Onde O encontro, Senhor?
“Estarei convosco até o final dos séculos”, afirmou
Jesus no Sermão do Cenáculo, mas confirmou também a
extrema necessidade de amar ao próximo como a nós
mesmos, asseverando assim que é impossível encontrá-Lo a
não ser através das pontes humanas que os homens devem
construir entre si.
“O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha
mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no
caminho da Vida.” ¹
É na luta do esforço humano que encontramos a cada
momento o adversário e o colaborador, o desafeto
declarado ou oculto ou ainda os amigos de ideais que
surgem como nossos instrutores. Aquele homem que cruza
conosco nessa difícil fase pela qual, transitoriamente,
atravessamos, traz consigo uma “auréola de rei” ou uma
“espada de tirano”. Todavia, em todas as partes, seja no
lar, no trabalho, na via pública ou na esfera social,
encontramos o próximo buscando em nós a capacidade de
entender e de ajudar. É imprescindível que o ajudemos
com aquilo que temos de melhor.
Em nossa marcha ascensional, todos nós, eternos
aprendizes da Vida, estaremos na tarefa que nos auxilia
a progredir. Passaremos pelas lições necessárias até que
aprendamos a estar onde é nosso lugar, executando as
tarefas que nos levarão adiante, sem desvios ou falsas
interpretações. Somos vasos aos quais o Oleiro Divino
destinou uma utilidade. Dessa forma, cada um de nós, no
momento aprazado terá que dar testemunho individual, no
campo da existência, e prestar contas do que estamos
fazendo com os compromissos assumidos anteriormente.
“Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa
terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa
celeste; em muitas ocasiões, somos abandonados pelos
mais agradáveis laços humanos de maneira a retornarmos
aos vínculos divinos; há épocas em que as feridas do
corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e
situações em que a paralisia ensina a preciosidade do
movimento.” ²
Não vivemos sós. Milhões de almas circulam ao nosso
redor. Desencarnadas ou não, todas solicitam uma gota do
gesto fraterno capaz de mitigar suas dores. Espíritos
sonolentos que ainda somos, longe estamos de perceber
essa multidão, muitas vezes mais próximas do que
imaginamos e, caminhando como autônomos, apenas
cumprimos as leis humanas – e às vezes nem sempre –,
longe sequer de entendermos a necessidade da qualidade
dos nossos atos no mecanismo das circunstâncias, porque
é da Lei Divina que toda semeadura será colhida.
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é
o movimento evolutivo na escala ascensional para a
Divindade, o segundo é a estagnação, assevera Emmanuel.
³
Onde O encontro, Senhor? No amor ao próximo como a ti
mesmo, pois é nele que estarei convosco até o final dos
séculos. Até que aprendamos. Quando isso acontecerá?
Ignoramos! O que sabemos é que quando isso acontecer,
quando Ele nos tocar, descobriremos que somos verdadeira
e incondicionalmente amados por alguém.
Bibliografia:
1 - Xavier, Francisco C. Taça de Luz.
Espíritos diversos. São Paulo: Editora LAKE. 1972. Lição
12.
2 - ________________ Fonte Viva.
Pelo Espírito Emmanuel. 16 ed. Rio de Janeiro: Federação
Espírita Brasileira Editora. 1988. Lição 89.
3 - ________________ Caminho, Verdade
e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 17 ed. Rio de
Janeiro: Federação Espírita Brasileira Editora. 1997.
Lição 35.
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