Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Momentos de deselegância


Otimismo e esperança – da mesma forma que o sentimento de impotência e desespero – podem ser aprendidos
. Daniel Goleman


Quem convive com criança sabe que há momentos em que nos sentimos vulneráveis e sem mapa. Estamos, por exemplo, em um lugar cheio de gente e nossos filhos assumem um comportamento abrupto e deselegante. Como pais ou responsáveis temos consciência de que a situação merece justa intervenção, mas não queremos constrangê-los publicamente. O que é possível fazer?

A criança precisa de orientação. Com que facilidade, no entanto, metemos os pés pelas mãos. Existirá por acaso coisa pior do que querer educar alguém com o espírito tomado pela raiva?

Atenção. Frente à  deselegância do filho – e sobretudo em público – procure evitar:

Proibir o choro – ver o filho chorar nem sempre é fácil, principalmente quando estamos, por exemplo, em uma loja no shopping. Mas quando falamos “não chore”, estamos depreciando seus sentimentos e dizendo a ele que suas lágrimas são inadequadas. Isso faz com que a criança aprenda a reprimir suas emoções, fortalecendo tanto a incapacidade para lidar com as emoções como estimulando a possibilidade de explosões emocionais inesperadas.

Subornar – “se você parar de gritar, eu lhe darei um sorvete.” Em vez de simplesmente cooperar, a criança que é reiteradamente subornada aprende a se comportar apoiando-se em tratativas ardilosas: “ok, mãe, limpo meu quarto se você comprar o jogo que eu quero”.

Ameaçar – “pare com isso agora ou eu nunca mais lhe darei um brinquedo”. Ora. Corrigir o filho com ameaça é uma estratégia destrutiva, e utilizar o medo para educar é um método contrário à inteligência emocional. Nesse sentido, os pais devem esforçar-se para não fazer mal aos seus filhos e construir uma base forte e positiva na hora de educar. Além disso, uma educação baseada no medo está fadada ao fracasso porque é uma educação violenta, sem coerência, autoritária e pedagogicamente negativa.

Diante da deselegância da criança, como proceder então? Disciplina positiva efetiva funciona. Em outras palavras, seja firme e gentil ao mesmo tempo. Não podemos esquecer que crianças são crianças. Portanto, agem como crianças e seus cérebros, seus corpos, estão em desenvolvimento. Precisam muito do apoio dos adultos no ajustamento do seu comportamento e regulação das emoções, principalmente quando agem de maneira equivocada ou se sentem desorientados.

Como reagir à birra do filho no dia a dia? Respire fundo, paciência. Afinal, não se apaga incêndio com fogo…

 

Notinhas

Para educar seu filho abra mão dos seguintes hábitos destrutivos: sermões; manipulações e chantagens; abusos verbais e físicos; recompensas e castigos.

Quando os nossos filhos fazem birra, é como se eles estivessem nos convidando para uma briga. Nos dias em que não estamos muito bem, aceitamos por impulso esse convite e, infelizmente,  nos damos mal, revelando-nos como um modelo antieducativo. Assim, no dia a dia, procure não entrar na crise junto com o seu filho: respire. Se for necessário, tome distância para se acalmar. Resgatando a calma, você terá condições de agir com firmeza, gentileza e... respeito. Ganham todos. 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita