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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

A balança da nossa consciência


Observando os Corpos Celestiais, entendemos se tratar de um sistema em que o equilíbrio ocorre de forma harmônica, por haver uma força Suprema que impede haver alterações que venham trazer desajustes no Cosmo.

Se enveredarmos para o nosso mundo interior no qual precisamos manter o equilíbrio compatível com as forças que nele atuam, veremos que existem reações próprias à dinâmica da vida. Esses fatores desencadeiam atritos sutis que nem sempre nos apercebemos, porém são cumulativos e promovem aos poucos uma desordem que nos leva às aflições. Essa contenda, onde o personagem é o Espírito, precisa ser eliminada, pois, caso persista, levar-nos–á a transtornos os mais variados, culminando na somatização desses conflitos com reais prejuízos à nossa saúde.

Representando esse status quo como sendo uma balança, estabelecemos uma analogia quanto ao equilíbrio necessário que se dará por aquilo que comumente se chama “fiel da balança”, que se pode imaginar como o ponto de “harmonia” que necessitamos. A palavra fiel de origem latina (Fidelis) significa fidelidade, compromisso. É nesse ponto que o bom senso deve prevalecer evitando as oscilações próprias de uma balança, enquanto o “fiel” se faz presente com uma autoridade capaz de cessar nossas aflições, como diz o Apóstolo Paulo em 2 Timóteo 4.7: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”.

Sabidamente a nossa consciência se manifesta sobre nossos pensamentos e atitudes cobrando-nos a racionalidade, objetivando vencermos os impulsos malfazejos que travam duelos para que nos afastemos do bem. Somos réus e juízes de nós mesmos. Nossa consciência é implacável, não falha! Age com fidelidade às Leis de Deus, comportando-se como um Anjo Guardião que cintila com a luz da razão para que encontremos o caminho do bem afastando o “homem velho” dos equívocos cristalizados no palco da nossa vida, para que nos transformemos no “homem novo” desperto, revitalizado e pronto para manter-se fiel às Leis Supremas.

Para tal, faz-se necessário o exame de consciência diário, que corresponde aos passos da reforma íntima a ser perseverada. Valendo-nos da prece como força renovadora, deveremos nos manter em estado de alerta, conforme temos em Mateus 26:41 – “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.

Reportemo-nos a O Livro dos Espíritos, Q - 919, onde Santo Agostinho informa qual a receita para a reflexão diária: Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar”. (...). Buscar o fiel da balança da nossa consciência é não esmorecer na luta do bem contra o mal. É refletir sobre o que pensamos e fazemos e daí concluirmos quais os caminhos que deveremos seguir na mudança do rumo para a nossa elevação espiritual.

Podemos entender, por extensão, que Paulo de Tarso encontrou no caminho de Damasco o “fiel da balança” que o libertou. Busquemo-lo também e sigamos as palavras e o exemplo de Jesus, que representam a vontade do Criador.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita