Kardec e Chico
aconselharam pelo amor
Chico Xavier disse certa vez que se Kardec houvesse
escrito que fora do Espiritismo não há salvação ele
teria ido por outro caminho. Ainda bem, acrescenta
Chico, que Kardec disse que fora da caridade, ou seja,
fora do amor não há salvação.
O Mestre de Lyon relata no livro O Que é O
Espiritismo que um médico o abordou certa vez e
disse que lhe daria alguns minutos para que ele o
convencesse sobre as verdades da doutrina. Ao que
Kardec, elegantemente, rejeitou. Apenas lhe oferecendo
material para que por si mesmo estudasse o Espiritismo e
decidisse, após analisar pelo crivo da razão, se deveria
ou não seguir essa filosofia.
Não há interesse da doutrina em fazer proselitismo. O
Espiritismo é O Consolador prometido pelo Cristo e seu
papel não é outro senão o de levar conforto pelas
revelações de que a vida não se extingue com a suposta
morte, mas prossegue em outros planos. Assim como de
fornecer elementos para que possamos entender por nós
mesmos o sentido da vida. E que, explorando esse
sentido, possamos desenvolver nosso potencial de
Espíritos criados à imagem e semelhança de Deus.
A questão 897 de O Livro dos Espíritos nos
esclarece que devemos fazer o bem sem interesse, nem
mesmo aquele de nos proporcionar uma posição futura
vantajosa no mundo espiritual. E André Luiz nos traz,
através das palavras de uma personagem de Nosso Lar,
que fazer o bem nada mais é do que simples dever. Pois é
exatamente o que gostaríamos que fizessem conosco quando
em situação semelhante.
A ideia de salvação, portanto, precisa ser analisada com
cuidado. Precisamos deixar para trás, lá no Catolicismo,
ainda que com todo nosso respeito, o pensamento de que
seremos salvos ou teremos que aceitar também o outro
lado dessa moeda: a de que Deus condena seus filhos ao
fogo eterno.
Estamos todos salvos nesse sentido, pois somos Espíritos
imortais. Apenas fomos criados simples e ignorantes e
devemos o nosso esplendor espiritual aos nossos próprios
esforços. Estamos em construção e somos nós mesmos os
escultores dessa obra-prima.
Urge, no entanto, para que sejamos salvos de nossa
própria ignorância e de suas consequências, que
entendamos que o amor é um caminho seguro nessa jornada
evolutiva. Que as atitudes nesse roteiro, o amor, devem
ser no sentido de minorar sofrimentos e não de barganha.
"Um trabalho voluntário por um lugar numa colônia
espiritual."
O amor é sentir a dor que não é nossa. Ainda que sem
revolta, por temos a certeza de que Jesus está no leme
dessa embarcação. Mas nos colocando como seus
trabalhadores anônimos para ajudar àqueles que precisam
nas tempestades.