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por Juan Carlos Orozco

 

O amor do Cristo nos constrange


“Pois o amor de Cristo nos constrange...” 
(Paulo de Tarso; 2 Coríntios 5: 14.)


Quando lemos “Quando há luz”, do Espírito Emmanuel, na psicográfica de Francisco Cândido Xavier, no livro “Fonte viva”, da FEB Editora, no Capítulo 74, ficamos maravilhados pela linda mensagem que nos conduz a profundas reflexões.

A palavra constranger poderá ter o sentido de coagir, física ou moralmente, compelir ou dominar. Por outra ótica, o constranger poderá agregar também o sentido de modificar, mudar ou renovar.

Nessa direção, temos notícias de pessoas que se dizem não mais serem as mesmas depois de certas situações que lhes abalaram as estruturas da alma, podendo ser diante de uma experiência de quase morte, ao ser curado de uma doença grave, ao ser salvo de um grave acidente ou de um sinistro, ao ter a perda de um ente querido, dentre outras.

Emmanuel foi preciso ao interpretar as palavras de Paulo de Tarso: Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente”; ou seja, quando dominados pelo amor do Cristo, ele nos constrange a seguir as suas pegadas e a mudar as nossas atitudes, os nossos caminhos e as nossas vidas pela verdade divina que liberta a alma na busca da perfeição.

Quando coagidos pelo amor do Cristo, tendo abrigo em seus corações, as claridades da Palavra do Mestre iluminam e penetram com profundidade as almas transformadas, não havendo mais lugar para o antigo, como disse Emmanuel: “Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante. Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito”.

Os discípulos de Jesus, constrangidos pelo amor do Cristo, modificados e renovados para o trabalho edificante na prática do bem e da caridade, poderão dizer, como nas palavras de Emmanuel: “O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado. O que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono”.

E mais: “A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta-o a servir sem descanso. Converte-se-lhe a alma num estuário maravilhoso, em que os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias. A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige. É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado. O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.  Insatisfeito, embora resignado; firme na fé, não obstante angustiado; servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada a fora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões...”.

Paulo de Tarso, em outra passagem, bem expressou esse sentimento de constrangimento do amor do Cristo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas, 2: 20).

Emmanuel esclarece ainda: “Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo. Vergasta-o à luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo”.

No final, aconselha: “Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!”.

Por tudo isso, que sejamos constrangidos pelo amor do Cristo e, como aprendizes do Evangelho, diante da verdade divina que liberta a alma, possamos levar aos nossos irmãos palavras de fé, confiança, consolo e, principalmente, esperança na vida futura mediante obras edificantes.

 

Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Fonte Viva.  1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2020.


 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita