-te-á
a aceitá-lo e compreendê-lo em teu próprio benefício.
Não te demitirá dos problemas que, porventura, te
ameacem a paz, contudo, dar-te-á serenidade para
resolvê-los com segurança.
A fé em Deus, por fim, não te mudará os quadros
exteriores de luta, mas infundir-te-á paciência a fim de
que compreendas em todos eles os degraus de elevação, de
que necessitas, para escalar os cimos da vida
imperecível.
Vemos de maneira muito nítida que a fé capaz de remover montanhas existe
para amparar o ser imortal em trânsito muito rápido na
jornada terrestre. Investir no homem físico
resolvendo-lhe os problemas que se constituem nas lições
necessárias para o Espírito imortal, seria uma opção
errônea já que o túmulo aguarda a todo ser material que
um dia despertou num berço trazendo um novo corpo para
frequentar a escola da Terra, servindo com o máximo
proveito àquele que caminha rumo à imortalidade.
O único pedido que Jesus nos ensinou fazer a Deus na
oração do Pai Nosso, foi o pão nosso de
cada dia. E ao lado desse pão colocou a condição
de que fosse feita a vontade Dele, na Terra como no Céu.
Reencarnamos e o conceito do pão de cada dia se
amplia desordenada e erroneamente ao sabor da
incompreensão de cada um sobre o porquê voltamos
e o que estamos fazendo temporariamente por aqui.
Todo obstáculo maior que traga problemas para o homem
físico desejamos remover como a montanha que
incomoda e impede a nossa felicidade aqui no mundo
físico. Esquecemos de aceitar a vontade Dele na Terra
como no Céu.
De que adiantaria o retorno a um corpo material se
fôssemos instalados em uma espécie de hotel cinco
estrelas e na suíte presidencial na escola da Terra?
Não somos turistas da vida, mas muito pelo contrário,
nossa caminhada evolutiva perde-se na incógnita dos
milênios!
Cada montanha do caminho constitui o degrau da
escada evolutiva dessa espiral infinita que nos leva à
perfeição.
Portanto, se a montanha não está fora de cada um, já não
passou da hora de entendermos que a fé deve ser
utilizada para remover as pesadas montanhas de
nossas imperfeições interiores?