A balança da nossa consciência
Observando os Corpos Celestiais, entendemos se tratar de
um sistema em que o equilíbrio ocorre de forma harmônica,
por haver uma força Suprema que impede haver alterações
que venham trazer desajustes no Cosmo.
Se enveredarmos para o nosso mundo interior no qual
precisamos manter o equilíbrio compatível com as forças
que nele atuam, veremos que existem reações próprias à
dinâmica da vida. Esses fatores desencadeiam atritos
sutis que nem sempre nos apercebemos, porém são
cumulativos e promovem aos poucos uma desordem que nos
leva às aflições. Essa contenda, onde o personagem é o
Espírito, precisa ser eliminada, pois, caso persista,
levar-nos–á a transtornos os mais variados, culminando
na somatização desses conflitos com reais prejuízos à
nossa saúde.
Representando esse status
quo como sendo uma balança, estabelecemos uma
analogia quanto ao equilíbrio necessário que se dará por
aquilo que comumente se chama “fiel da balança”,
que se pode imaginar como o ponto de “harmonia”
que necessitamos. A palavra fiel de origem latina
(Fidelis)
significa fidelidade, compromisso. É nesse ponto
que o bom senso deve prevalecer evitando as oscilações
próprias de uma balança, enquanto o “fiel” se faz
presente com uma autoridade capaz de cessar
nossas aflições, como diz o Apóstolo Paulo em 2
Timóteo 4.7:
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a
fé”.
Sabidamente a nossa consciência se manifesta sobre
nossos pensamentos e atitudes cobrando-nos a
racionalidade, objetivando vencermos os impulsos
malfazejos que travam duelos para que nos afastemos do
bem. Somos réus e juízes de nós mesmos. Nossa
consciência é implacável, não falha! Age com fidelidade às
Leis de Deus, comportando-se como um Anjo Guardião que
cintila com a luz da razão para que encontremos o
caminho do bem afastando o “homem velho” dos
equívocos cristalizados no palco da nossa vida, para que
nos transformemos no “homem novo” desperto,
revitalizado e pronto para manter-se fiel às Leis
Supremas.
Para tal, faz-se
necessário o exame de consciência diário, que
corresponde aos passos da reforma íntima a ser
perseverada. Valendo-nos da prece como força renovadora,
deveremos nos manter em estado de alerta, conforme
temos em Mateus 26:41 – “Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na
verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
Reportemo-nos a O Livro
dos Espíritos, Q - 919, onde
Santo Agostinho informa qual a receita para a reflexão
diária: “Fazei o que eu fazia, quando
vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha
consciência, passava revista ao que fizera e perguntava
a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém
tivera motivo para de mim se queixar”. (...). Buscar
o fiel da balança da nossa consciência é não
esmorecer na luta do bem contra o mal. É refletir sobre
o que pensamos e fazemos e daí concluirmos quais os
caminhos que deveremos seguir na mudança do rumo para a
nossa elevação espiritual.
Podemos entender, por extensão, que Paulo de Tarso
encontrou no caminho de Damasco o “fiel da balança” que
o libertou. Busquemo-lo também e sigamos as palavras e o
exemplo de Jesus, que representam a vontade do Criador.
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