Joias da poesia
contemporânea

Autor: Maria Dolores

 

Sofres

 

Sofres agravo e injúria, a golpes no caminho;

Entretanto, alma boa,

Se queres carregar as chagas dolorosas

Como espinhos de dor, recobertos de rosas,

Ama, serve e perdoa.

 

Sofres a ingratidão dos que estimas no mundo,

Arde-te o coração em sofrimento e chama,

Mas se anseias fazer das lágrimas que choras

Estrelas, orações, risos e auroras,

Perdoa, serve e ama.

 

Sofres angústias mil pelo ideal que abraças,

Na fé que te abençoa;

Se desejas, porém, achar na mágoa que te alcança

A fonte de água viva da esperança,

Ama, serve e perdoa.

 

Sofres acusações indébitas na estrada,

Em rajadas de pedra a desfazer-se em lama;

Se procuras, no entanto, a paz e a luz da escola,

Pela luta do bem, ao fel que desconsola,

Perdoa, serve e ama.

 

Em toda provação que o mal te arme na vida,

Se buscas transformar a sombra que enodoa

Em lições de bondade e canções de alegria,

Perdoa, serve e ama, em tudo, dia a dia,

E seja com quem for, ama, serve e perdoa.

 

Do livro Antologia da Espiritualidade, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita