Jesus que ainda não conhecemos
A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que
tem no seu coração. Jesus
(Lucas 6:45.)
Naquela noite em que o céu se iluminou de cariciosas
estrelas de bondade e fraternidade, os mensageiros da
paz entregavam num estábulo, à feição de um berço, aos
seus pais, o Anjo de sabedoria e amor que modificou
nossa história e até hoje clareia nossos dias.
Naqueles tempos difíceis da encarnação de Jesus, como
nos tempos atuais, encontramos nele um divisor dos
costumes bárbaros, preconceitos e opressões na renovação
da humanidade das pessoas, modificando a norma moral e
oferecendo novo conceito de vida e respeito ao próximo.
Superando os costumes abusivos e trazendo nova visão
sobre a pena de talião – olho por olho, dente por dente
–, Jesus se opôs à condenação sistemática de então,
sugerindo a prática do perdão incondicional, aos
conhecidos e desconhecidos, aos mais novos e aos
antigos, aos amigos e aos inimigos, encarnados e
desencarnados.
E não é só ensinando, mas exemplificando, que o Senhor
corrige a ignorância com a sabedoria, o ódio com o amor,
tocando nossas almas.
Diante de uma situação constrangedora – quem se
imaginaria estar nessa situação algum dia? –, os fiscais
da vida alheia trazem uma mulher desconhecida da
multidão, sem nome, sem família, para ser sacrificada
por uma tradição de punir apenas a mulher.
“E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher
apanhada em adultério; e, pondo-a no meio, disseram-lhe:
Mestre, esta mulher foi apanhada no próprio ato,
adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais
sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam
eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas
Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra”
(João 8:3-6).
É a única informação de que o Mestre sabia escrever.
Mas, para ter sabedoria e amor, não precisa saber ler ou
escrever. Jesus era autodidata e trazia a bagagem de
suas experiências milenares.
Meditava e anotava! O que será que pensava Jesus, ou ele
estava deixando os seus oponentes (escribas e fariseus –
que o levaram à cruz) se acalmarem, para dar a sentença
que nos comove até hoje e para sempre.
Então, como um trovão na consciência daquelas pessoas,
sentencia o Mestre: “Quem de vós estiver sem pecado,
seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se
novamente, escrevia na terra. A essas palavras,
sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles
se foram retirando um por um, até o último, a começar
pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com
a mulher diante dele” (João 8:7-9).
Esse é o Cristo que disse: “Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”
(Mateus 28:20). Ele está vivo e sempre do nosso lado,
podemos confiar. Ele nunca vai embora. Ele vive todos os
dias conosco, desde que mantenhamos a porta aberta do
nosso coração para que ele ali habite.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo,
diretor da Editora EME.
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