Uma noção ampliada de justiça, considerando o
delinquente ou criminoso como um enfermo necessitado de
muitos cuidados, implantou-se no mundo a partir de uma
ocorrência muito conhecida da ação de Jesus quando aqui
esteve conosco. A dedução, muito lógica, apesar do que
ainda precisa ser implantado e efetivamente vivido, está
no livro Boa Nova, de Humberto de Campos, no
capítulo 13 – Pecado e Punição. Depois de
referir-se ao ‘atire a primeira pedra aquele que estiver
sem pecado’ – que desmontou a ira dos perseguidores da
mulher em falta – assim se expressa o citado autor na
referida obra:
“(...) desde a tarde em que Jesus se encontrou com a
pecadora em frente da multidão, um pensamento novo
entrou a dominar aos poucos o espírito do mundo. A
substância evangélica do ensino inolvidável penetrou o
aparelho judiciário de todos os povos. A sociedade
começou a compreender suas obrigações e procurou
segregar o criminoso, como se isola um doente, buscando
auxiliar-lhe a reforma definitiva, por todos os meios a
seu alcance. (...) Todo o sistema da justiça humana
evolveu para os princípios da magnanimidade, e os juízes
modernos, lavrando suas sentenças, sem nunca haverem
manuseado o Novo Testamento, talvez ignorando que
procedem assim por ter sido Jesus o grande reformador da
criminologia.”
Considere-se que ainda há crueldade e falhas nos
processos e julgamentos. Isso, todavia, não invalida nem
impede o avanço de uma nova mentalidade que
gradativamente vai ganhando espaço no discernimento
humano: os agressores e delinquentes de todos os matizes
são enfermos, necessitados todos de educação, compaixão
e auxílio, pelas seduções por que se deixaram levar,
dominados que ainda estão pelo egoísmo ou por tolas
vaidades.
Afinal, como considera o mesmo autor, no citado
capítulo, “(...) só a luz e o bem são eternos e, um dia,
todos os redutos do mal cairão, para que Deus
resplandeça no espírito de seus filhos (...)”. Não se
assuste, pois, o leitor, com o momento complexo da
sociedade humana. Tais disparates apenas aceleram um
largo processo de amadurecimento que alterará o sofrido
panorama social.
O
Consolador Revista
Semanal de Divulgação Espírita