Putin, EUA, guerra – óptica espírita
O mundo está em
suspenso. O ditador Putin, da Rússia, tem cerca de
100.000 homens na fronteira com a Ucrânia, numa
iminência de invasão, procurando assim conquistar mais
terreno para a Rússia ou implantar um regime fantoche,
que sirva os seus interesses. Pelo outro lado, os EUA
tentam aumentar a sua influência a Leste da Europa, o
que naturalmente pode colocar em perigo a estabilidade
geopolítica russa. Uma guerra local, que pode degenerar
em mundial, pode ocorrer na Europa.(1)
Voo 545, de Lisboa para Brasil. 280 passageiros a bordo.
A meio do voo, uns passageiros começam com escaramuças,
porque além do lugar onde estão sentados, que lhes
pertence, querem ficar com lugares alheios.
Gera-se a confusão, gritos, murros, pontapés. O motivo é
um: alguns querem dois ou mais lugares, para ficarem
mais comodamente instalados, enquanto os outros terão de
ficar de pé, apesar de terem pago bilhete.
Qualquer pessoa de bom senso dirá que este cenário,
acima descrito, é uma loucura, pois coloca em perigo a
viagem de todos os 280 passageiros a bordo do avião, sem
necessidade nenhuma.
Fazendo um paralelismo com o planeta Terra, uma grande
nave com cerca de 7,8 mil milhões de pessoas encarnadas
(no corpo de carne) a bordo, a situação é similar:
havendo espaço e comida para todos, existem países que,
numa perspectiva egoísta, orgulhosa, materialista e
completamente falha de bom senso, colocam em perigo a
vida alheia, para satisfazerem as suas ambições.
De acordo com a Doutrina dos Espíritos (ou Espiritismo),
este tipo de comportamento é típico de Espíritos
atrasados espiritualmente, que fazem parte de um planeta
de provas e expiações, cuja característica dominante é o
Mal prevalecer sobre o Bem.
Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec,
eminente codificador da Doutrina Espírita, em meados do
século XIX, encontramos a questão 742: “Qual
a causa que leva o Homem à guerra?” ao que os
Espíritos superiores respondem:
“Predominância da natureza animal sobre a espiritual
e satisfação das paixões. No estado de barbárie os povos
só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a
guerra, para eles, é um estado normal…”
“Não somos
civilizados, somos apenas esclarecidos.” in “O Livro
dos Espíritos”, Allan Kardec
Na questão 743, Kardec pergunta: “A guerra
desaparecerá um dia da face da Terra?”, ao que os
Espíritos respondem:
“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e
praticarem a lei de Deus. Então, todos os povos serão
irmãos.”
No item 793,
os Espíritos referem que só existe civilização
completa quando há desenvolvimento moral, sendo que
actualmente, na Terra, somos
apenas povos esclarecidos, só tendo percorrido a
primeira fase da civilização.
O Espiritismo (ou Doutrina Espírita) demonstrou
experimentalmente a imortalidade do Espírito, a
comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, bem como
a pluralidade dos mundos habitados, tudo isto fruto da
acção directora de uma inteligência suprema, a que se
convencionou chamar Deus.
Nascemos na Terra para evoluir intelectual e moralmente,
largando as ervas daninhas do egoísmo, orgulho, de todo
o tipo de maus pendores e, alimentar as nossas
tendências fraternas, solidárias, humanistas e de
justiça.
Todos os artífices da guerra, deparar-se-ão, amanhã,
quando largarem o corpo carnal pelo fenómeno natural da
morte, com a sua consciência, no mundo espiritual,
entrando em processos dolorosos de culpa,
arrependimento, expiação e reparação. Esses processos
podem durar séculos, sem fim.
O Espiritismo é o maior defensor da paz, da ecologia, da
igualdade de oportunidade para todos, contribuindo
com a sua ética e moral (a de Jesus de Nazaré), para que
um dia a Terra deixe de ser um pântano de dor, para ser
um jardim de flores, multicolores, seguindo as
orientações morais de Jesus: “amar os inimigos”,
“amar o próximo”, “fazer ao próximo o que se
deseja para si”.
Depois de Jesus, encontramos em Mohandas Gandhi, o nobre
hindu indiano, que nos deixou esta orientação, tão
monumental quanto simples: “Não
existe um caminho para a paz. A paz é o caminho”.
(1) Este
artigo foi escrito no dia 14 de fevereiro. Dez dias
depois a Rússia invadiu a Ucrânia.
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