Mãos que
curam
“E Deus, pelas mãos de
Paulo, fazia milagres
extraordinários...”
Atos, cap.19,11 e12.
Desde há muito tempo, a
imposição das mãos era
usada como recurso para
aliviar, consolar,
melhorar e até curar
doenças físicas e
espirituais. Até o
advento do Espiritismo,
muito pouco se sabia
sobre esse recurso que,
na maioria das vezes, os
fenômenos de curas que
ocorriam, pela imposição
das mãos, eram envoltos
em mistérios ou algo
sobrenatural.
Hoje, nós sabemos, por
meio da Doutrina dos
Espíritos, que esses
fenômenos ocorrem pela
influência dos fluidos
que constituem os
veículos dos pensamentos
e que tudo o que
percebemos ou recebemos
é absorvido pelo nosso
corpo perispiritual.
Vejamos o que nos diz
Allan Kardec, em A
Gênese, no capítulo
referente aos “Milagres
do Evangelho: “O
princípio dos fenômenos
psíquicos repousa, como
já vimos, sobre as
propriedades do fluido
perispiritual, que
constitui o agente
magnético sobre as
manifestações da vida
espiritual durante a
vida e depois da morte;
enfim, sobre o estado
constitutivo dos
Espíritos e seu papel
como força ativa na
natureza. Conhecidos
esses elementos e
constatados os seus
efeitos, sua
consequência é fazer
admitir a possibilidade
de certos fatos que
antes eram rejeitados, a
menos que se lhes
atribuísse uma origem
sobrenatural”.
Assim, o estudo sobre os
fluídos, principalmente
o fluido cósmico
universal, que seria a
matéria elementar
primitiva, tanto agindo
no estado ponderável
como o da
imponderabilidade,
modificável de maneiras
infinitas, explica-nos
os fenômenos que ocorrem
com a imposição das
mãos, num processo
denominado lei de
absorção e repulsão de
fluidos. As mãos servem
de instrumento para a
projeção de fluidos
magnetizados, doados
pelo passista e
absorvidos pela pessoa
necessitada.
“A energia cósmica tem
muitos nomes,
manifesta-se de muitas
formas, conquanto seja
sempre a mesma, em
essência e fundo: akasa,
para os hindus, aôr para
os hebreus, telêsma,
para os hermetistas, azoth,
para os alquimistas, força
ódica de Reichemback, força
psíquica de Crookes, fluido
mesmérico, fluido
vital, fluido
universal, eletricidade,
enfim, como quer que se
chame, é sempre fluido
cósmico universal, do
qual uma das
manifestações mais úteis
e poderosas é o
magnetismo, visto que
pode ser utilizado em
forma simples e
acessível aos homens, na
cura das moléstias”. (Passes
e Radiações – Edgard
Armond, 27ª edição, Ed.
Aliança.)
Passista pode ser
qualquer um, mas, as
condições morais,
éticas, alguns cuidados
profiláticos em relação
ao próprio corpo,
abstenção de certos
vícios, assim como um
mínimo de conhecimento
teórico sobre matéria e
espírito, permitirão uma
maior eficácia no
tratamento, pois para
curar pela ação
fluídica, quanto mais
depurados os fluidos,
mas eficiente se tornará
o tratamento.
Os passes são de três
categorias: 1) passe
magnético: aquele em que
o passista doa seus
fluidos, utilizando a
força magnética
existente em seu próprio
corpo perispiritual; 2)
passe espiritual: é uma
espécie de magnetização
feita pelos Espíritos,
sem intermediários,
diretamente no
perispírito das pessoas
enfermas ou perturbadas.
Nesse caso, o
necessitado não recebe
fluidos magnéticos de
passistas ou médiuns,
mas outros, mais finos e
puros. O seu poder
curativo é grande, muito
diferente e muito melhor
que o que possui o
magnetizador encarnado;
e, finalmente, 3) passe
misto: é uma modalidade
de passe onde se
misturam fluidos do
passista com os da
espiritualidade. A
combinação é muito maior
do que no passe
puramente magnético e
seus efeitos muito mais
salutares. Este é o tipo
de passe que é aplicado
nas Casas Espíritas.
Assim, grosso modo, fica
dada uma pequena amostra
da complexidade do
assunto que exige estudo
e aprofundamento, como
fizeram muitos
respeitáveis do meio
científico,
contemporâneos de
Kardec, que acabaram
absolutamente
convencidos de tudo o
que estava sendo
apresentado pela
Doutrina dos Espíritos.
Façamos nós o mesmo,
abrindo nossas mentes
para novas revelações,
novos ensinamentos,
deixando de lado a
resistência atávica em
permanecermos presos a
conceitos ultrapassados
e dogmatismos
infundados.
Viver é evoluir,
aprender, renovar
conceitos, olhando para
trás tão somente para
conferir o quanto já
progredimos e seguir
adiante, buscando cada
vez mais o conhecimento,
despidos de
preconceitos, de ideias
refratárias, imaginando
que o crescimento
espiritual requer
esforço e dedicação.
Martha
Capelotto é divulgadora
do Espiritismo.