Aviso,
chegada e entendimento
O Espiritismo não tem
por objetivo produzir
milagres e fenômenos,
mas contribuir para que
a humanidade adquira
emancipação espiritual.
Houve um tempo em que a
Doutrina Espírita
precisou chamar a
atenção das pessoas
através dos fenômenos
espirituais. O
extraordinário
codificador do
Espiritismo, Allan
Kardec, aplicou a
metodologia científica
aos fenômenos, que à
época eram chamados de
insólitos. Empregou toda
a sua genialidade e
cultura a serviço da
organização dos ensinos
imortais, lançando em
livros a filosofia, a
ciência e a religião
espíritas.
Com seus ensinamentos, o
ilustre mestre alertou,
orientou e alinhou os
estudos na direção do
plano espiritual, com
intenso foco para o
socorro aos Espíritos
sofredores que,
atrasados em sua
evolução e ligados ao
mundo da matéria,
necessitavam de amparo
para aprender a
libertar-se, inserindo
na espiritualidade
ocidental uma forma
inédita de pensamento.
Hoje, com o respeito
alcançado pelo
Espiritismo, é
necessário focar na real
finalidade da doutrina,
na importância das
diretrizes espíritas
para a segurança e o bom
êxito nas tarefas
mediúnicas, que
possibilitam socorro e
aprendizado entre
encarnados e
desencarnados, rumo ao
progresso
intelecto-moral da
humanidade.
A doutrina não foi
ditada nem imposta à
crença cega. Assim, em A
Gênese, capítulo 1,
item 50, Kardec
esclarece: “Os Espíritos
não ensinam senão
justamente o que é
mister para guiá-lo no
caminho da verdade, mas
abstêm-se de revelar o
que o homem pode
descobrir por si mesmo,
deixando-lhe o cuidado
de discutir, verificar e
submeter tudo ao cadinho
da razão, deixando
mesmo, muitas vezes, que
adquira experiência à
sua custa. Fornece-lhe
os princípios, os
materiais; cabe-lhe
aproveitá-los e pô-los
em obra”.
O Espírito Viana de
Carvalho, no capítulo
28, sob o título “Hora
da Divulgação Espírita”,
de sua obra Reflexões
Espíritas,
psicografada pelo médium
Divaldo Pereira Franco,
diz: “Na gênese dos
males que afligem o
homem e a humanidade
permanece a ignorância e
muita angústia
aguardando a
contribuição espírita e
muita loucura
necessitada de socorro
espiritual”.
O Espiritismo não tem
por objetivo produzir
milagres e fenômenos,
nem competir com as
ciências ordinárias, mas
contribuir para que a
humanidade adquira
emancipação espiritual,
pelo conhecimento.
A mediunidade é coisa
santa e deve ser
santamente praticada. É
sublime missão traduzida
no trabalho sério,
discreto, na maioria das
vezes anônimo. Ela nos
foi concedida não para
simples passatempo ou
para satisfazer nossos
caprichos, mas para
suavizar sofrimentos
alheios e para a prática
de verdadeira caridade.
Os médiuns não são
arautos reencarnados e,
em sua maioria, estão em
necessárias e rígidas
provas para seu próprio
aperfeiçoamento. Muitos
têm desperdiçado suas
vivências desviando-se
do caminho, rejeitando a
simplicidade, unindo-se
ao orgulho, almejando
notoriedade, fama,
tropeçando nos próprios
escândalos, perdendo-se
na própria vaidade.
Muitas são as
dificuldades que se
apresentam na luta de
cada dia e que são
classificadas como
impedimentos de natureza
psíquico-fisiológica.
Desejam-se as
realizações generosas
nos domínios da
revelação superior,
sonha-se com conquistas
gloriosas e realizações
sublimes; entretanto, há
que corrigir as atitudes
mentais diante da vida
humana.
O coração do homem é
bússola que o leva para
o bem ou para o mal. Em O
Evangelho segundo o
Espiritismo,
capítulo 8, item 7, o
codificador esclarece:
“(...) a pessoa que nem
sequer pensa no mal já
realizou um progresso,
aquele que pensa no mal,
mas o repele, o
progresso está em vias
de se realizar. Porém
aquele que tem um mau
pensamento e nele se
satisfaz é porque o mal
ainda existe na
plenitude de sua força;
numa o trabalho está
feito, na outra, está
por se realizar. Deus
que é justo, leva em
conta todas as
diferenças ao
responsabilizar o homem
por seus atos e
pensamentos”.
É imprescindível operar
no bem, na escolha do
material, nos esforços
de aquisição, na
aplicação necessária,
demonstrando firmeza,
harmonia de conjunto e
primores de acabamento.
O homem de bem se revisa
a cada dia, estimando o
trabalho antes do
repouso, desenvolvendo
tarefas aparentemente
pequenas antes das
grandes obras,
construindo estradas
sólidas para a
fraternidade legítima,
concretizando a elevação
dos sentimentos,
formando as bases
cristãs que santificam o
curso das relações entre
os homens.
Em todos os trabalhos da
mediunidade aceitemos a
vontade do Pai, e nos
serviços de fé não
tentemos baixar até nós
os Espíritos Superiores,
mas aprendamos a subir
até eles, conscientes de
que os caminhos do
intercâmbio são os
mesmos para todos, e
mais vale elevar o
coração para receber o
infinito bem, do que
exigir o sacrifício dos
benfeitores.
Afastemo-nos do orgulho
e da vaidade que nos
impedem de refletir a
luz divina, colocando as
expressões fenomênicas
do trabalho em segundo
plano e lembrando sempre
que o Espírito é tudo.
Dia virá em que o nosso
sentido mediúnico estará
tão apurado que
desaparecerão todas as
barreiras que nos
separam dos planos
espirituais. Apoiados na
mediunidade, que no
futuro não terá
mistérios para ninguém,
e na Doutrina Espírita,
caminharemos, evoluindo
sempre, trabalhando para
a felicidade da
humanidade, cumprindo
nossos deveres e fazendo
jus à paz de que tanto
necessitamos.
Bibliografia:
RIGONATTI,
Eliseu. Mediunidade
sem lágrimas. São
Paulo: Editora
Pensamento, 2018.
XAVIER,
Francisco Cândido. Missionários
da Luz. Pelo
Espírito André Luiz. 43.
ed. Brasília: FEB, 2017.
XAVIER, Francisco
Cândido. Seara dos
Médiuns. Pelo
Espírito Emmanuel. 6.
ed. “Aviso, chegada e
entendimento”. Brasília:
FEB, 2015.
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