Você é feliz?
Se você ainda não se fez essa pergunta, você pode estar
deixando de aproveitar ao máximo a sua vida, no
verdadeiro sentido dessa expressão, pelo simples fato de
não querer usar um dos atributos que o diferenciam de
todos os outros seres que hoje habitam o nosso planeta:
a inteligência.
O filósofo, escritor e palestrante Clóvis de Barros
Filho afirmou certa vez, no programa Provocações,
que a felicidade é uma pretensão ilusória de transformar
um momento em eternidade.
Para o espírita e para todo aquele que entende que esta
existência é apenas um pequeno instante diante da vida
do Espírito, a realidade, no entanto, é outra.
A busca a que o famoso orador se refere, aliás, é
extremamente perigosa. Pois quando queremos viver
ininterruptamente diante de situações agradáveis e
festivas, estamos apenas fugindo da realidade. O fato é
que vamos encontrar momentos alegres e de euforia e
momentos conturbados e até mesmo de grande tristeza.
Mas quando entendemos a nossa natureza espiritual e
divina, todos esses momentos difíceis passam a ter um
peso totalmente diferente. Pois quem passa por um
momento de luto de um ente querido, por exemplo, e tem
conhecimento de que a vida continua sempre, vai ficar
triste, mas com a certeza de que é uma separação
momentânea. Aquele que passa por dificuldades de
qualquer natureza vai entender que isso é apenas uma
provação ou, ainda, uma expiação devido ao mau uso de
seu livre-arbítrio. Mas também uma ferramenta para seu
crescimento como ser humano, como Espírito, como
instrumento de Deus para auxiliar seu semelhante.
Já o também filósofo, escritor e palestrante Leandro
Karnal, nos orienta a buscar o autoconhecimento para que
tenhamos paz de consciência. Segundo ele, ainda assim
não seremos felizes. Num outro momento nos orienta e
conhecermos os nossos valores e a buscarmos isso
obsessivamente.
O conselho vai de encontro com outro filósofo, muito
mais famoso que esse, Sócrates: conhece a ti mesmo e
conhecerás Deus e o universo. Conselhos parecidos, mas
com justificativas diferentes.
Quando nós trabalhamos o autoconhecimento, podemos,
então, trabalhar nossa transformação moral, sem a qual
não teremos paz íntima. E também nos permite desabrochar
nossa natureza divina. Única capaz de nos proporcionar a
verdadeira felicidade. Pois quando colocamos nossa
felicidade na posse dos bens materiais, estamos fadados
a ser infelizes pelo fato de que nunca estaremos
contentes com o que temos. Vamos querer sempre mais e
mais. Quando colocamos nossa felicidade nas costas de
outra pessoa estamos fadados à infelicidade, porque um
dia ela vai embora, seja para outro relacionamento ou
levada pela desencarnação. N’ O Livro dos Espíritos,
questão 922, Allan Kardec pergunta à espiritualidade:
Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos
os homens? - “Com relação à vida material, é a posse do
necessário. Com relação à vida moral, a consciência
tranquila e a fé no futuro.” Esse é um norte para que
não nos percamos numa busca sem fim de coisas que não
nos farão felizes.
Agora, quando conciliamos nossa consciência tranquila
com o fato de sermos deuses, como afirmou Jesus, vamos
buscar acima de tudo entender o que viemos fazer aqui
nessa existência. O que está em nossa programação
espiritual? De que forma poderemos ser úteis? Viver
dessa forma constitui para nós grande felicidade. Pois
essa não é a ausência de problemas, mas um estado de
espírito de quem já entendeu que a existência no nosso
mundo tem momentos alegres e tristes. Momentos suaves e
outros desafiadores. E que esses últimos são os que mais
nos proporcionam oportunidades de aprendizado e
crescimento. Seja através da satisfação pela superação
ou pela resignação diante do inevitável.
Diante do conhecimento que Jesus nos trouxe e o que a
doutrina espírita nos ensina, já podemos responder a
pergunta inicial: - Você é feliz?