A cooperação como forma de transformar
O homem é um ser social, gregário por natureza. Chamado
a viver em sociedade, tira daí os elementos de progresso
que o farão avançar em inteligência e moralidade.
A imensa maioria dos homens vai, conscientemente ou não,
progredindo e fazendo progredir os seus pares, na troca
de valores ininterrupta que a convivência proporciona.
A interdependência entre os seres é uma lei divina (Lei
de sociedade). Nenhuma pessoa é autossuficiente a ponto
de dispensar o concurso direto ou indireto de outra.
Onde quer que atue ou o que quer que faça durante a
vida, o homem se beneficia do trabalho material ou
intelectual já realizado por outrem. Isso evidencia uma
rede formidável de cooperação entre as pessoas.
Essa cooperação pode se manifestar automaticamente, sem
participação direta, como o pão que se come no café da
manhã, a roupa que se veste para sair, o carro, o livro,
a ferramenta que se usa, enfim, uma infinidade de coisas
que nos chegam às mãos para nossa utilização, sem que se
pense, por conta do automatismo, nos processos
inumeráveis de cooperação tácita entre os homens.
A cooperação pode ser também consciente, derivada de uma
decisão da vontade para atingir determinados objetivos:
o filho que arruma o seu quarto antes de ir para a
escola; o marido que faz as compras no supermercado; a
esposa e mãe que passa a roupa da casa; são ações
cooperativas que visam à harmonia e ao bem-estar em
família. Assim também entre os funcionários de uma
empresa, onde a cooperação de todos é vital para que se
atinjam metas e resultados, bem como em qualquer
agrupamento humano.
No caso específico dos espíritas e seu movimento, a
cooperação tem valor inestimável, pois o seu trabalho é
todo realizado em regime de voluntariado, de gratuidade,
pautado no sentimento de amor ao próximo.
Muitas pessoas conhecem o Espiritismo através do centro
espírita. Beneficiadas ali de algum modo, e
conscientizadas de uma nova realidade, surge nelas a
motivação para colaborar. O fato de terem compreendido a
importância da cooperação, fazem-nas produzir com amor e
responsabilidade coisas muito úteis ao próximo.
Assumindo tarefas, o trabalhador do centro espírita
sente prazer no que faz e reconhece a importância da sua
participação no movimento em busca de resultados
coletivos. Para ele, servir à sociedade através do
centro espírita não é uma obrigação, mas uma satisfação
pessoal, uma fonte de gratificação moral. Enquanto
trabalha, desenvolve habilidades convivendo com a
diversidade de caracteres que compõem o quadro social.
Jesus deu uma lição de cooperação quando, mesmo sendo
sábio e capaz, escolheu apóstolos para auxiliá-lo.
Embora com personalidades diferentes, todos eles se
predispuseram a trabalhar para que as ideias novas
chegassem às pessoas.
Portanto, se você se tornou espírita porque procurava um
sentido para a sua vida; se você percebeu que ser
espírita, além de aprimorar-se individualmente, é ser
agente das mudanças que o Espiritismo deve promover na
sociedade, parabéns, você compreendeu o objetivo da
filosofia espírita e resolveu colaborar com a
transformação que ela propõe.
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