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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

A viagem aqui é tão curta!


Dois fatos me chamaram a atenção no final da última primavera, a beleza dos ipês (que já haviam perdido as flores) e a floração das árvores de flamboyant (planta exótica trazida da África) muito usada em paisagismo. A pracinha do Curtume, em Capivari, estava linda com um enorme flamboyant destacando-se na paisagem.

Uma jovem estava sentada num transporte público quando uma senhora idosa e mal-humorada veio e sentou-se ao lado dela batendo nela com suas numerosas sacolas. Uma pessoa sentada do outro lado ficou injuriada com a situação e perguntou à moça por que ela não reclamou ou não disse algo para aquela senhora.

A moça respondeu com um sorriso: Não é necessário ser grosseiro ou discutir sobre algo tão insignificante, a jornada juntos aqui é tão curta... Já desço na próxima parada!

A resposta merece ser escrita em letras douradas no nosso comportamento diário e em toda parte! Não é necessário discutir sobre algo tão insignificante, nossa jornada juntos é tão curta.

Cada um de nós devia perceber que a nossa passagem nessa dimensão tem uma duração muitíssimo curta em relação à imortalidade da vida.

Por que escurecê-la com brigas, com gritos, com argumentos e exigências fúteis, não perdoando os outros, com ingratidão e atitudes ruins? Somos os arquitetos do nosso amanhã e do nosso destino, não devemos permitir que ninguém nos faça descer tão rasteiramente a ponto de sentir mágoas, irritação e estresse. Sentimentos que podem ser um grande desperdício de tempo e energia, que causam enfermidades em nosso corpo e espírito, como o rancor.

Alguém quebrantou seu coração, causou tristeza ou decepção?

Fique calmo, a viagem é tão curta... Eles também estão aprendendo.

Alguém traiu, intimidou, enganou ou humilhou você?

Fique calmo, perdoe. A viagem é tão curta...

Qualquer sofrimento que alguém nos provoque, vamos lembrar que a nossa jornada juntos é tão curta... Portanto, sejamos gratos e tranquilos. Com sabedoria percebemos que a vida é única e muito longa. A doçura é uma virtude que não se compara com a covardia, mas com a grandeza de alma.

Ninguém sabe a duração de sua jornada. Ninguém sabe se terá que descer na próxima parada.... Vamos, portanto, manter a doçura e amabilidade com os amigos e familiares (algo que eu também, claro, busco e gostaria de alcançar). Se eu machuquei você, peço perdão.

E lembre-se: A viagem aqui é tão curta! Para que acordar com arrependimento e mau humor? Ame as pessoas que estão perto e também longe de você, que tratam bem você e perdoe e respeite as outras que ainda não aceitam como você é e pensam diferentemente.

Acredite que tudo acontece por uma razão, somos seres espirituais numa experiência humana. Somos Espíritos imortais estagiando na Terra; poderia ser em outro mundo, em outro país.

Se algo do passado não ocorreu como achamos que deveria ter sido hoje, que mudemos hoje, e se tivermos uma segunda chance, que a agarremos com as duas mãos.

Para que tanta pressa? Ame as pessoas como elas são e escolha as companhias que vão te fazer feliz no futuro.

Deus nunca disse, nunca escreveu, que a nossa existência no corpo seria fácil. Mas, seu enviado Jesus, disse: “Olhai os lírios do campo”.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME.


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita