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por Rodinei Moura

 

Kardec e Chico aconselharam pelo amor


Chico Xavier disse certa vez que se Kardec houvesse escrito que fora do Espiritismo não há salvação ele teria ido por outro caminho. Ainda bem, acrescenta Chico, que Kardec disse que fora da caridade, ou seja, fora do amor não há salvação.

O Mestre de Lyon relata no livro O Que é O Espiritismo que um médico o abordou certa vez e disse que lhe daria alguns minutos para que ele o convencesse sobre as verdades da doutrina. Ao que Kardec, elegantemente, rejeitou. Apenas lhe oferecendo material para que por si mesmo estudasse o Espiritismo e decidisse, após analisar pelo crivo da razão, se deveria ou não seguir essa filosofia.

Não há interesse da doutrina em fazer proselitismo. O Espiritismo é O Consolador prometido pelo Cristo e seu papel não é outro senão o de levar conforto pelas revelações de que a vida não se extingue com a suposta morte, mas prossegue em outros planos. Assim como de fornecer elementos para que possamos entender por nós mesmos o sentido da vida. E que, explorando esse sentido, possamos desenvolver nosso potencial de Espíritos criados à imagem e semelhança de Deus.

A questão 897 de O Livro dos Espíritos nos esclarece que devemos fazer o bem sem interesse, nem mesmo aquele de nos proporcionar uma posição futura vantajosa no mundo espiritual. E André Luiz nos traz, através das palavras de uma personagem de Nosso Lar, que fazer o bem nada mais é do que simples dever. Pois é exatamente o que gostaríamos que fizessem conosco quando em situação semelhante.

A ideia de salvação, portanto, precisa ser analisada com cuidado. Precisamos deixar para trás, lá no Catolicismo, ainda que com todo nosso respeito, o pensamento de que seremos salvos ou teremos que aceitar também o outro lado dessa moeda: a de que Deus condena seus filhos ao fogo eterno.

Estamos todos salvos nesse sentido, pois somos Espíritos imortais. Apenas fomos criados simples e ignorantes e devemos o nosso esplendor espiritual aos nossos próprios esforços. Estamos em construção e somos nós mesmos os escultores dessa obra-prima.

Urge, no entanto, para que sejamos salvos de nossa própria ignorância e de suas consequências, que entendamos que o amor é um caminho seguro nessa jornada evolutiva. Que as atitudes nesse roteiro, o amor, devem ser no sentido de minorar sofrimentos e não de barganha. "Um trabalho voluntário por um lugar numa colônia espiritual."

O amor é sentir a dor que não é nossa. Ainda que sem revolta, por temos a certeza de que Jesus está no leme dessa embarcação. Mas nos colocando como seus trabalhadores anônimos para ajudar àqueles que precisam nas tempestades.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita