A hora
presente
A notícia apareceu no
principal portal do país
no final de outubro
passado sob o título: “Óculos
da estátua de Drummond
são furtados pela 12ª
vez desde a inauguração
no Rio de Janeiro”.
O artigo informava que a
estátua de bronze,
instalada em 2002 na
orla de Copacabana, em
homenagem ao famoso
poeta brasileiro, não
resiste à sanha da
bandidagem. Seria esse
um fato realmente
anormal em nossas
plagas? Absolutamente
não. Resido em uma
cidade – São Paulo – em
que se furta de tudo. Os
jornais reportam
diariamente que os
“empreendedores do
crime” não poupam nada.
Ou seja, o cardápio dos
delitos praticados por
aqui é extremamente
amplo: cabos elétricos
das linhas de trem, dos
semáforos, fiações das
escolas e residências,
tampas de boca de lobo,
portões de alumínio das
casas (aconteceu, a
propósito, com a da
minha mãe), botijões de
gás, telefones celulares
(às vezes envolvendo
latrocínio), sem falar
dos roubos de carros,
motos, caminhões de
carga, empresas,
residências, bancos etc.
Neste último caso,
tornaram-se corriqueiros
os assaltos midiáticos.
De maneira
surpreendente, grandes
cidades, em várias
partes do país, têm sido
submetidas a esse tipo
de ação criminosa, que
lembra perfeitamente os
enredos dos filmes de
faroeste, produzidos
pela indústria
cinematográfica
americana. São crimes
muito bem organizados
por quadrilhas
especializadas, que
estudam o alvo com
esmero e, a partir
disso, planejam e
executam ações precisas.
As forças policiais
locais pouco ou nada
podem fazer diante do
poderio bélico dos
criminosos.
Lamentavelmente, às
vezes, o assalto culmina
com o uso de vítimas
indefesas como escudo
humano, impedindo,
assim, uma reação
policial à altura. No
pior cenário possível,
os inocentes morrem,
como já aconteceu em
várias oportunidades.
Como diz determinado
parente meu, com muito
acerto, diga-se de
passagem, “tornamo-nos
prisioneiros condenados
a viver em casas bem
trancadas” - tamanha a
audácia e maldade dos
meliantes que abundam em
nosso solo abençoado.
Mas as ações ultrajantes
não param por aí. Afinal
de contas, há outras
igualmente lesivas aos
cidadãos de bem que
imperam em nossa pátria.
No domingo de 24 de
outubro passado, o
programa dominical Fantástico exibiu
uma reportagem sobre
pessoas que se fazem
passar por herdeiros de
outras (falecidas ou
não). Com a preciosa
ajuda de um juiz
corrupto, os criminosos
subtraíram todo o
patrimônio financeiro
dos autênticos
herdeiros, criando
enorme embaraço à
justiça e prejuízos às
vítimas.
No rol de práticas
infelizes, é oportuno
recordar que, na
atualidade, tornou-se
altamente temerário
possuir um PC, notebook
ou celular sem um bom
programa de antivírus
instalado. Nesse
sentido, chega a ser
assustador o número de
e-mails que adentram a
nossa caixa postal
contaminados por vírus e
quejandos com intuito de
descobrir as nossas
senhas e dados pessoais.
A propósito, os bandidos
cibernéticos continuam
aplicando golpes e mais
golpes nos consumidores.
Comprar pela internet
revela-se, aliás, algo
desafiador ao cidadão
comum. Mas há muito mais
na lista de maldades...
Recentemente centenas de
moradores da minha
cidade tiveram – alguns
ainda não terminaram a
sua provação – as suas
contas de consumo de
energia aumentadas
abusivamente. Como
esperado, filas e mais
filas se formaram nas
agências da empresa
responsável. Aliás, ela
alegou que a pandemia
criou dificuldades
acentuadas para a
medição dos relógios. É
verdade que tal fato
gerou inúmeros problemas
para as empresas.
Entretanto, cobrar mais
de R$20.000,00 numa
conta de luz de pessoas
desempregadas, que
tiveram, por sua vez, de
recorrer a um jornal
televisivo para ter os
seus direitos
respeitados, sinaliza
muito claramente o tipo
de “valores” que essa
organização esposa.
Seguindo essa linha de
raciocínio, continua a
implacável depredação da
natureza em nossa
pátria. Definitivamente,
seus autores não têm a
menor preocupação com as
abomináveis
consequências às futuras
gerações. Os crimes
praticados contra o meio
ambiente são sempre
nefastos, pois deixam um
rastro de destruição e
prejudicam a imagem do
país junto à comunidade
internacional. Nesse
sentido, é curioso notar
que o Brasil sempre
sofreu essa ação
desvirtuada desde muito
antes da sua descoberta
oficial. Cabe ainda
mencionar o triste
aumento da violência
contra as mulheres e dos
feminicídios na nação –
o que denota uma
natureza selvagem
fortemente presente na
psiquê de certos homens,
que não conseguem
respeitar o direito de
suas parceiras.
Por outro lado,
reconheço que não trago
nada novo aos leitores
razoavelmente
informados, bem como
confesso que não é essa
a minha intenção. Na
verdade, sou levado a
considerar que o Criador
– por alguma razão
desconhecida por mim -
alocou nessa região do
mundo enorme contingente
de indivíduos alinhados
ao mal. A propósito, não
é sem fundamento que
estamos vendo a ação
maléfica deles presente
em praticamente todos os
setores da sociedade.
Alguns são menos
visíveis dos que os
acima aludidos, mas, nem
por isso, menos
perigosos ou lesivos.
Para essas criaturas, de
modo geral, não soou
ainda o apelo amoroso de
Jesus, isto é, os seus
dois mandamentos
basilares. Como alento
aos brandos e pacíficos
ora reencarnados, há
sólidas evidências de
que a separação do joio
do trigo está em curso –
embora aparentemente de
maneira lenta - nessa
parte do orbe.
Seja como for, enquanto
isso ocorre em
obediência aos ditames
divinos, continuamos a
ser duramente testados
em nossa fé e esperanças
em dias melhores.
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