Escola santa
É meu desejo afirmar-vos,
Devedor que tenho sido,
Que a lepra não vem a nós
Sem ter um justo sentido.
Segundo as lições da Terra
Que a verdade nos aponta,
A nossa vida até hoje
É de existências sem conta.
Muitas vezes renascendo,
Quis ser alto, chefe ou rei,
Exterminei multidões,
Rasgando normas de lei.
Por séculos fui assim,
Orgulho vão que se expande,
Domínio da crueldade
Na mania de ser grande.
Até que um dia cansado
De ser déspota violento,
Pedi a Deus me prendesse
Na cela do sofrimento…
Dos céus chegou-me a resposta:
Teria eu doce cruz…
Renascendo, minha mãe
Quis chamar-me por Jesus.
Para esquecer o passado
E elevar o coração,
Tive um reino de feridas
E um trono de solidão.
Sofri e chorei, entretanto,
Ante o Mestre Nazareno,
Tenho agora a Santa Lepra
Que me ensina a ser pequeno.
Do livro Estradas e destinos, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.