O que é
tão difícil nas palavras
de Jesus?
Há dois mil anos que
conhecemos os
ensinamentos do Mestre,
pelo menos no Ocidente.
Ainda hoje, vivemos
envoltos em conflitos.
Mantemos as guerras
ativas, com as mais
diversas desculpas.
Podemos não fazer parte
destas, mas fazemos das
que acontecem dentro do
nosso lar, ou nas
antipatias laborais e
muitas outras situações
adversas. Sofremos
guerras constantes
dentro de nós, sem
precisarmos envolver
ninguém, conflitos
insistentes com os mais
diversos temas e os mais
absurdos motivos.
Em nossas cabeças, temos
a ideia de que
poderíamos alterar o
rumo do planeta para a
paz, na prática de nossa
vida, e não conseguimos
trazer a paz e harmonia
para esta.
Se não temos paz em
nosso dia a dia, se não
temos paz com nós
próprios, como iremos
estabilizar o que
organizamos? Sejamos nós
um membro de uma família
ou o presidente de um
País. Talvez isto possa
explicar a enorme
confusão que vivemos em
nosso planeta.
Acabamos de iniciar um
novo ano, a esta altura
já a maioria desistiu da
lista de mudanças
mentalmente concebida no
final do ano passado. A
força do pensamento é
maior do que a vontade
da ação, esta última, é
demasiado difícil para
nós.
Nos ensinamentos do
Mestre, o pilar é o
Amor. No roteiro
entregue através das
palavras escritas por
seus discípulos, o
caminho é feito através
do desapego.
A que nos temos apegado,
para que tenhamos de nos
desapegar?
Poucos tiveram uma
enorme paixão ao amor,
podemos assumir, até,
que é difícil amar. O
Mestre da vida foi o
maior exemplo, mas
felizmente temos outros,
como a madre Teresa e
outras almas bondosas
que reencarnaram na
Terra para nos
incentivar.
O nosso apego, que se
manifesta na
visibilidade, como
desejo material e
saciação dos próprios
vícios, nasce dentro de
nós em forma de desejo
ardente para aquilo que
mais nos abre o
“APETITE”.
Podemos dar o exemplo,
como apego, o ódio. Este
é uma forma agressiva de
estar na vida, é um ímã
impressionante, nos
segurando as lembranças
que nos magoam. O Mestre
ensina que para nos
libertarmos desta prisão
emocional negativa temos
que recorrer ao perdão,
o desapego de um ódio
específico.
Outro exemplo é a
agressividade. Esta é
originada no apego à
raiva que desponta no
seguimento da
indignação, motivada
pelo impulso nascido em
uma mente agitada. O
desapego pode acontecer
se nos lembrarmos do
lindo ensinamento de
Jesus, onde desafia a
atirar a primeira pedra
a quem não tiver pecado,
nos lembrando de que
todos erramos.
O Evangelho do Mestre é
um livro prático, que
nos deve acompanhar para
todo o lado, até termos
aberto as portas
interiores que nos
apresentam a Lei de
Deus, inscrita dentro de
nós, não fosse lá o seu
Reino.
Para abrirmos estas
portas, é necessário o
desapego e, como pudemos
perceber, infelizmente,
a maioria do apego
humano acontece com os
vícios e as emoções
negativas.
Estes apegos tornaram-se
tão naturais, que
passaram a comandar-nos.
Quando aparecem, não
questionamos, pois
tornaram-se hábitos
repetitivos que formaram
o caráter humano.
O pensamento, que
deveria ser o nosso
instrumento, tornou-se o
nosso ditador. As
pessoas acreditam que
adoram a sua liberdade,
mas infelizmente a
maioria age debaixo de
uma ditadura imposta
pelo funcionamento de
sua mente, levando-as a
posições de doenças
mentais, como a
depressão, ou a
subjugação de vícios,
como o jogo, a droga, a
maledicência, a
agressividade e muitos
outros, sem questionarem
se realmente querem ou
se seguem um impulso do
pensamento que deveria
ser o seu instrumento de
funcionamento e não seu
orientador, pois este
nasce e as pessoas agem.
Quando chega a altura de
mudarem um pouco em si,
não têm essa capacidade,
pois o maior dos vícios,
é seguir o impulso do
pensamento, a ordem do
ditador, que muda de
opinião em segundos sem
nos apercebermos,
causando uma
instabilidade
desnorteadora.
Este é o maior dos
apegos, a crença cega no
pensamento, anulando o
“Vigiai e Orai” a que
Jesus nos aconselha.
Para vigiarmos é
necessária uma saudável
desconfiança, neste caso
desenvolvida pela
percepção de que o
pensamento nem sempre é
comandado por nós. Se
não estamos de Vigia,
logo não podemos Orar,
porque o que aparece é
aceite de forma
mecanizada sem qualquer
questionamento. Os
hábitos mentais são os
mais perigosos, pois
aprofundam o hipnotismo
sonolento a que Paulo se
refere na expressão
“Desperta, ó tu que
dormes, levanta-te
dentre os mortos e
Cristo te esclarecerá”.
Enquanto parte de nós
sonha mudar, outra parte
nos subjuga.
A nossa sorte é que a
subjugação que acontece
leva-nos ao sofrimento
que nos indica o caminho
ao desapego.
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