Tema: Fazer aos outros o que desejamos para nós
Um bom dia ao jornaleiro
Pedro era um senhor tranquilo que vivia de bem com a
vida, independentemente do que lhe acontecesse. Todos os
dias ele costumava comprar seu jornal em uma banca
próxima à sua casa.
Certo dia, quando estava em seu caminho habitual até a
banca, Pedro encontrou seu velho amigo José. Conversaram
animadamente por alguns minutos, e José decidiu
acompanhar Pedro para comprar o jornal.
Chegando lá, Pedro cumprimentou o jornaleiro:
— Bom dia!
O vendedor não respondeu. Mal olhou para o cliente.
Apenas perguntou, demonstrando mau humor:
— O jornal?
— Sim! Por favor – disse Pedro com leve sorriso.
O jornaleiro apontou onde estava, para que Pedro mesmo
pegasse. Pedro pegou e pagou. Antes de sair agradeceu e
desejou mais uma vez um bom dia ao jornaleiro, que
novamente nem respondeu.
José, que assistiu à cena, se surpreendeu com a postura
do vendedor. Achou-o mal-educado e até antipático.
Assim que se afastaram da banca, José perguntou um tanto
incomodado:
— Pedro, você costuma comprar sempre seu jornal aqui?
— Sim, venho quase todos os dias – respondeu o amigo.
— E o jornaleiro é sempre rabugento assim?
— Algumas vezes...
— Então, por que você continua vindo à banca desse homem
que nem sabe como se deve tratar as pessoas? — perguntou
José, indignado.
Pedro parou de andar por um instante e explicou
calmamente:
— José, eu não sei que tipo de problemas esse homem tem.
Não que isso justifique seu comportamento. O que é certo
é certo e o que é errado é errado, mas não quero
julgá-lo e nem entrar em sua sintonia negativa. Os
pensamentos e sentimentos negativos fazem mal, a nós
mesmos, em primeiro lugar, e depois aos outros que
recebem nossa vibração pesada.
— O que eu quero é comprar meu jornal — continuou Pedro.
— E a obrigação da minha consciência é tratá-lo com
educação. Não posso deixar que meu comportamento dependa
do humor dele. Aliás, pelo contrário, desejo-lhe sempre,
de verdade, um “bom dia”. Quem sabe isso possa ajudá-lo
de alguma forma.
Ao ouvir essas palavras José percebeu que o amigo estava
certo. Ele havia ficado irritado com a atitude do
jornaleiro e isso não lhe fizera bem. Mas, assim que
José percebeu a situação de outra forma, a irritação
passou. Ele até conseguiu pensar no vendedor e dizer-lhe
mentalmente: tenha um bom dia.
Os dois amigos, calmos e carregando o jornal que haviam
comprado, continuaram sua caminhada e sua conversa
amistosa, prontos para terem um bom dia também.
(Adaptado da história “Seja o Agente da
História de Sua Vida”, do livro Para que Minha Vida
se Transforme.)