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por Jane Martins Vilela

 

Degraus de subida


“Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim, que sou brando e humilde de coração, e encontrareis repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.” -  Jesus (Mateus, cap. 11)


Estas lindas e reconfortantes palavras de Jesus estão sendo muito lembradas. As dores estão batendo às portas de uma grande parte de pessoas no planeta. Sofrimentos por todos os lados.

São chegados os tempos para a transformação moral do planeta. Há quanto tempo estamos ouvindo isso! Os sofrimentos cresceram, todos contam dores que estão vivenciando. Há aqueles que sabem sofrer bem, com resignação, sem revolta. Há os que são revoltados e que gemem e blasfemam, incomodados com tudo e, com isso, tornando-se um fardo para quem os assiste, seja na figura de um pai, uma mãe, uma irmã, um filho!

O nosso amado Hugo Gonçalves, o paizinho Hugo, de Cambé, costumava dizer que os sofrimentos são degraus de subida espiritual, se aceitos com amor. As pedras surgem no caminho, obstaculizando a marcha, dizia ele, mas quando removidas, abririam espaço para a caminhada. Os caminhos difíceis seriam degraus de subida.

Assim como temos visto e ouvido sobre tantas dores, cremos que os trabalhadores do bem de toda a ordem observam outro tanto.

Há um tempo ouvimos uma notícia triste. Um amigo nosso, do centro que frequentamos, nos disse que uma coleguinha de seu neto, uma menina haitiana que estava indo bem na escola, despediu-se da professora. Estava voltando com seus pais para o Haiti, após aquele terremoto arrasador. Os familiares adultos, que cuidavam de suas crianças que lá permaneceram, morreram no terremoto. Eles teriam que voltar, para cuidarem. E, não tendo como partir, sem recursos, voltariam a pé. A professora chorou, contando-lhe isso.

Nada acontece por acaso. A mão divina misericordiosa ampara seus filhos em todas as partes do globo. Há aqueles que aparentemente sorriem. Há os que estão sempre tendo dificuldades a vencer.

Precisamos ver, em todos os fatos, a reencarnação e a justiça divina. O amor e a misericórdia. “O amor cobre uma multidão de pecados”, dizia Pedro. Que multidão de pecados carregaremos nós, Espíritos imortais milenares! Um fardo enorme! Mas o fardo se torna leve com Jesus. Urge carregar o fardo com o evangelho na alma, na certeza de que todas as dores haverão de passar. Tudo passa. A humanidade vive momentos difíceis, mas o amor e a solidariedade crescem em toda a parte.

Não sejamos juízes uns dos outros, não julguemos. Não foi em vão que Jesus asseverou que aquele que estivesse sem pecado atirasse a primeira pedra. Todos temos um passado a corrigir, reencarnações anteriores, nem sempre no caminho da bondade. Todos nós já erramos muito, mas agora estamos procurando acertar.

O que levaria famílias com suas crianças a voltarem para o Haiti a pé? Deixarem um pouco da esperança que conseguiram, irem pedindo carona pelos caminhos, até chegarem lá? O amor é a resposta. O amor pelos que deixaram para trás. Estão voltando para recuperá-los.

Assim acontece conosco. Os Espíritos que nos amam, que já alcançaram moradas de paz, voltam para a Terra, em renúncia imensa, deixando suas moradas elevadas, por amor a nós. Reencarnam-se, são filhos, pais, avós, amigos que nos sustentam. Retornam por amor, para nos resgatarem, não nos deixarem para trás.

O amor é sublime lição a ser aprendida entre nós. Jesus nos mostrou o caminho. Cada vez mais atual, em meio aos dissabores da jornada, o bom pastor, que é o mestre Jesus, chama as suas ovelhas de volta para o rebanho. Regozija-se quando uma ovelha que estava perdida retorna.

Jesus, o bom pastor, precisa ser resgatado nos lares. Sua história comove e seu exemplo de amor arrastou os mártires ao sacrifício, sem temor. Sabiam da imortalidade. Conheciam a paz do dever bem cumprido e da consciência íntegra.

Os tempos estão dolorosos e a história de Jesus é um comovente relato de amor e compaixão, heroísmo e sacrifício. Com ele como modelo e guia, será possível se galgar os degraus de luz, subir espiritualmente.

Sua mãe deixou um exemplo grandioso: Faça-se na serva a vontade do Senhor!

Somos servos. Somos aprendizes. Carreguemos nossos fardos cantando as esperanças de um futuro melhor. Confiemos e nos lembremos de que Deus está no comando!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita