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por Leda Maria Flaborea

 

Onde O encontro, Senhor?


“Estarei convosco até o final dos séculos”, afirmou Jesus no Sermão do Cenáculo, mas confirmou também a extrema necessidade de amar ao próximo como a nós mesmos, asseverando assim que é impossível encontrá-Lo a não ser através das pontes humanas que os homens devem construir entre si.  

“O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no caminho da Vida.” ¹

É na luta do esforço humano que encontramos a cada momento o adversário e o colaborador, o desafeto declarado ou oculto ou ainda os amigos de ideais que surgem como nossos instrutores. Aquele homem que cruza conosco nessa difícil fase pela qual, transitoriamente, atravessamos, traz consigo uma “auréola de rei” ou uma “espada de tirano”. Todavia, em todas as partes, seja no lar, no trabalho, na via pública ou na esfera social, encontramos o próximo buscando em nós a capacidade de entender e de ajudar. É imprescindível que o ajudemos com aquilo que temos de melhor.

Em nossa marcha ascensional, todos nós, eternos aprendizes da Vida, estaremos na tarefa que nos auxilia a progredir. Passaremos pelas lições necessárias até que aprendamos a estar onde é nosso lugar, executando as tarefas que nos levarão adiante, sem desvios ou falsas interpretações. Somos vasos aos quais o Oleiro Divino destinou uma utilidade. Dessa forma, cada um de nós, no momento aprazado terá que dar testemunho individual, no campo da existência, e prestar contas do que estamos fazendo com os compromissos assumidos anteriormente.

“Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa celeste; em muitas ocasiões, somos abandonados pelos mais agradáveis laços humanos de maneira a retornarmos aos vínculos divinos; há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e situações em que a paralisia ensina a preciosidade do movimento.” ²

Não vivemos sós. Milhões de almas circulam ao nosso redor. Desencarnadas ou não, todas solicitam uma gota do gesto fraterno capaz de mitigar suas dores. Espíritos sonolentos que ainda somos, longe estamos de perceber essa multidão, muitas vezes mais próximas do que imaginamos e, caminhando como autônomos, apenas cumprimos as leis humanas – e às vezes nem sempre –, longe sequer de entendermos a necessidade da qualidade dos nossos atos no mecanismo das circunstâncias, porque é da Lei Divina que toda semeadura será colhida.

O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação, assevera Emmanuel. ³

Onde O encontro, Senhor? No amor ao próximo como a ti mesmo, pois é nele que estarei convosco até o final dos séculos. Até que aprendamos. Quando isso acontecerá? Ignoramos! O que sabemos é que quando isso acontecer, quando Ele nos tocar, descobriremos que somos verdadeira e incondicionalmente amados por alguém.

 

Bibliografia:

1 - Xavier, Francisco C. Taça de Luz. Espíritos diversos. São Paulo: Editora LAKE. 1972. Lição 12.

2 - ________________ Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. 16 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira Editora. 1988. Lição 89.

3 - ________________ Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 17 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira Editora. 1997. Lição 35.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita