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por José Lucas

 

As religiões (não) fazem falta?


Nestes momentos conturbados do planeta Terra, a guerra tem sido o grande carrasco do ser humano. Como resquícios dos mundos primitivos, o Homem continua a matar por qualquer razão, todas elas tendo como causa o egoísmo que, por sua vez, é a mãe de todos os defeitos morais do Homem.

Da guerra mental, verbal, física, familiar ou não, guerras periféricas até as guerras mundiais, temos tido de tudo um pouco, desde que o Homem é Homem.

Se a ganância, o orgulho, o egoísmo têm sido os grandes verdugos da Humanidade, conduzindo a guerras permanentes, a sofrimentos atrozes, a marcas físicas e psicológicas sem fim, as religiões têm, igualmente, sido fontes de conflitos nas mais diversas Eras da Humanidade.

Vendo bem as coisas, as religiões são como os partidos políticos, os clubes de futebol: todas elas se acham a melhor entre todas, a única que possui a verdade e, como tal, tornam-se sectárias (seitas, que separam uns dos outros), promovendo disputas e, amiúde, ódios, guerras e vinganças sem fim, tudo isto em nome de Deus, que cada uma apelida como deseja.

No ponto extremo temos o radicalismo religioso, religiões mais ou menos bárbaras, que nada condizem com a noção de espiritualidade, paz, humanismo, fraternidade, solidariedade, Amor.

Jesus de Nazaré foi o Espírito mais evoluído que esteve na face da Terra, dizem os Espíritos superiores, nas pesquisas efetuadas por Allan Kardec, quando da codificação da Doutrina dos Espíritos (Espiritismo ou Doutrina Espírita) em 1857.

Pela árvore se vê o fruto e, de fato, apenas com Jesus de Nazaré encontramos noções de vivência em sociedade transversais a toda a Humanidade, sem distinção de povos ou raças, pregando e praticando o Amor ao próximo, deixando esse roteiro como o único caminho seguro para a Humanidade.


Jesus de Nazaré é o expoente máximo que esteve na Terra, cujos ensinos se destinam a todos os homens, povos e raças.


Jesus não criou o cristianismo, nem as religiões cristãs, isso foi fruto da Humanidade que o adaptou às suas idiossincrasias. Ele foi o grande psicoterapeuta da Humanidade, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, não fundou nenhuma religião.

As religiões são contranatura, dividem, separam, criam dissensões, guerras, não são um polo de união entre os Homens e, como tal, nos dias que correm, não são um bem para a Humanidade.

Se é certo que existem muitas pessoas de boa vontade dentro das religiões, é mais que sabido que as estruturas das mesmas se tornaram fontes de poder, de miséria e de discórdia.

O Espiritismo não é mais uma religião ou seita, mas uma filosofia de vida, universal e universalista, sendo que, qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, pode estudar e praticar o Espiritismo.

Em pleno século XXI é inadmissível o terror dos radicais islâmicos (entre outros), cujas intenções primitivas e destruidoras visam ao regresso à Idade Média, numa tentativa de destruir a civilização Ocidental. Estão em risco a evolução da Humanidade, os Direitos do Homem, uma civilização mais fraterna, onde a igualdade, fraternidade, colaboração e espiritualidade sejam o ponto de encontro entre as diversas civilizações.

Nestes tempos de dor, em que os cristãos voltam a ser mártires, perante as atrocidades terroristas fundamentadas no radicalismo religioso, precisamos relembrar os primeiros cristãos, a sua coragem e, com a certeza da imortalidade, assente na razão, na pesquisa, e não abdicarmos das conquistas civilizacionais do Ocidente.

Vivemos tempos de pandemia espiritual, em que obsessões espirituais, coletivas, de Espíritos atrasados, se operam sobre a Humanidade, cuja fonte de ligação é, precisamente, a violência, o egoísmo, o orgulho, a agressividade.

A espiritualidade (entendimento da vida, ligação à Divindade) é o que se deseja hoje em dia e, para o futuro da Humanidade, onde as religiões sejam recordadas como os primeiros passos do Homem, até que se entendesse que, afinal, elas não eram precisas para nada… havendo espiritualidade!

Nas pegadas de Jesus de Nazaré, o hindu Mohandas Gandhi especificou, também falando e agindo: “Não há um caminho para a paz, a paz é o caminho”.


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita